Depois de quase sete meses do início da “Operação Militar Especial” na Ucrânia, ordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, a situação não está bem para o lado russo. Se não bastasse o isolamento do país da globalização contemporânea, a insatisfação interna crescente e possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial, os invasores não conseguem ter êxito militar no país vizinho. Não só problemas de logística e de planejamento, as Forças Armadas da Federação Russa estão sofrendo uma contra ofensiva extremamente eficaz dos locais.

Não estamos falando do fracasso em conquistar a capital Kyiv – sim, Kyiv e não Kiev, no início da guerra. Mas sobre perdas de territórios conquistados nos primeiros dias e de conflito e até mesmo de locais onde os separatistas controlavam desde 2014. Por exemplo, nesta semana, os ucranianos liberaram a vila de Torske, perto de Lyman, na região de Donetsk. Ao mesmo tempo, ainda avançam para reconquistar as cidades de Lysychansk e Severodonetsk, fundamentais para o controle do oblast de Luhansk.

Só que os esforços acontecem por todo país, com forte apoio ocidental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o exército ucraniano se reestruturou e segue marchando para retomar cidades importantes como Kharkiv e Kherson, perdidas durante os primeiros dias de invasão.

Um exemplo de “presente” da Otan que ajudou os ucranianos foram os lançadores de foguetes M142 High Mobility Artillery Rocket System – conhecidos popularmente como HIMARS. Os “brinquedinhos” americanos ajudaram os ucranianos a atacarem alvos a longas distâncias com grande precisão. O que mudou o rumo da guerra entre os ucranianos e os russos.

Dessa forma, o exército ucraniano conseguiu atacar alvos estratégicos que causaram crises de desabastecimento e enfraqueceram as linhas de frente, incluindo a região de Donbas.

Por outro lado, os russos tentam mobilizar e preparar novas tropas para entrar em combate… Só que a população com idade militar está fugindo do país, aos milhares, apesar dos esforços do governo em fechar a fronteira. Fora que o despreparo e a falta de equipamentos ainda pesam em desvantagem no combate.

Restou apenas as ameaças de uso de armas nucleares por parte da Rússia, tal estratégia que pode ser um blefe, anda ganhando destaque com o decorrer do fiasco. O risco de um “armagedom nuclear” talvez nunca esteve tão perto desde a crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962.

No final das contas, como foi dito nas redes sociais, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky é realmente um excelente comediante, ele transformou a Rússia em uma grande piada.