Bastidores

[caption id="attachment_25984" align="alignright" width="620"] Agenor Mariano é teleguiado? | Foto: Jornal Opção/Arquivo[/caption]
O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, ficou calado durante quase três anos. Quem visitava a prefeitura chegava a pensar que não falava, tal o mutismo. De repente, Iris Rezende colocou pilha e o jovem peemedebista destrambelhou a falar — desagradando até aliados. Há inconsistências em seu discurso. Ele garante que não tem cargos na prefeitura, mas tem vários. Menciona a erosão da Marginal Botafogo, mas, se o problema não é recente, por que não se manifestou antes, dando sugestões?
Na questão do reajuste do IPTU, Agenor Mariano, fazendo política, é claro, omite que o aumento atinge apenas a classe “A”.
A imagem que está se cristalizando é que Agenor Mariano é um político que não tem opiniões próprias — daí o silêncio de quase três anos — e que é teleguiado pelo titereiro Iris Rezende. A explosão recente está pegando mal, dado o fato de que estava tentando construir a imagem de um político ponderado e civilizado. Agora, quando fala, deixa a impressão de que está descabelando, que está numa fase aguda de piti ou histeria.

[caption id="attachment_53722" align="aligncenter" width="620"] Magda Mofatto e Magal Foto: Mantovani Fernandes[/caption]
A deputada federal Magda Mofatto está organizando uma mega estrutura com o objetivo de disputar mandato de senadora em 2018. A líder do PR é atuante e presente junto às bases.
Para se fortalecer em Caldas Novas, a parlamentar pode bancar um candidato que não seja o prefeito Evandro Magal. Por enquanto, sugere que apoia o postulante do PP. Mas, dependendo do quadro político em 2016, pode apoiar outro candidato.
A hesitação de Magda Mofatto tem sentido. Porque a tendência é que, na disputa de 2018, Evandro Magal apoie o senador Wilder Morais, presidente do PP, e o governador Marconi Perillo para o Senado — deixando a “companheira” na chapada. Por isso, antecipando a puxada de tapete, a deputada federal pode deixá-lo na chapada dois anos antes.

