De joias a pandemia, 16 investigações miram membros das forças armadas
26 março 2023 às 08h41
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A lista de militares que ocuparam cargos na administração de Bolsonaro e se tornaram alvos de investigações foi ampliada pelo escândalo das joias da Arábia Saudita. Até o momento, pelo menos 16 desses militares estão sendo acusados de crimes que variam de epidemia com resultado de morte até prevaricação em relação ao governo anterior.
Até agora, nenhum dos 16 militares envolvidos em investigações foi condenado. Nove deles estão sendo investigados pela atuação do governo na pandemia, e tiveram pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Covid. Os outros sete estão sendo investigados no inquérito das milícias digitais, por ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), e no caso recente das joias da Arábia Saudita.
O Almirante de Esquadra da Marinha e ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é um dos últimos militares a serem incluídos na lista de investigações. Ele é o principal envolvido no caso das joias trazidas ilegalmente para o Brasil e está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por sua participação no episódio.
Marcos André Soeiro, um tenente da Marinha e ex-assessor de Bento Albuquerque, também prestou depoimento. Ele era responsável por transportar o conjunto de joias – um colar, anel, brincos e relógio de diamantes – avaliado em R$16,5 milhões.
Crimes durante a pandemia
A pasta da Saúde, que foi militarizada durante a gestão do então general da ativa Eduardo Pazuello, é a principal fonte de possíveis irregularidades cometidas por membros das Forças Armadas que assumiram cargos no governo. De acordo com o relatório da CPI da Covid entregue ao STF, nove desses militares tiveram pedido de indiciamento.
Pazuello, em particular, foi acusado de crimes como epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade. No ano passado, ele foi eleito como o segundo deputado federal mais votado do Rio.
Mais casos
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que já foi ajudante de ordens de Bolsonaro, solicitou um voo da FAB para tentar retirar as joias que estavam retidas, mas atualmente é investigado por outros casos. Ele é alvo do inquérito das milícias digitais, que está sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Outro militar que está sendo monitorado no mesmo inquérito é o sargento da ativa e ex-membro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Ronaldo Ribeiro Travasso. Ele participou de atos golpistas e usou grupos de mensagens para convocar outros militares