Bastidores
O deputado estadual Lucas Calil quase levou o prefeito de Piracanjuba, Amauri Ribeiro, para o PSL. Na última hora, o controverso gestor municipal recuou com um argumento sui-generis: não queria deixar o PRP por causa do número—44. Embora em litígio com o presidente do PRP, Jorcelino Braga, Amauri Ribeiro aprecia o número 44, fácil de gravar e simbólico, e por isso optou por não mudar-se de mala e cuia para o PSL. Lucas Calil ficou desapontado.
O pré-candidato do PSDB a prefeito de Aparecida de Goiânia, o professor e empresário Alcides Ribeiro, disse ao Jornal Opção na quarta-feira, 20, que está buscando o consenso. “Não é fácil e é provável que a base do governador Marconi Perillo tenha de dois a três candidatos em Aparecida — eu, o deputado estadual Marlúcio Pereira e o vereador Willian Ludovico.” O que não se sabe direito é se o PSB faz parte da base governista. Alcides Ribeiro sabe, porém, que o rival a ser batido, o mais consistente, é mesmo Gustavo Mendanha, do PMDB. “O governador Marconi Perillo quer o consenso de sua base, mas não será fácil firmá-lo. Eu e Marlúcio queremos ser candidatos a prefeito — não a vice. No segundo turno, que é certo, nós unimos a base. Nós reestruturamos o PSDB e o partido deve eleger, no mínimo, quatro vereadores”, afirma Alcides. “Estou conversando com o coronel Silvio Benedito, que é um homem sério e inteligente. Ligado ao governador Marconi Perillo e ao vice-governador José Eliton, é um político consistente e, se aceitar ser o meu vice, será muito bem recebido, porque agregará valor à minha campanha. O tema da segurança pública é candente em Aparecida”, diz o professor-empresário. Quanto a Ozair José, que permanece filiado ao PSDB, Alcides Ribeiro admite que talvez não conte com o seu apoio. Ozair José e Chico Abreu estariam conversando com Marlúcio Pereira.
O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Ozair José, trocou o PT pelo PSDB com o objetivo de ser candidato a prefeito. Porém, por falta de estrutura e falta de apoio da base tucana local, que optou pela candidatura do professor e empresário Alcides Ribeiro, ficou sem chão e tende a não apoiar o postulante do PSDB. É quase certo que, se Marlúcio Pereira for candidato a prefeito pelo PSB, como está sugerindo, Ozair José deve apoiá-lo. Se Marlúcio Pereira desistir da candidatura, ninguém deve ficar surpreso se, na marca do pênalti, o tucano hipotecar apoio à candidatura de Gustavo Mendanha, do PMDB. Um tucano ouviu, do próprio Ozair José, que o vice-prefeito não quer e não vai apoiar o professor Alcides. Ele teria dito, segundo o tucano, que foi atropelado pelo poder financeiro do professor-empresário. Chico Abreu também acompanhar Ozair José e apoiar Marlúcio Pereira e, mesmo, Gustavo Mendanha.
Cidade com segundo turno, a Aparecida de Goiânia deve ter pelo menos quatro candidatos a prefeito. Os principais partidos estão, por assim dizer, testando suas forças em 2016 com o objetivo de consolidar posição para a disputa de 2018. O PMDB lança Gustavo Mendanha. O vereador é apontado como favorito. Primeiro, porque tem o apoio do prefeito Maguito Vilela, extremamente popular e considerado, por muitos, como o melhor prefeito da história do município. Segundo, porque, como presidente da Câmara Municipal, revelou-se um político agregador, conquistando amplos apoios. O PSDB banca o professor e empresário Alcides Ribeiro. Ele está conseguindo montar uma frente política e deve ter como vice o coronel Silvio Benedito, da Polícia Militar. É uma chapa consistente. O PSB tem um candidato popular, o deputado estadual Marlúcio Pereira. Mas falta-lhe estrutura política e financeira. Gustavo Mendanha e Alcides Ribeiro tendem a formatar alianças mais amplas, deixando o líder socialista isolado. Pode até sair em primeiro lugar, mas é provável que, se disputar, acabe ficando em terceiro lugar. O PTB vai bancar o vereador Willian Ludovico para prefeito. Willian tem discurso, é articulado, mas não tem estrutura para enfrentar pesos pesados como Gustavo Mendanha e Alcides Ribeiro e até um meio pesado como Marlúcio Pereira.