[caption id="attachment_53720" align="alignright" width="300"] Daniel Antônio[/caption]
Acompanhado do amigo Renato Bernardes, do PP, o ex-prefeito de Goiânia Daniel Antônio conversou com um repórter do Jornal Opção. Ele contou que, aos 75 anos, toma cinco comprimidos por dia, um deles para hipertensão. “Mas estou forte e ‘sacudido’”, sublinha. “Sou feliz. O PT, ao montar um esquema para roubar o dinheiro do povo, transformou o Brasil num país infeliz. É muito duro ter de aguentar a ‘cambada’ petista, que passou a vida de dedo em riste acusando políticos de outros partidos das maiores iniquidades.”
Entretanto, o tema preferido de Daniel Antônio não é Dilma Rousseff e Lula da Silva, e sim Iris Rezende. “Tenho pena do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. As gestões de Iris são assim: o peemedebista produz dívidas em série, deixa obras para o sucessor pagar e depois sai dizendo que as contas estavam em dia. Além disso, como está acontecendo agora com o gestor petista, um homem decente, Iris é dado à perseguição pessoal. O primeiro vice-prefeito dele era Gabriel Elias Neto, grão-mestre da Maçonaria. Iris chegou a proibi-lo de entrar na Prefeitura de Goiânia.”
Quando foi eleito prefeito de Goiânia, em meados da década de 1980, “contra a vontade de Iris”, Daniel Antônio conta que “penou” muito. “Como eu era uma voz independente e não me subordinava ao cacique político, fui perseguido e atrapalhado — os iristas só faltaram dizer que incendiei Roma, como chefe de Nero. O ICMS da prefeitura da capital caiu muito quando Iris era governador de Goiás. O fato é que Iris temia meu crescimento político e, como não conseguia mandar na minha gestão, decidiu me destruir. O cacique é especializado em destruição, não em construção.”
Depois de ser afastado da prefeitura, acusado de cometer irregularidades, Daniel Antônio sublinha que, desde o início, entendeu que se tratava de uma perseguição movida por Iris Rezende, que “influenciava a imprensa para inflar as denúncias”. “Apesar da perseguição implacável, nada provaram contra minha gestão e acabei voltando à prefeitura, mas Iris conseguiu o que queria — destruir uma carreira política promissora. Em um ano e três meses, e depois em mais 105 dias, construí 93 salas de aula, fez o mercado central e comecei a preparar a emancipação de Senador Canedo. Mas o irismo tentou apagar minha história, que é a história de um político popular.”
Daniel Antônio frisa que Paulo Garcia precisa ficar atento. “Iris conspira o tempo todo contra quem não o segue caninamente, sempre nos bastidores, e pondo alguém para dizer aquilo que não tem coragem de expor publicamente. Sei que Paulo Garcia é conceituado e, por isso, precisa esclarecer como encontrou o cofre da prefeitura.”
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Prefeito Paulo Garcia discursa durante evento no Curitiba III | Foto: Marcello Dantas / Jornal Opção[/caption]
Na opinião de Daniel Antônio, e sua linguagem é reproduzida na íntegra, sem eufemismo, “Iris ‘sacaneou’ o governador Henrique Santillo, na segunda metade da década de 1980”. O ex-prefeito frisa que, “como era muito ligado ao presidente José Sarney, de quem era ministro, Iris ‘sacaneou’ Santillo o tempo inteiro. Quando do acidente com o césio 137, em vez de ajudar o governador goiano, Iris decidiu prejudicá-lo. Os iristas espalharam, inclusive com o apoio de parte da imprensa, que Santillo estava construindo um hospital em Ribeirão Preto, quando todos sabiam, inclusive Iris, que era tudo mentira. Santillo era um político íntegro, um homem inatacável”.
Na opinião de Daniel Antônio, Iris Rezende é um político monotemático. “Conheço todas as suas táticas, que são poucas. Ele sempre instrumentaliza alguém, como agora faz com o vice-prefeito Agenor Mariano, para atacar um político que, até há pouco, caso de Paulo Garcia, era seu aliado. Se um político contraria Iris, minimamente que seja, se torna, de um dia para o outro, seu inimigo figadal.”
Há uma “diferença crucial” entre Iris Rezende e Marconi Perillo, na interpretação de Daniel Antônio. “Marconi é um político perceptivo, jamais perde o respeito e o carinho por seus aliados, enquanto Iris só admite ‘cordeiros’ ao seu lado. Todos aqueles que questionam seu poder, ainda que não seja de maneira radical, é perseguido e excluído do grupo. Torço para que o jovem deputado federal Daniel Vilela sobreviva à fúria do coronel do PMDB. Iris é um político do ‘mal’ travestido de político do ‘bem’.”
Para Daniel Antônio, Iris Rezende “é um político limitado, sem cultura, por isso não conseguiu se inscrever na política nacional. Iris sempre foi um político de província, nada tem de cosmopolita. Marconi Perillo, pelo contrário, discute de igual para igual com qualquer político nacional. O jovem tucano modernizou Goiás e se modernizou. Ele conhece o mundo, não se esconde em fazendas do Xingu. Por isso digo que está pronto para disputar a Presidência da República. É firme, lúcido e tem a malícia necessária a todos os políticos que se consagram nacionalmente. Depois do quarto mandato, não resta outra alternativa: deve participar, de maneira mais ativa, da política nacional. Observe-se que a crise econômica está instalada em todo o país, mas em Goiás é menor, porque Marconi fez a lição de casa, enxugando a máquina estatal, tendo coragem de enfrentar o populismo caboclo”.
Ao término da entrevista, Daniel Antônio disse que não está filiado a nenhum partido político. “Mas pode escrever que, como derrotou Iris três vezes, vingando-me, Marconi é, hoje, meu herói político. Portanto, pode anotar que sou ‘filiado’ ao PMP, quer dizer, Partido do Marconi Perillo. Esclareço que não sou candidato a mais nada. Sou um observador distanciado da política, daí minha independência e meu rigor ao fazer certos julgamentos. Por fim, sugiro que Paulo Garcia faça como Daniel Vilela: reaja aos ataques diretos e indiretos, por intermédio de esbirros, de Iris Rezende. O cacique peemedebista só é corajoso com os que não reagem.”

