Artista paulista mescla performance e spoken word com música experimental eletrônica
16 dezembro 2016 às 18h43

COMPARTILHAR

Sensorial e urbano, o contemporâneo “Turbulência” é o primeiro projeto solo da artista Sandra-X
Yago Rodrigues Alvim
Inspirada no slam poetry, saraus e em artistas como Laurie Anderson, Sandra Ximenez se debruça agora nas artes como Sandra-X. Com uma temática urbana, seu primeiro trabalho solo, o intitulado “Turbulência”, é contrastado por timbres e texturas de elementos fluidos da natureza, criando um universo provocativo e sensorial que liga a música e a literatura pela lógica do hipertexto.
Etéreo e intimista, o trabalho cria um clima intimista ritmado por bases eletrônicas produzidas por ela em conjunto com Felipe Julián, seu parceiro de palco, enquanto as composições devaneiam acerca das relações do ser humano com o externo, com o meio em que está inserido, seja ele a cidade ou o próprio corpo.
Sandra revisita as matrizes da música chegando à palavra falada enquanto o canto volta a ser poesia como forma de expressão contemporânea: “Quando você fala, você ganha mais atenção do que quando canta. É uma experimentação relacional”. Ela se inspira no slam poetry, nos saraus e em artistas como Laurie Anderson.
O álbum inclui textos próprios, como “Eixo Ondulante”, “Em Deriva” e “Dou Linha”, bem como das autoras Rosane Preciosa e Claudia Schapira, da filósofa Marion Hesser, de Vânia Medeiros, que também assina as artes do álbum, uma obra a parte, e poemas de Ricardo Domeneck e Sérgio Cohn. Já “Um Lugar Chamado Cidade” é uma faixa que parte da escrita automática do parceiro performer Pedro Galiza após uma deriva de 24 horas com o Coletivo Dodecafônico, do qual Sandra-X faz parte e de onde nasce boa parte da essência do projeto.
Você pode conhecer o trabalho nas diversas plataformas de streaming, como Spotify e outros. É só procurar por Sandra-X.
A artista
Com mais de 30 anos trilhados por entre as possibilidades das artes, Sandra Ximenez tem ainda trabalhos autorais nos grupos Vésper Vocal, A Barca e Axial – este último, em parceria com Felipe Julián, onde atua também na criação e operação ao vivo de trilhas sonoras para dança e cinema. No Coletivo Dodecafônico, onde atua hoje, ela realiza performance e intervenção urbana.
Com Axial e os demais grupos, participou de festivais e turnês pelo Brasil e Europa. O Axial ganhou na categoria Música Experimental o Prêmio Catavento, da Rádio Cultura, pelo Conjunto da Obra.
Como Sandra-X, iniciou seu primeiro projeto solo intitulado, o “Turbulência” (2016), no Cine Performa da Red Bull Station em 2015. Durante o processo de criação, participou de performances lítero-musicais com o Projeto Baião de Spokens, pelo Circuito Sesc de Artes, Festival de Inverno do Sesc Rio e Sesc São Paulo, com participações de Alice Ruiz, Alzira E., Arrigo Barnabé, Kiko Dinucci e outros.
“Turbulência” tem o apoio do ProAC, com composições de Sandra-X, produção musical e audiovisual de Felipe Julián, pelo Selo Fonográfico Circus, acompanhado de livro de imagens criado pela artista Vânia Medeiros, que assina também a arte do álbum, e site desenvolvido por Papá Fraga.
Escute “Trampolim”, versos de Claudia Schapira e Marion Hesser, no projeto “Turbulência”