Como está montando uma forte estrutura de campanha, além do peso do gigante Maguito Vilela, o prefeito é um autêntico general eleitoral, há quem sugira que o candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PMDB, Gustavo Mendanha, mude de sobrenome. O nome mais realístico, segundo aliados, é Gustavo Montanha. Trata-se de um brincadeira, é claro, mas baseada na realidade.

O líder político não teme nada e é um político aguerrido. Seus aliados avaliam que, se saírem de quatro a cinco candidatos a prefeito, longe de prejudicá-lo, isto vai ajudá-lo.
Com Misael Oliveira, Divino Lemes (PSD), Alsueres Mariano (PR), Franco Martins, Sérgio Bravo (PROS) e Zélio Cândido (PSB) — e é possível que mais um nome seja lançado —, é provável que o próximo prefeito de Senador Canedo seja eleito com cerca de 30% dos votos.
Com uma estrutura de qualidade, é possível que Misael Oliveira consiga pelo menos 30% dos votos — e, assim, seria reeleito.
Divino Lemes tende a sair na frente, e conta com uma estrutura financeira de qualidade, dada a parceira com o milionário empresário Walter Paulo, seu vice, mas é possível que a campanha possa desgastá-lo, quando seu passado como prefeito for lembrado. Mas pode ser também que o passado tenha sido esquecido ou não importe mais para os eleitores.
A incógnita é o empresário Zélio Cândido, que, apesar de apoiado por Vanderlan Cardoso e contar com a maior estrutura financeira de todos os pré-candidatos, não está deslanchando.
[caption id="attachment_41286" align="alignright" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O ex-deputado federal José Gomes da Rocha, do PTB, é um fenômeno político em Itumbiara. É o político mais popular e comentado da cidade — para o bem e para o mal. O prefeito Chico Balla, do PTB, pode disputar a reeleição e tem chance de vencer. Mas pode pegar um páreo duro pela frente — o deputado estadual Álvaro Guimarães. O único nome hors concours da cidade é Zé Gomes. Se ele disputar, tendem a sair do páreo tanto Álvaro Guimarães, do PR, quanto o ex-vereador Gugu Nader.
Na terça-feira, 19, o Jornal Opção conversou com Zé Gomes. No momento do diálogo, o deputado federal Jovair Arantes, do PTB, estava na redação. Com seu estilo brincalhão de sempre, após saber que Jovair Arantes havia dito que se trata de um grande político e candidato forte, Zé Gomes disse: “Se o ‘Jovadeus’ [novo nome de Jovair em Brasília — até Michel Temer e Eduardo Cunha o chamam assim] exigir que eu tome Furadan, com ou sem gelo, eu tomo na hora. É um companheiro leal, de estatura política inegável”.
Como estava “escorregando” sempre que perguntado se seria candidato a prefeito, o repórter insistiu: “É ou não é candidato a prefeito de Itumbiara?” Jovair Arantes interrompeu e disse: “O Zé, se quiser, pode ser candidato. Não há empecilho judicial algum”. Com seu jeito tancrediano, de sugerir uma coisa quando está dizendo outra, Zé Gomes demonstrou cautela: “Eu ainda não decidi sobre meu projeto político, que só pode ser firmado depois de longas conversas com os companheiros”.
De novo, o repórter insistiu: “O leitor, ao ler esta nota, vai querer saber: o sr. é ou não é candidato a prefeito?” Zé Gomes avançou um passo: “Posso ser candidato”. Em seguida, recuou um passo: “Hoje, não sou candidato”. Acrescentando: “O Gugu Nader é um bom rapaz. O Álvaro [Guimarães] trabalha para ser candidato. Gugu, se eu for candidato, não será candidato. É o que me disse”. Gugu, por sinal, é cotado para ser vice de Zé Gomes.
