O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido com aplausos e gritos de “volta, Bolsonaro” nesta quarta-feira, 21, durante participação na Marcha dos Prefeitos, em Brasília. Em seu discurso, Bolsonaro fez um balanço de seu governo, defendeu medidas adotadas durante a pandemia e disse não ter “obsessão pelo poder”, mas sim “paixão pelo Brasil”.

“Obrigado pela diferença. Me dar a palavra por alguns poucos minutos, para um ex-presidente, isso não tem preço. Eu tenho uma paixão por esse Brasil”, afirmou logo no início.

Ao longo da fala, o ex-presidente lembrou desafios enfrentados durante seu mandato, como a pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia, a crise hídrica e o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Segundo ele, mesmo com essas dificuldades, a relação com os prefeitos foi marcada por respeito e repasses de recursos.

“Menos Brasília, mais Brasil chegou para ficar durante o nosso governo, apesar dos problemas. Nós demos a vocês o direito à suspensão da dívida. Demos um bônus do PRAL, R$ 5,3 bilhões. Repasse direto: R$ 121 bilhões. Indireto: R$ 79 bilhões. A PEC do mínimo da educação, um ponto percentual no FPM… e agora o nosso PL apoia a PEC 66.”

Bolsonaro também disse que, durante sua gestão, não houve registro de atraso no pagamento do 13º salário dos servidores municipais. Ele destacou o papel da Caixa Econômica Federal no enfrentamento da pandemia.

“Com a política do ‘fica em casa, a economia vê depois’, mesmo assim, com a competência do nosso ministério, em especial do presidente da Caixa, em poucas semanas criamos o auxílio emergencial. Sessenta e oito milhões de pessoas receberam. Eram R$ 50 bilhões por mês. Não vimos um só saque a supermercado, um só distúrbio. E conseguimos vencer esse momento difícil.”

Ele ainda mencionou a redução da relação dívida pública/PIB e o desempenho positivo de estatais.

“Não vimos déficits estatais, só vimos lucros, dado à qualidade dos ministérios e dos secretários. Tratamos com respeito a coisa pública.”

Ao comentar obras de infraestrutura, Bolsonaro exaltou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), atualmente senador, e citou a conclusão da transposição do rio São Francisco.

“A infraestrutura, por exemplo, tinha apenas R$ 7 bilhões de orçamento, mas foi gigante. O Rogério Marinho, quando eu o convidei, fez uma exigência: ‘quero concluir a transposição do São Francisco’. Fechado, feito, concluído. Hoje, acabado.”

Bolsonaro também exaltou o municipalismo em sua gestão:
“Vocês, na ponta da linha, sabem se o comércio está faturando mais ou menos, se estão abrindo ou fechando casas, se o desemprego está aumentando ou não. Por isso, o nosso espírito municipalista falou mais alto em nosso governo.”

Ao fim do discurso, o ex-presidente falou sobre os processos que enfrenta na Justiça e se colocou como uma possível opção para o país no futuro.

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