O aposentado Wilson Aliano, de 72 anos, que ameaçou o padre Júlio Lancellotti por meio de um bilhete, alegou que ingeriu medicação para labirintite com bebida alcoólica antes das agressões verbais ao sacerdote, no sábado, 26. O episódio foi filmado por câmera na região da Mooca, zona leste de São Paulo.

“Estava sozinho em casa, tomando remédio para labirintite. Fui cair na asneira de tomar uma cerveja. Aí fiquei pensando, me deu uma revolta, escrevi [o bilhete]. Aí mandei esse bilhete mesmo, fui de cara limpa lá, para saber quem eu era mesmo. Sabia que tinha câmera, era para me reconhecer mesmo,” disse o idoso ao site Metrópole nesta segunda-feira, 28.

Após o corrido, o homem contou que chegou a refletir sobre a doação da igreja em que Lancellotti atua. A propriedade foi doada pela família Aliano. A Arquidiocese de São Paulo confirmou a informação e acrescentou que a benfeitoria à Cúria Metropolitana ocorreu em 1960.

Diferente das declarações anteriores, o idoso elogiou a atuação de Lancellotti na região, mas voltou a acusá-lo de partidário. “O trabalho do padre com os pobres é elogiável até. Um detalhe é que minha família doou aquela igreja para culto religioso, não para um ambiente de partido político. Famílias de bem frequentavam a igreja e se afastaram.”

“Fim do reinado”

Indagado acerca da frase “fim do reinado” no bilhete, Aliano disse que o trecho “foi tratado com sensacionalismo”. “Não tem ameaça de morte nenhuma. Sobre o reinado que vai acabar, o que quis dizer foi que vou levantar juridicamente como está a finalidade da doação [da igreja], ela é de fruto religioso. Se tiver brecha judicial, vou anular essa doação, é isso que vou fazer,” enfatizou.

No documento, o padre é chamado de “padreco de merda” e “defensor dos direitos dos bandidos, petista vagabundo, usa o povo para te favorecer, seu dia de reinado aki [sic] vai acabar, pode esperar FDP.”

Bilhete da ameaça ao Padre Júlio Lancellotti | Foto: reprodução
Bilhete da ameaça ao Padre Júlio Lancellotti | Foto: reprodução

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