PF faz operação contra grupos neonazistas que estimularam ataques a escolas

03 junho 2023 às 08h49

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A Polícia Federal realizou operações de busca e apreensão nesta sexta-feira, 2, contra grupos neonazistas que se organizavam em um aplicativo de mensagem. A operação foi realizada com base em mandados expedidos pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Linhares/ES.
Em novembro de 2022, um menor de idade entrou em duas escolas no município de Aracruz/ES e abriu fogo, resultando na morte de quatro pessoas e ferindo outras 13. O menor foi apreendido pela Polícia Civil do Espírito Santo, e a investigação foi compartilhada com a Polícia Federal, com autorização judicial.
Durante a investigação, descobriu-se que o menor fazia parte de um grupo de bate-papo e canal de mensagens no aplicativo, onde os participantes compartilhavam material de Extremismo Violento Ideologicamente Motivado (EVIM). Esse material incluía tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, fabricação de explosivos, promoção de ódio contra minorias e ideais neonazistas. Acredita-se que essas influências podem ter levado o menor a cometer os assassinatos em massa.
A investigação revelou que os arquivos de conteúdo extremista encontrados no celular do menor foram baixados do canal do aplicativo ao qual ele pertencia. Além disso, o fato de o menor estar vestindo uma cruz suástica durante o ataque indica a influência da ideologia neonazista recebida pelo grupo do aplicativo, reforçando a suspeita de que o atentado foi motivado por intolerância racial, étnica e religiosa, com o objetivo de causar terror social. Essa conduta configura o crime de terrorismo.
Aplicativos se negam a ajudar
Apesar da falta de cooperação por parte da empresa responsável pelo aplicativo de mensagens, a Polícia Federal conseguiu identificar dois membros do grupo que interagiam ativamente com postagens racistas e antissemitas. Eles estão sendo investigados por corrupção de menor de 18 anos, por induzi-lo a cometer a infração penal prevista na Lei de Terrorismo e por homicídio qualificado. Essas condutas se enquadram no crime previsto na Lei contra o Racismo.
As ações foram realizadas nas cidades de São Paulo/SP e Petrolina/PE. Se consideradas em conjunto, as penas máximas para os crimes investigados podem chegar a 72 anos de reclusão.