[caption id="attachment_46273" align="aligncenter" width="620"] Deputado estadual Lissauer Vieira[/caption]
Pesquisas sobre a disputa eleitoral de Rio Verde sugerem que, no momento, há uma polarização entre Heuler Cruvinel, do PSD, e Paulo do Vale (se puder disputar), do PMDB.
Motivo: estão há mais tempo propagando que são “candidatos”, quer dizer, são os nomes mais conhecidos. Porém, quando se discute perspectiva de crescimento — e considerando que há indícios de que Heuler Cruvinel e Paulo do Vale têm um teto e, para ganhar, precisam de um “plus” que, no momento, não têm —, há uma surpresa: o nome do deputado Lissauer Vieira surge como uma espécie de fenômeno.
Na medida em que é apresentado como candidato, em que se sabe que tem o apoio da base do prefeito Juraci Martins, o parlamentar aparece como o pré-candidato que tende a deslanchar. Noutras palavras, é possível que seja o único capaz de romper a polarização, surgindo como fato novo, e assim ganhar as eleições.
É cedo para afirmações peremptórias, mas o fato é que Lissauer Vieira, por ser jovem e não ter desgaste pessoal, pode ser visto como a alternativa.

[caption id="attachment_47363" align="aligncenter" width="620"] Ilézio Inácio Ferreira e Júnior Friboi: os sócios do megaempreendimento | Foto: Henrique Alves[/caption]
O desgaste do Nexus em Goiânia, gestado por irregularidades, como um Estudo de Impacto de Vizinhança supostamente falsificado — que está sendo investigado pelo Ministério Público —, pode atrapalhar, em larga medida, a expansão dos negócios da Construtora Consciente, de Ilézio Inácio Ferreira, e da JFG Empreendimentos, de Júnior Friboi, tanto em Goiás quanto em outros Estados. Reputação é fundamental para quem negociar em praças desconhecidas.
Não há a menor dúvida de que Ilézio Inácio e Júnior Friboi são empreendedores competentes. Mas os problemas com o Nexus — shopping, hotel, salas comerciais e torre corporativa — sugerem, do ponto de vista da sociedade, que os empresários não respeitam as leis. Sugerem, sobretudo, arrogância e, até, cinismo.
Ilézio Inácio precisa desenvolver a consciência de que as palavras devem ter sentido verdadeiro, não podem tão-somente enfatizar lugares-comuns, escondendo, por vezes, inconsistência e, quiçá, inconsciência. Uma construtora que tem o nome de Consciente tem o dever de trabalhar estritamente dentro das leis, com Estudos de Impacto de Vizinhança e de Trânsito absolutamente sérios e transparentes.
Os gigantes às vezes começam a cair por causa de “pequenos” problemas e deslizes (como a suposta falsificação do Estudo de Impacto de Vizinhança). Ilézio Inácio por certo lembra-se que a Encol chegou a ser a maior construtora do Brasil e uma das maiores, senão a maior, da América Latina. E quem fala da Encol hoje? Só advogados e magistrados.

