Em Lisboa, o papa Francisco recebeu 13 vítimas dos crimes de pedofilia cometidos por clérigos portugueses. Em nome da Igreja Católica, o pontífice pediu perdão a todos os presentes que foram abusados sexualmente quando ainda eram menores de idade. O encontro aconteceu na noite desta quarta-feira, 2.

Também participaram do encontro representantes da Igreja portuguesa. Segundo nota oficial publicada pela Igreja, Francisco ouviu atentamente todos os relatos e a reunião durou pouco mais de uma hora. A reunião não estava na agenda do Papa.

Para o papa, a Igreja deve encarar todos os seus males se quiser sobreviver em um mundo novo, de grandes transformações. Segundo Francisco, o afastamento de fiéis, com frequência, é acentuado pela desilusão e pela aversão que alguns nutrem face ao comportamento da Igreja, devido “ao mau testemunho e aos escândalos que desfiguram o seu rosto”.

Além disso, ele convidou a todos para uma humilde e constante purificação, “partida do grito de sofrimento das vítimas que sempre se deve acolher e escutar”. Um grupo de portugueses reuniu recursos para espalhar outdoors em pontos estratégicos de Lisboa destacando os crimes sexuais de religiosos.

Um dos cartazes fica em frente a um dos palcos usados na Jornada Mundial da Juventude. O evento deve reunir mais de 1 milhão de peregrinos até o próximo domingo, 6.

Relatório da Igreja de Portugal

O relatório da Igreja de PortugalData do passado mês de fevereiro a publicação em Lisboa do relatório final da Comissão Independente (CI) para o estudo dos abusos sexuais contra menores na Igreja Católica em Portugal, que validou 512 testemunhos, num total de 564 recebidos, relativos a casos ocorridos entre 1950 e 2022.

O relatório foi anunciado pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) durante uma reunião on-line em dezembro de 2022. Na mesma ocasião, foi dada a notícia de uma assembleia extraordinária dos bispos da País ibérico, em 3 de março de 2023, com o objetivo de analisar o estudo da Comissão Independente sobre os abusos.