Repetindo o que tem acontecido com frequência, a Rússia está recuando as suas linhas na guerra contra a Ucrânia. Nesta semana, na quarta-feira, 11, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, ordenou que os soldados russos deixem a cidade de Kherson, localizada no sul do país. Até pouco tempo atrás, o centro urbano de quase 300 mil habitantes tinha sido “anexado” pelo presidente Vladimir Putin e estava sob lei marcial.

A cidade já está “bem vazia” da ocupação russa – como mostram imagens compartilhadas na internet –, sendo que grande parte dos invasores já começaram a atravessar o rio Dniepre na última semana. A previsão é que a Ucrânia retome o controle total da cidade das regiões próximas em breve, mesmo agindo com cautela.

Outras estimativas, entretanto, apontam que milhares de soldados russos podem ficar presos durante a retirada, isolados enquanto o exército ucraniano avança. O que ainda pode gerar vários combates dentro do centro urbano. 

Na última semana, Shashank Joshi, um dos editores do The Economist, conversou com uma autoridade do ocidente, provavelmente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Durante o diálogo, a fonte confirmou que estava acontecendo uma retirada, mas que foi apresentada como como “evacuação” pelo Kremlin.

Infelizmente, durante o processo de recuo, vários moradores de Kherson também podem ter sido sequestrados, incluindo crianças. Fora outros inúmeros que podem ter sido mortos cruelmente durante o período de ocupação. 

Mais tropas, menos equipamentos

A autoridade ocidental, fonte de Joshi, também destacou que a Rússia aumentou gradualmente a quantidade de reservistas, mas sofre com o fornecimento de equipamentos e treinamentos adequados para as novas tropas. Por exemplo, existem muitos materiais bélicos armazenados, como munições, que não foram aprovados para uso em combate porque falharam nos testes padrões.

Fora os constantes ataques ucranianos focados em quebrar a logística do invasor. Dia após dia, o exército local destrói locais estratégicos para a ofensiva russa, incluindo depósitos de munições e combustível.

O resultado disso? Soldados russos são vistos utilizando equipamentos da Segunda Guerra Mundial, como capacetes ultrapassados e rifles Mosin-Nagant.

Até mesmo os equipamentos avançados, como os resilientes helicópteros Kamov Ka-50 e Ka-52 também sofrem. Rotineiramente, a resistência local derruba as aeronaves de todas formas possíveis, até mesmo com míssil antitanque. Fora que eles começaram a sofrer também com falta de munições.