A novidade da noite de sexta-feira, 14, foi o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandar estender uma grande bandeira do Brasil na fachada do Palácio do Planalto. Mais do que isso: desafiou alguém a obrigar sua retirada. Sem fazer citações, disse que “ninguém vai ter a coragem”.

A iniciativa havia sido antecipada por Bolsonaro em transmissão ao vivo pelas redes sociais com um grupo de apoiadoras de Minas Gerais. A “diferença” é que Bolsonaro havia lhes anunciado que a bandeira seria estendida em sua “casa”, o Palácio do Alvorada, residência oficial dos presidentes, e não no Planalto.

Na, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará negou pedido da Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, para retirar uma bandeira nacional do prédio que abriga a chamada Igreja Mãe em Belém, o templo mais antigo da Assembleia de Deus no País. Isso foi o “gatilho” para Bolsonaro decidir estender o pavilhão em Brasília.

“Hoje por exemplo, não vi o final da decisão de uma juíza. Mas o PT entrou na justiça para que uma igreja lá de Belém do Pará, que tem uma bandeira enorme do Brasil na entrada, fosse retirada, porque o PT diz que aquilo é propaganda eleitoral para o JB [Jair Bolsonaro]. Dessa vez, a juíza agiu corretamente. É um símbolo nacional, é um orgulho vermos uma bandeira do Brasil por aí, em local de destaque e logicamente temos que tratar de forma respeitosa. Mas o PT quis retirar a bandeira de lá”, afirmou o presidente na transmissão. “Hoje pedi para aquele bandeirão que existe lá em Brasília, pegar uma usada, enorme, mandei botar lá no Alvorada, que é a minha casa. Acho que ninguém vai ter a coragem de falar ‘retira daí se não vou te dar uma multa de não sei quanto por dia’. É a nossa bandeira do Brasil. A questão da censura vai devagar. Certas coisas você não perde de uma hora para outra. Você perde com o tempo”, completou.

A bandeira foi estendida no início da noite por funcionários e bombeiros do Palácio do Planalto. A Folha de S.Paulo questionou a Presidência da República sobre qual o motivo da colocação da bandeira e por quanto tempo ela vai permanecer estendida. Não houve retorno. Também questionou o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma vez que a Esplanada dos Ministérios e o próprio Planalto são tombados. Também não houve resposta.