[caption id="attachment_40741" align="aligncenter" width="620"] Ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula[/caption]
O ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula esteve com o governador de Goiás, Marconi Perillo, na semana passada, e conversaram sobre política nacional e local. O líder do Pros em Anápolis relatou ao tucano-chefe que pretendia disputar mandato de vereador, mas que, ante o vazio político no município, pode disputar a prefeitura. “Marconi sugeriu que devo disputar mesmo e que é preciso ‘perseguir’ os sonhos.” Amigo de Aécio Neves e de Pimenta da Veiga, o político nascido em São Paulo, como Henrique Santillo e Adhemar Santillo, pretende ajudar Marconi Perillo no estabelecimento de um projeto político nacional.
Ernani de Paula, que mantém interlocução frequente com o empresário Marcelo Limírio, sogro do deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB, é peremptório: “Estou convicto de que Baldy será candidato a prefeito de Anápolis porque percebe a cidade como trampolim para, adiante, disputar o governo do Estado. Ele me disse que será candidato e que não abre mão disso. Dado o fato de ter estrutura, num momento de crise e em que o financiamento da campanha será por pessoa física, está com a faca e o queijo nas mãos”.
Alexandre Baldy, segundo Ernani de Paula, já teria acertado o apoio de 12 partidos. “Procede que há partidos que não somam muito, mas cria-se um efeito psicológico de que o apoio é muito amplo. Além disso, quanto mais candidatos a vereador, mais se tem força eleitoral”, frisa o pré-candidato do Pros. “A diferença entre eu e Baldy é que tenho mais experiência, não piso mais em pau podre.”
No momento, Ernani de Paula está conversando com todos os pré-candidatos. “Falei com o vereador Fernando Cunha, mas não me parece que está com ‘pinta’ de candidato a um cargo majoritário. A tendência é que apoie a candidatura de Baldy.”
Quanto ao prefeito João Gomes, Ernani de Paula julga que o eleitorado vai avaliá-lo como integrante do PT. “O PT queima hoje até seus melhores candidatos. Outro problema é que João Gomes não conseguiu superar, em termos de gestão, a imagem do prefeito anterior, Antônio Gomide, o que enfraquece sua candidatura à reeleição. Para fortalecer sua imagem talvez trabalhe a ideia de que é mais empresário do que político.”
Frederico Jayme seria, na opinião de Ernani de Paula, “um excelente nome para a disputa. Mas não tem articulando na cidade”. José de Lima, avalia o ex-prefeito, não tem viabilidade eleitoral — estaria apenas se cacifando para a disputa de 2018. “Se candidato, o que vai dizer aos eleitores sobre o fato de que seu irmão é líder do governo na Câmara Municipal?”
Ernani de Paula sublinha que não subestima Carlos Antônio, que está deixando o Solidariedade. “Mas, se tem vários cargos na prefeitura, como vai criticar o prefeito João Gomes na campanha? O eleitor pode não entender. Na sexta-feira, 4, pela primeira ele falou mal da presidente Dilma Rousseff. Por que só agora? Soa como ‘oportunismo’. Visitei-o em seu escritório político. Cerca de 100 estavam na porta do escritório, sugerindo clientelismo, prática política antiga e superada. De qualquer forma, é preciso admitir que as pesquisas de intenção de votos apontam que não se trata de um candidato fraco.”
Sobre a política nacional, Ernani de Paula é enfático: “Assisti ascensões e quedas. A queda do PT é uma espécie de ruína do Império Romano esquerdista. Não há escapatória. O partido saiu do Paraíso, chegou ao Purgatório e está a caminho do Inferno. O único problema é que o PT não é Beatriz e, portanto, não tem um Dante Alighieri para guiá-lo; consequentemente, dificilmente escapará do, digamos, inferno astral”.
Máquina de fazer política, equiparável ao ex-deputado federal Luiz Bittencourt (PTB) — tanto que há quem o chame, em Anápolis, de Ernani “Bittencourt” de Paula —, o ex-prefeito parece ter o dom da ubiquidade. Agora, pôs no ar o site Anápolis 24 Horas (www.anapolis24horas.com.br) e vai inaugurar o Escritório de Políticas Públicas Henrique Santillo.
No plano nacional, Ernani de Paula frisa que as coisas estão feias para Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. “O candidato do PSDB a presidente da República será Aécio Neves. Anote e me cobre depois. Seu vice pode ser o governador Marconi Perillo. O PT não tem escapatória: terá de bancar Lula da Silva. Só tem ele. Não tem outra alternativa. Ciro Gomes e Marina Silva devem disputar e são competitivos.”

