Avaliação do Congresso piora, aponta nova pesquisa Datafolha
05 agosto 2025 às 16h29

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Uma pesquisa divulgada, nesta terça-feira, 5, pelo Instituto Datafolha, revelou que a insatisfação da população brasileira com o Congresso Nacional voltou a crescer. Segundo os dados, 35% dos entrevistados avaliam o trabalho dos deputados e senadores como ruim ou péssimo, enquanto apenas 18% consideram o desempenho ótimo ou bom. A maioria, 41%, classifica a atuação parlamentar como regular. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 municípios de todas as regiões do país, nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento reforça a percepção de desconexão entre representantes e representados, reacendendo o debate sobre a confiança nas instituições democráticas e a necessidade de maior transparência e comprometimento com as demandas da população.
O levantamento aponta uma queda na percepção positiva em relação ao Congresso, que em março de 2024 havia atingido o melhor índice de aprovação desde 2003. Na ocasião, 22% consideravam o trabalho parlamentar ótimo ou bom, enquanto 23% o avaliavam negativamente. Já os números atuais mostram uma reversão nesse cenário: o percentual dos que consideram o desempenho ruim ou péssimo subiu para 35%, e os que o veem como regular caíram de 53% para 41%.
Outro dado revelado pela pesquisa trata da percepção dos brasileiros quanto aos interesses que movem as ações dos representantes públicos. Para 78% dos entrevistados, o Congresso Nacional age prioritariamente em prol de seus próprios interesses, enquanto apenas 18% acreditam que os parlamentares pensam mais na população ao tomar decisões. Apenas 3% não souberam opinar.
Essa visão crítica se estende a outras instituições. A Justiça brasileira é vista como focada nos próprios interesses por 68% dos entrevistados, enquanto 27% acreditam que ela age pensando na sociedade. Em relação à Presidência da República, 59% apontam que o presidente governa com foco em interesses pessoais ou políticos, contra 38% que veem ações voltadas ao interesse público.