5 discursos de (e sobre) mulheres: por que o feminismo tem se tornado uma palavra impopular?
08 março 2017 às 01h08
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Comemora-se neste 8 de março o Dia Internacional das Mulheres. E os outros dias?
O Ocidente avançou muito em suas relações sociais nas últimas décadas; avanços que agora parecem regredir um pouco com a retomada de espaço pelos conservadores. A história é cíclica. Nesse contexto, o movimento feminista, que alcançou vitórias importantes não só para as mulheres, mas para a sociedade em geral, sofre fortes ataques.
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Grande parte dos “atacantes” sequer sabe do que se trata, de fato, a ideia do movimento, mas atacam mesmo assim. Outros, mais tímidos, se restringem a dizer que não gostam dos exageros do movimento. Há exageros? Sim, há exageros em todos os lugares e em relação a todas as coisas, mas o importante aqui é a ideia; é ela que precisa ser compreendida: a igualdade entre mulheres e homens é uma necessidade.
Nesta lista, há mulheres falando sobre mulheres e da razão de “feminismo” nunca ter sido uma palavra popular. Não, não é de hoje; aliás, antes era pior. Não é popular a palavra, muito menos a ideia. O número de vídeos disponibilizados aqui poderia ser muito maior, mas alguns deles são grandes e, como quero que o leitor veja todos, resolvi reduzir para apenas cinco. Vale a pena assistir.
Emma Watson
Com toda a polêmica envolvendo o ensaio que atriz britânica fez para a Vanity Fair, é justo começar por ela, pois veio de Emma Watson um dos discursos mais interessantes da nova geração à frente da defesa das mulheres. É ela quem diz: “Vejo que a palavra feminismo é bastante impopular atualmente, mas a palavra não é importante; a ideia por trás dela, sim”.
O discurso foi o primeiro que a atriz fez na ONU, em 2014.
Chimamanda Adichie
A fala da escritora é muito boa, intelectual e discursivamente. Ela diz sobre a realidade vivida pelas mulheres africanas, especialmente na Nigéria, seu país natal, mas a verdade é que muitas pessoas do sexo feminino, do Oriente e do Ocidente, se identificam com ela. O discurso de Chimamanda é, portanto, universal: “Culturas mudam. A cultural não faz os povos, os povos fazem a cultura”.
Aviso: a plateia aplaude demais e, na maioria da vezes, desnecessariamente, mas vale a pena ver o vídeo completo.
Hillary Clinton
Do discurso da então primeira-dama dos Estados Unidos na 4º Conferência Mundial das Mulheres, da ONU, em 1995, em Pequim, uma frase se destaca: “Direitos das mulheres são direitos humanos”. O motivo é simples: enquanto mulheres forem tratadas como são atualmente, as chances dos seres humanos conseguirem criar o tão sonhado mundo de “paz e prosperidade” continuarão sendo mínimas.
Marcia Tiburi
A filósofa brasileira não é vista com bons olhos por muitos atualmente devido às suas posições políticas. Porém, o leitor há de concordar que no Brasil atual nenhuma posição política é plenamente aceita. Então, vejamos o que Marcia tem a dizer sobre feminismo. O vídeo, que é uma entrevista editada, mostra posturas interessantes e é a primeira desta lista a colocar no bojo da figura feminina os travestis, homossexuais, etc., que são descriminados em grande parte por serem “feminalizados”. Veja.
https://www.youtube.com/watch?v=ZKwzGDH-468
Simone de Beauvoir
Seu trabalho é inquestionavelmente importante para várias áreas do conhecimento, por mais que não se concorde com ele. Simone era uma intelectual e até os dias atuais ocupa um espaço relevante nos estudos teóricos. Largamente conhecida por “O Segundo Sexo”, a francesa acabou se tornando um ícone do feminismo e, certamente, nenhuma das mulheres cujos vídeos precedem este estaria aqui se não fosse por Simone.
De todos os vídeos, este é o que mais vale a pena.