[caption id="attachment_27736" align="aligncenter" width="620"] Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Há uma briga de foice no escuro no PMDB para saber quem vai ser vice de Iris Rezende na disputa para a Prefeitura de Goiânia. O favorito do peemedebista-chefe é Agenor Mariano. Mas Bruno Peixoto articula dia e noite, às vezes até de madrugada, para ser o vice. Aos que sugerem que o ex-prefeito não confia na sua independência e em relação ao governador Marconi Perillo, rebate que seu pai é irista desde criancinha.
Na opinião de um deputado, a disputa para ser vice de Iris Rezende é praticamente uma campanha à parte. “Se Agenor Mariano se apresenta como o ‘favorito de Iris”, Bruno tende a se apresentar como o favorito do partido”, afirma um deputado.
Quanto ao vice ser indicado pelo DEM, o mesmo deputado ressalta: “Se o senador Ronaldo Caiado disser que o vice vai ser do DEM, se fizer a imposição, Iris nem vai discutir — aceita na hora. Mas o que sei é que Caiado não vai impor nada, esperando, muito mais, o apoio do irismo para ele disputar o governo de Goiás em 2018”.

Ex-prefeito de Itaberaí, Wellington Baiano, do Solidariedade, foi condenado em segundo grau, depois perdeu o recurso especial e, agora, tenta um recurso extraordinário. “É o seu último suspiro”, diz um advogado.
Um aliado de Wellington Baiano acredita que é possível uma manobra judicial. O processo está nas mãos do desembargador João Waldeck. Resta saber se o recurso extraordinário “sobe” ou não para Brasília.
A condenação do ex-prefeito soma 13 anos — cinco anos por improbidade administrativa e oito anos pela ficha suja —, o que resulta que só pode disputar eleição em 2028.
A disputa para prefeito de Itaberaí deve ficar mesmo entre o prefeito Roberto Silva, do PP, e a ex-prefeita Rita de Cássia, do PSDB.

[caption id="attachment_26180" align="aligncenter" width="600"] Flávia, Marconi e Jânio: aliança?[/caption]
Sem recursos financeiros e com dívidas de campanhas anteriores — decorrentes de disputar eleições de dois em dois anos —, a deputada federal Flávia Morais (PDT) pode não ser candidata a prefeita de Trindade, em 2016.
Seu grupo avalia que ainda é cedo para definir um posicionamento, mas há indícios, cada vez mais fortes, de que a parlamentar, que tem uma capacidade de trabalho extraordinária, estaria articulando uma aproximação com Jânio Darrot (PSDB). Ela apoiaria sua reeleição, teria sua eleição em 2018 bancada pelo prefeito e poderia disputar a prefeitura em 2020. Darrot, que conseguiu organizar a máquina pública, que havia sido arrasada pelo ex-prefeito Ricardo Fortunato, começa a deslanchar.
O acordo entre Jânio Darrot e Flávia Morais tem a bênção do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Se fechado, será um problema a menos para a base do governo.

[caption id="attachment_31866" align="aligncenter" width="620"] Edward Madureira: brevemente, o ex-reitor da UFG deve ser um dos
destaques do governo federal | Foto: Dermeval Saviani / UFG[/caption]
“Muito barulho por nada.” Este poderia ser o lema do PMDB, que criticou o deputado federal Daniel Vilela por ter indicado o professor-doutor Edward Madureira, ex-reitor da Universidade Federal de Goiás, para o cargo de secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social.
Entende-se parte da “grita” do peemedebismo nacional, pois seus integrantes, por desconhecimento, não sabem que não se trata apenas de um “político do PT”, como disseram, ocupando um “espaço” dos aliados do vice-presidente Michel Temer. Edward é político — primeiro suplente de deputado federal —, mas é, sobretudo, um técnico altamente qualificado e pragmático. Ele sabe “arrancar” ideias do papel e transformá-las em ações. Sua escolha foi, portanto, um ato de inteligência, independência mental e descortino do parlamentar goiano. O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, está satisfeito com a eficiência e a capacidade de trabalho de seu subordinado.

