Artista pernambucano lança coleção inspirada na cultura nordestina em Goiânia
15 outubro 2015 às 16h31
COMPARTILHAR
Coleção Turbulência marca estreia de Fábio Melo no Design de Produtos. Peças misturam barro, acrílico, madeira, ferro, fibra e até peças de Lego
Designer gráfico pernambucano inaugura nova fase da carreira com conjunto de obras que remete à cultura nordestina. A riqueza cultural de Caruaru é o mote de “Turbulência”, coleção de 12 objetos que o designer gráfico Fábio Melo, pernambucano radicado em Goiânia, lança no dia 22 de outubro.
As peças estarão disponíveis com exclusividade em Goiânia na ID+D Identidade do Design. No dia, aliás, a loja realizará uma mostra a partir das 17 horas, para o lançamento oficial da coleção.
Fábio é designer gráfico formado pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). Estudou ainda Arte e Desenho Publicitário no Atelier Blaise Rossetti, em Paris. Se antes era dono de agência em Recife, em Goiânia está fazendo essa transição para o Design de Produtos. Versátil, ele é ocasional chef de cozinha e cria cães da família dos Galgos.
“Turbulência” surgiu a partir de um convite da Zanatta Casa, consagrada marca de cerâmicas. Meticuloso, Fábio desenhou a coleção e foi à fábrica — em Quintana, interior de São Paulo — para executar os protótipos pessoalmente.
Chegando lá, tudo teve que ser descartado, porque as peças não seriam possíveis com a matéria prima, o barro — e também porque não havia gostado do resultado.
Em “pânico”, Fábio avistou dezenas de galos pelo jardim da Zanatta. Ele conta que, imediatamente, voltou à infância quando, aos sábados, acompanhava a avó na feira de Caruaru.
“Ela voltava cheia de compras, com um funcionário devidamente encarregado de levar o balaio na cabeça. E um galo vivo debaixo do braço. E era o tal galo que me deixava desconfortável, adiava os passos para ninguém me ver”, conta Fábio.
Coleção
Da pequena viagem ao tempo surgiu, então, a luminária Rabo de Galo, com penas desidratadas da ave e primeira peça a se materializar após a “crise”.
Assim nasceu “Turbulência”, composta de 12 peças que misturam materiais como barro, acrílico, madeira, ferro, fibra e até peças de Lego. “A inspiração é de raiz mas os objetos são absolutamente contemporâneos”,revelou.
Dessa maneira, estão lá a caatinga, os pífanos e, principalmente, Caruaru, sua cidade natal. “À noite, quando iluminada, ela parece um cuscuz. Foi assim que criei e batizei a peça que leva seu nome”, descreve uma delas.
Uma das fortes referências estéticas de Fábio, aliás, vem da cidade. São os ceramistas Vitalino e Galdino, que viveram no bairro do Alto do Moura, local onde está um enorme centro de arte figurativa do barro.