Em depoimento na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) na tarde desta segunda-feira, 27, na Câmara Municipal, o diretor financeiro do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), Ricardo Pinheiro Dourado, explicou que a companhia deve mais de R$ 10 milhões ao Imas. Desse total, R$ 8,8 milhões são referentes a 2022 e estão acordados para parcelamento em oito vezes a partir de 31 de março.

Fora do acordo, a única dívida da Comurg com o Imas é de fevereiro, com vencimento em 14 de março. O débito é de cerca de R$ 1,3 milhão, informou aos parlamentares.“Equivale em torno de 10% da receita”, completou. Ele ainda ressaltou aos parlamentares que hoje a receita do Imas é menor que despesas. Segundo ele, o Instituto gasta, em média, por mês, de R$ 17 a 18 milhões enquanto sua receita fica entre R$ 14 a 15 milhões.

Ricardo explicou que duas comissões – que reportam aos presidentes de cada órgão – definiram os critérios para a negociação dos pagamentos atrasados da Comurg. Uma mista, formada por servidores dos dois órgãos, e outra exclusiva de funcionários do Imas. “Existe um termo de acordo assinado e a primeira parcela começa a ser paga agora do dia 31 de março. Até a próxima sexta-feira o órgão começa a quitar seus débitos”, revelou Ricardo.

Ao depor na CEI na última semana, o presidente da Comurg, Alisson Borges, não soube precisar exatamente o valor da dívida com o Instituto. Na ocasião, ele explicou que o que gerou a dívida foi um repasse duplicado feito pela Comurg. Segundo o diretor, essa duplicidade de pagamento foi entre julho de 2013 e janeiro de 2016. O vice-presidente da comissão, vereador Welton Lemos, alertou para uma incoerência no discurso de Alisson.

“O presidente da Comurg informou que esses valores haviam sido pagos duas vezes desde 2008”, lembrou, dizendo que ainda vai conferir na documentação enviada as datas exatas. O vereador da base Pedro Azulão Jr. questionou o rumo que as perguntas estavam tomando, que estavam forçadas na qualidade do atendimento do órgão (ou a falta dela). “O foco da CEI não é esse. Precisamos nos ater à dívida da Comurg com o órgão”, reclamou.

Ricardo confirmou aos vereadores que sua nomeação como diretor do Imas foi por meio de indicação do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). “Estou há quase doze anos na Prefeitura, já passei por diversas secretarias”, relatou.