[caption id="attachment_52006" align="aligncenter" width="620"] Foto: Yocihar Maeda[/caption]
O presidente do PT em Goiânia, deputado estadual Luis Cesar Bueno, diz que o partido vai financiar pesquisas eleitorais para contribuir no afunilamento e definição do candidato a prefeito da capital. “Nós vamos trabalhar intensamente para o candidato que for escolhido”, sublinha o petista. “Para enfrentar um candidato como Iris Rezende, apontado como favorito, precisamos de pesquisas qualitativas.”
Luis Cesar não exclui Edward Madureira, mas a maioria dos petistas avalia que, ao aceitar um cargo federal e na cota do PMDB, dificilmente o ex-reitor da UFG terá condições de ser candidato em Goiânia, onde o principal adversário do partido é o peemedebista-chefe Iris Rezende. “Edward é um dos grandes valores do partido”, contemporiza o deputado estadual.
O petista sublinha que é visível que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, está numa “boa” fase. “Paulo e o PT vão ser protagonistas nas eleições de 2016, apesar de todo o desgaste nacional do partido. Paulo avalia que, do ponto de vista eleitoral, as coisas só começam a ficar claras a partir de abril. Por enquanto, o que há, no geral, é jogo de cena, mas não definições. O que parece muito sólido hoje amanhã poderá estar enfraquecido e o que parece fragilizado pode se tornar forte.”
Paulo Garcia, frisa Luis Cesar, “vai reorganizar o centro de Goiânia e está fazendo um belo trabalho na periferia”. O deputado avalia que “tentar isolar e ‘emparedar’ Paulo, como parte do PMDB está tentando fazer, é um equívoco. A gestão do prefeito está cada vez melhor e isto é visível para todos. Inicialmente, são os formadores de opinião que percebem o fato e vão comentando, mas, aos poucos, toda a sociedade vai percebendo que se está trabalhando, e muito, para melhorar a cidade, para requalificá-la”.
A presidente Dilma Rousseff, na opinião de Luis Cesar, “não vai sofrer impeachment. Ao ter Eduardo Cunha como propositor, matou-se, por assim dizer, a ideia de impedimento. O petismo sabe se mobilizar para a ‘guerra’ e, por isso, vai mostrar que a presidente tem apoio público para continuar administrando o país e melhorando a vida da maioria das pessoas”.

Acredita-se que, para derrotar Ernesto Roller (PMDB), na disputa pela Prefeitura de Formosa, só um milagre ou um quase-santo. Há quem queira lançar padre Mário Vieira para prefeito, com a missão de enfrentar o peemedebista. O religioso não sugere que pretende disputar. Se concorrer e atrair o presidente da Câmara Municipal, Jurandir Alves, para a vice, tem chance de ser eleito.

Não se trata de metáfora a respeito de uma possível queda eleitoral. Na verdade, o prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango, sofreu um grave acidente doméstico na semana passada. O piso de sua residência estava molhado e Hildo do Candango escorreu e caiu de costas. O prefeito fraturou três vértebras e está imobilizado por um colete. Mesmo assim, Hildo do Candango continua fazendo política. Seu principal rival na disputa pela prefeitura tende a ser o ex-prefeito Geraldo Messias. Vai ser uma guerra de gigantes.

[caption id="attachment_45490" align="aligncenter" width="620"] Prefeito de Luziânia | Crédito:Y. Maeda[/caption]
Pintou desespero no grupo do prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin. Seus aliados, percebendo que Marcelo Melo consolida sua liderança com folga — consta que os eleitores, antes de serem pesquisados, já gritam, de longe: “Marcelo Melo”, espécie de Coca-Cola da política do município —, começaram a dizer que o tucano vai acabar desistindo da disputa.
O que eles não explicam é como alguém pode desistir de uma disputa se lidera todas as pesquisas de intenção de voto?

O PSDB é forte no Entorno do Distrito Federal, pelo fato de que tem o governador do Estado. Mas a situação do partido não é nada fácil. É muito provável que o partido eleja apenas um prefeito na região — o de Luziânia. Marcelo Melo é hors concours.