Bastidores

O prefeito de Goianésia, Renato de Castro, circula com frequência pelas ruas e gabinetes de Goiânia. O peemedebista contratou o escritório de Dyogo Crosara — um dos mais gabaritados advogados eleitorais de Goiás e, quiçá, do país — para defendê-lo. Sinal de que sua causa não é nada fácil. Pelo contrário, é muito difícil.
Renato de Castro foi cassado pela Justiça Eleitoral e agora se defende na segunda instância. Ele permanece na prefeitura.
Dentista por formação, a vocação de Wladmir Garcez — um ex-latin lover — sempre foi política. Mas agora parece ter mudado de rumo em definitivo. Ele é dono do restaurante japonês Izakaya Kanpai, no alto do Setor Marista, em Goiânia.

[caption id="attachment_40409" align="aligncenter" width="620"] Fotos: Fernando Leite / Renan Accioly[/caption]
Uma coisa curiosa sobre o irismo. Há dois tipos de irismo, ao menos no momento. Há o irismo que tenta bancar o senador Ronaldo Caiado para governador em Goiás em 2018. É o liderado por Iris Rezende, Iris Araújo, Ana Paula Rezende, Andrey Azeredo, presidente da Câmara Municipal de Goiânia; Nailton Oliveira e, sobretudo, Samuel Belchior. E há o irismo que trabalha para que o candidato do PMDB a governador seja Daniel Vilela. Entre seus próceres estão o secretário Agenor Mariano, o vereador Clécio Alves e o deputado Bruno Peixoto.
Os iristas que apoiam Daniel Vilela — e frise-se que não é o que fala Agenor Mariano, leal ao prefeito Iris Rezende, que é caiadista — chamam Ronaldo Caiado de “o novo Paulo Garcia”. A tese deles é que, se for eleito governador, o senador do DEM dará uma “banana” para o PMDB e, consequentemente, para Iris Rezende. Seu objetivo será a constituição de um novo grupo político.

[caption id="attachment_95179" align="aligncenter" width="620"] Fotos: reprodução[/caption]
O Brasil-Bananão mudou muito nos últimos anos. Em 1930, o presidente Washington Luís foi apeado do poder por um golpe que envolveu políticos, como Getúlio Vargas, do Rio Grande do Sul, e Antônio Carlos de Andrada, de Minas Gerais, e militares, como Góes Monteiro. Em 1945, Getúlio Vargas foi derrubado por um golpe militar que teve apoio de civis. Em 1964, João Goulart foi retirado do poder por um golpe militar com amplo apoio de civis, como Magalhães Pinto, Milton Campos, Carlos Lacerda e Bilac Pinto.
Em 1992, Fernando Collor foi retirado da Presidência por meio de um impeachment. Mas quem o derrubou mesmo foi um motorista, Eriberto França, que contou sua versão sobre um negócio fraudulento do então presidente.
Em 2016, Dilma Rousseff caiu devido, dizem, as pedaladas fiscais. Na verdade, um bichinho insidioso derrubou a petista. Ele atende, quando atende, pelo nome de Corrupção, às vezes Corruptobrás.
Agora, o presidente Michel Temer está na iminência de cair devido a uma gravação feita pelo empresário Joesley Batista, um caipira que se tornou um potentado mundial — inclusive no país mais rico da história, os Estados Unidos.
Os tempos mudaram. E nem se precisa mais de militares, impulsionados por vivandeiras, para golpes políticos. Os tempos institucionais dão força aos cidadãos, ainda, frise-se, que Joesley Batista seja um político nada limpo. Por sinal, o Ministério Público Federal pode contribuir por retirar sujos da política e para manter os sujos no mundo empresarial, caso dos Odebrecht e dos Batista.

O prefeito de Formosa, Ernesto Roller, uma das estrelas do PMDB de Goiás, foi ao encontro do Goiás na Frente, no Entorno de Brasília, e fez questão de dar um abraço caloroso no governador Marconi Perillo e discursou agradecendo de forma enfática o repasse de recursos para o município que administra (herdou dívidas que, de tão milionárias, são impagáveis).
“Eu quero publicamente agradecer ao governador Marconi Perillo pelo seu republicanismo”, afirmou Ernesto Roller. “Governador, quando fui convidado pelo senhor ainda no final do ano passado para discutir os problemas da cidade de Formosa, eu disse que o traço central da minha vida é o da gratidão. Eu te disse que tudo que o senhor fizesse por Formosa, eu lá estaria para agradecer. E é importante que fique claro a todos que não precisou de ponte. Foi o governador diretamente com o prefeito.”

Há quem recomende que o presidente da República mude de sobrenome: no lugar de Michel Temer — Michel Tremer. Bem trovado, diriam os poetas.
O que se teme é que Michel “Tremer” termine o mandato se arrastando, e levando junto o Brasil, arrastado e devastado. E sem T. S. Eliot para poetar...