Adiante, na conversa mineira, Zé Gomes sublinhou: “Vou esperar um pouco mais”. A fala seguinte indica que será candidato: “Estou disposto a conversar com a sociedade de Itumbiara para tratar de uma possível candidatura”.
Um petebista disse ao Jornal Opção: “Em Itumbiara há dois tipos de eleitor: os que acham que Zé Gomes será candidato a prefeito e os que perguntam se o seu terno de posse será cinza ou preto”.
Há quem aposte que o chefão do PDT nacional, Carlos Lupi, fala em expulsar parlamentares pró-impeachment com o objetivo de atrair o “presidente” Michel Temer para uma conversa pré-republicana. O que se diz é que, acertado um acordo com o temerismo, Carlos Lupi vai parar de falar em expulsar parlamentares. Aliás, se expulsar os deputados que votaram pelo impeachment, o PDT vai se tornar um partido da Nanicolândia.
A deputada Flávia Morais decidiu votar pelo impeachment depois de uma longa conversa com seu marido, o médico e ex-prefeito de Trindade George Morais. A decisão foi tomada 15 dias antes da votação. Flávia Morais comunicou sua decisão a poucas pessoas, entre elas o governador de Goiás, Marconi Perillo. Poucos dias antes da votação do impedimento de Dilma Rousseff, pressionada por Carlos Lupi, o chefão do PDT nacional, Flávia Morais “balançou”. Líderes nacionais da articulação pró-impeachment procuraram Marconi Perillo. O tucano-chefe goiano conversou demoradamente com Flávia Morais, apresentou suas ponderações. A deputada ouviu atentamente suas palavras. Depois, Marconi Perillo tranquilizou os aliados mais próximos do “presidente” Michel Temer. Mesmo sob risco de ser expulsa do PDT, Flávia Morais havia decidido: não iria recuar. De fato, manteve o que disse ao líder tucano e votou pelo impeachment.
Conta-se que eleitores queriam presentear o deputado estadual Ernesto Roller, pré-candidato a prefeito de Formosa pelo PMDB, com um terno para a posse, em 1º de janeiro de 2017. Mesmo apontado como favoritíssimo, até pelo arqui-inimigo Tião Caroço Monteiro, Ernesto Roller teria pensado bem e dito: “Ninguém ganha eleição por antecipação. Assim, vamos deixar esse negócio de terno da posse para depois das eleições”. Atitude inteligente e perspicaz.
As oposições goianas são as primeiras a chegarem atrasadas com críticas que são “vitaminas” fortificantes para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Estridentes, disseram que as estradas goianas estavam esburacadas. Algumas, de fato, estavam. Outras, de responsabilidade do governo federal, permanecem abandonadas. No lugar de ficar rebatendo críticas das oposições, aderindo à política rasteira e improdutiva da picuinha, Marconi Perillo aplicou 34 milhões de reais na recuperação emergencial de mil quilômetros de rodovias destruídas pelas chuvas e pelo uso intensivo de veículos pesados. A Agetop informa que as estradas estarão em boas condições em 60 dias.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, fez questão de ligar para cumprimentar Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco. O deputado federal deu o voto decisivo do impeachment. Os tucanos são amigos.
Joãozinho Balestra deve ser candidato a deputado federal em 2018. Depois de oito mandatos, Roberto Balestra tende a se aposentar.
Esperto, parece que esperando alguma reação, o deputado Jair Bolsonaro, do PSC do Rio de Janeiro, escondeu-se atrás de alguns deputados e recebeu apenas 30% da cusparada de Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro. Um deputado do Sul do país e um parlamentar goiano, evangélico, dividiram o restante da cusparada. Irritado, o parlamentar do Cerrado chegou a passar álcool nos locais atingidos pela “incontinência” de Jean Wyllys.

Um deputado federal goiano garante que Jair Bolsonaro e Jean Wyllys se odeiam e, ao mesmo tempo, se amam. “Eles nunca saem de perto um do outro. Fica-se com a impressão de que se trata de um casal brigão, mas ligado por uma teia invisível de dependência psicológica”, afirma o parlamentar do Cerrado.