Um ano depois de balear e degolar Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador, de 68 anos, os dois criminosos que praticaram o crime com aval do Primeiro Comando da Capital (PCC) ainda continuam foragidos. A vítima, considerada o maior serial killer do Brasil, foi morta em 5 de março de 2023 em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

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A Polícia Civil paulista (PC) apurou que Pedrinho Matador havia discutido com traficantes do bairro Ponte Grande e queria proibir a comercialização de cocaína e maconha na região. O serial killer era contra o funcionamento de uma biqueira (ponto de venda de drogas) perto da casa dele porque tinha sobrinhos pequenos. 

Segundo a PC, o descontentamento gerou atritos com os responsáveis pelo tráfico e, por isso, ele foi morto com autorização do PCC. A corporação informou ainda que conseguiu identificar a dupla responsável pelo assassinato, mas apenas um teve o mandado de prisão autorizado pela Justiça. 

A coluna apurou que o suspeito já tinha dois mandados de prisão em aberto, sendo um por roubo e outro por receptação. Ele é considerado de alta periculosidade. Há rumores inclusive de que tenha forte ligação com líderes do PCC

Salvo por Marcola

O serial killer passou por diversas prisões no estado de São Paulo. Em 17 de dezembro de 2000, ele foi ameaçado de morte dentro da cadeia. Estava preso na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (SP), unidade prisional onde o PCC foi criado em 31 de agosto de 1993.

Ele acompanhou de perto uma das rebeliões mais sangrentas da história de São Paulo. Nove presos foram mortos, sendo três decapitados. Os rebelados chegaram inclusive a jogar bola com a cabeça de um deles, na quadra de futebol do presídio.

Os amotinados só não mataram Pedrinho graças à intervenção de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, de 56 anos, apontado como líder máximo do PCC, e de Idemir Carlos Ambrósio, o Sombra, o maior idealizador da facção criminosa, também assassinado na mesma unidade em meados de 2001.

Os presos queriam matar Pedrinho de qualquer jeito e chegaram até a humilhá-lo e a ameaçá-lo com facas. Marcola e Sombra salvaram a vida dele, porque Pedrinho prestou favores ao PCC. Mas alguns detentos não gostavam dele por ter paquerado Sonia Aparecida Rossi, a Maria do Pó.

A traficante de drogas cumpria pena em Taubaté naquela época. Era umas das poucas presas mantidas em castigo na unidade. Agentes penitenciários disseram que Pedrinho aplicava “cantadas” nela e essa atitude desagradava os integrantes da facção recolhidos no anexo do presídio.

Matou o próprio pai

Pedrinho Matador passou 42 anos atrás das grades. Ele foi preso pela primeira vez em 1973, mas conseguiu a liberdade em 2007. Quatro anos depois voltou à prisão para cumprir mais duas penas. Ele deixou a cadeia pela porta da frente em 2017.

Pedrinho Matador foi acusado de ter assassinado 71 pessoas. A primeira vítima foi o vice-prefeito da cidade de Alfenas, em Minas Gerais, que foi morto porque demitiu o pai dele, apontado como suspeito de ter roubado merenda escolar.

Ele também assassinou o próprio pai após descobrir que ele havia matado sua mãe com 22 golpes de facão. Pedrinho Matador foi condenado inicialmente a 126 anos pelos assassinatos. Mas a pena total dele somava 400 anos.