Ex-vereadora goiana é presa suspeita de liderar invasões em terras indígenas no Pará
16 novembro 2023 às 11h22
COMPARTILHAR
A ex-vereadora de Alto Horizonte, Lauanda Peixoto Guimarães, foi presa suspeita de ser uma das principais lideranças dos invasores das terras indígenas do povo parakanã, em São Félix do Xingu, no Pará. A ex-parlamentar foi eleita em 2016, mas teve o mandato cassado por cobrar R$ 30 mil mensais do prefeito do município goiano em troca de “governabilidade tranquila”.
LEIA TAMBÉM
Mendanha nega relação com operação policial e diz não entender buscas em sua casa
Aparecida de Goiânia: secretário é alvo da polícia por suposta fraude na Câmara de Vereadores
Durante a operação, deflagrada na última terça-feira, 15, os agentes da Polícia Federal foram atacados com rojões e tiros de arma de fogo, mas ninguém ficou ferido. Além de invasão, Lauanda também é investigada por desobediência às ordens judiciais e exploração econômica ilegal da Terra Indígena Apyterewa. Em conversas obtidas pela corporação, a ex-parlamentar chegou a dar indícios de que planejava envenenar os policiais.
“É assim mesmo. Na operação de 2021, eles [os policiais] carregaram farinha, carne enlatada. Eles é facinho de morrer envenenado. Deixa as comidas ali separadinhas, tudo envenenada. Pensa nuns mortos de fome. A gente chega para fazer hora e pronto, um corpo estendido no chão, um punhado”, fala ela na gravação.
Ataques ao Ibama e à Funai
Depois de presa, Lauanda foi encaminhada para o Presídio Feminino de Marabá. Ainda de acordo com a PF, a ex-vereadora goiana já foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter organizado e realizado, em 2020, ataques contra agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
A corporação informou também que, em 2021, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, Lauanda foi presa em flagrante pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo, posse irregular de minério, manter em cativeiro animal silvestre e por conduzir uma farmácia e um posto de combustíveis no interior da terra indígena.
Corre um processo contra Lauanda e o marido no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) pelo crime de concussão, por terem exigido o pagamento de R$ 30 mil mensais ao prefeito da cidade de Alto Horizonte (GO) em troca de “governabilidade tranquila”. A solicitação, segundo a PF, teria sido feita com intimidação ao prefeito.