O presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, declarou que o diretório do partido em Goiás deve tomar as medidas necessárias diante das declarações do deputado estadual Amauri Ribeiro (UB). Durante uma sessão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta semana, o parlamentar admitiu ter financiado acampamentos com intenções golpistas.

Bivar destacou a importância do diretório, liderado pelo governador Ronaldo Caiado, em investigar a veracidade dos fatos e determinar se o deputado estava em pleno juízo quando fez tais afirmações. Ele considerou as falas do deputado filiado a seu partido absurdas.

“É tão estapafúrdio que chega a ser difícil de acreditar. Acho que o nosso bem maior em uma democracia é o estado de direito. Você querer acabar com as instituições do país, querer patrocinar o golpe como se a gente fosse uma república de bananas é difícil acreditar”, disse.

Para o presidente do partido, ao admitir ter dado comida, água e dinheiro para os acampamentos em frente aos quartéis, Amauri Ribeiro está sendo um “réu confesso”. “Ele mesmo que está dizendo que financiou o golpe, estimulou o golpe, que ele é terrorista, é surreal esse comportamento de um político”, disse.

Ele ainda acredita que Ribeiro pode ser alvo de investigação. “Se os poderes institucionais estão investigando as pessoas que contribuíram para aquilo e ele está confessando que contribuiu para aquilo, certamente ele deve sofrer as condenações legais, de ordem extremamente drásticas da democracia”, afirmou.

Entenda o caso

Durante um debate na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em meio a uma discussão com o deputado Mauro Rubem (PT), Amauri Ribeiro revelou ter financiado acampamentos com intenções golpistas, os quais foram organizados por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Esses acampamentos foram montados em frente a quartéis como uma maneira de contestar o processo eleitoral e a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

“Eu também deveria estar preso, eu ajudei a bancar quem estava lá”, disse, batendo no peito, e continuou: “Mande me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha na visão de vocês. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta porque sou patriota. O dinheiro não veio de fora, veio de gente que acredita nessa nação.”

Em janeiro, antes os atos de vandalismo do dia 8 realizados em Brasília, pessoas estavam acampadas em frente a quartéis pedindo intervenção militar protestando e que foram presas. Nesta terça, Ribeiro defendia a soltura dessas pessoas, alegando que só deveriam estar detidas aquelas que praticaram atos de vandalismo nas sedes dos três poderes na capital federal.

Em entrevista concedida ao Jornal Opção, o deputado Amauri Ribeiro disse suas falas foram retiradas do contexto e que ajudou as pessoas nas portas do quartéis em Goiânia com comida, água e até dinheiro, mas que quanto aos atos de vandalismo ele não concorda e não teria financiado e tão pouco participado.