O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez movimentações financeiras “atípicas” e “incompatíveis” em contas bancárias. As afirmações são do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão ligado à Receita Federal (Ministério da Fazenda), que chegou a ser transferido para outra pasta, monitora movimentações financeiras no país para identificar possíveis crimes de lavagem de dinheiro.

As transações do militar levantam suspeitas sobre a “capacidade financeira” dele em relação à remuneração salarial dele. Mauro Cid é investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em um esquema de supostas fraudes no cartão de vacinação e por  conversas de teor golpista.

O documento do Coaf foi obtido pelo jornal O Globo e divulgado nesta quinta-feira, 27. O site cita o órgão informa que há indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”. Além de “transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade”.

Resposta da defesa

Advogado de Cid, Bernardo Fenelon rechaçou o posicionamento do Coaf. “Todas as movimentações financeiras do tenente-coronel, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal”, afirmou.

Ao todo, segundo o órgão fiscalizado, o ex-ajudante de ordens presidencial teria movimentado R$ 3,2 milhões durante sete meses. O período apurado foi de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023, quando foram registradas operações de débito no valor de R$ 1,4 milhão e créditos no valor de R$ 1,8 milhão. No entanto, o tenente-coronel, que está na ativa, tem remuneração mensal de R$ 26.239.

Leia também:
Mauro Cid fica em silêncio na CPI dos atos golpistas
Antes de se silenciar em depoimento, Mauro Cid diz que não participava de decisões de Bolsonaro