[caption id="attachment_70251" align="aligncenter" width="620"] Deputado federal Fábio Sousa | Foto: Zeca Ribeiro/ Agência Câmara[/caption]
O deputado federal Fábio Sousa disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 18, que, ao contrário da boataria espalhada por adversários políticos — alguns deles da base governista —, vai disputar a reeleição em outubro de 2018 (“sou candidato natural”, esclarece) e, portanto, não está de mudança para os Estados Unidos. O boato “informava” que ele iria para a Terra de Donald Trump para coordenar as igrejas Fonte da Vida, dirigidas por seu pai, o apóstolo César Augusto, uma das figuras do meio evangélico brasileiro e, inclusive, no exterior.

[caption id="attachment_95175" align="aligncenter" width="620"] Rubens Otoni e Antonio Gomide | Fotos: Câmara Federal/ Jornal Opção[/caption]
Petistas sugerem que as relações entre os irmãos Rubens Otoni, deputado federal, e Antônio Gomide, vereador em Anápolis, nunca foram boas. Fala-se, até, que são mais aliados políticos do que hermanos que se adoram. Políticos anapolinos garantem que suas relações estão cada vez mais deterioradas e que os dois nem estão se falando.
Suspeita-se, inclusive, que Antônio Gomide pode disputar mandato de deputado federal.

Jataí deve lançar pelo menos dois candidatos a deputado estadual: o vereador Thiago Maggioni, do PSDB, e o ex-prefeito Fernando da Folha.
Thiago Maggioni, candidato bancado pelo prefeito Vinicius Luz, do PSDB, é apontado como o postulante mais forte da cidade. Além do apoio do gestor municipal, é um político jovem, atuante e tem luz própria. “Tem futuro”, é o que se diz no Sudoeste.

[caption id="attachment_40805" align="aligncenter" width="451"] Foto: Reprodução/Facebook[/caption]
Na semana passada, apontado como possível vice de Ronaldo Caiado na disputa pelo governo do Estado, José Nelto sorria todo contente. O deputado estadual esquece que, no interior, o senador já lhe fez críticas contundentes.

O que se comenta em Brasília e em todos os Estados brasileiros, especialmente nos escaninhos do poder, é que o empresário Joesley Batista, depois de ter gravado um presidente da República, Michel Temer, tornou-se uma figura maldita na República. Tanto que se comenta, em tom jocoso mas realista, que a JBS-Friboi se tornará, aos poucos, JBS-Fribezerro. Quer dizer, terá de recomeçar, não do zero, mas de um ponto frágil, ainda nebuloso.
Joesley Batista pode derrubar um presidente, mas há uma aposta de que, a médio ou longo prazo, o tiro mais forte poderá ter sido nos seus próprios negócios. Acrescente-se o fato de que a elite política que o sócio da JBS está tentando destruir não vai sair fácil do poder, ao menos nos próximos dez anos.


[caption id="attachment_95168" align="aligncenter" width="620"] Foto: reprodução[/caption]
Publicitário experimentado, Elsinho Mouco trabalhou na pré-campanha de Júnior Friboi para governador de Goiás — o empresário não conseguiu viabilizar sua candidatura — e é mencionado nas delações de Joesley Batista e executivos da JBS-Friboi. Ele é marqueteiro do presidente da República, Michel Temer, e primo do deputado federal Alexandre Baldy (que, tendo luz própria, não depende do primeiro para fazer política).
Em tom jocoso, um deputado estadual disse: “De ‘Moco’, o Elsinho não tem nada”.

Executivo da JBJ, de Júnior Friboi, ao saber que iria explodir uma bomba nacional, o ex-deputado federal Leandro Vilela, do PMDB, pediu demissão da empresa.
Ele teria sido informado pelo próprio Júnior Friboi que o irmão Joesley Batista havia delação premiada e havia jogado “m...” no ventilador.
Leandro Vilela é sobrinho de Maguito Vilela e primo de Daniel Vilela. Sua saída da JBJ teve a finalidade de não criar embaraços políticos para o vilelismo. Ele, que pode ser candidato a deputado federal, não quer comprometer a imagem do parente Daniel Vilela, pré-candidato a governador de Goiás pelo PMDB.

Se empresários cumprem acordos de cavalheiros, feitos à luz do dia, o próximo presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio) será Marcelo Baiocchi. Moderno, atento e agregador, é visto como o substituto adequado ao experimentado e diplomático José Evaristo dos Santos.
Marcelo Baiocchi, no momento, nem quer saber de articulações políticas e empresariais. Sua mulher morreu recentemente, de câncer, e ele está enlutado, super triste, ao lado dos filhos.