Bastidores

Posicionamento foi cobrado recentemente ao ser eleita presidente metropolitana. Vereadora na capital, a tucana é do Paraná

[caption id="attachment_39871" align="alignright" width="620"] Senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) | Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption]
Ronaldo Caiado (DEM) ganhou tanta projeção no Senado que muitos tendem a achar que seus olhos já não se voltam para o Estado. Engana-se quem pensa desta maneira. É possível dizer que Caiado agora é 50-50: um olho aqui e outro lá.
Na semana passada, por exemplo, Caiado esteve em três cidades goianas: Uruaçu, para um evento cultural; Nerópolis, no aniversário do colega de partido e de Senado, Wilder Morais; e em Inhumas, no encontro de lideranças do PMDB.
Nos últimos dias, porém, Caiado focou esforços em São Paulo, onde se reuniu com representantes de movimentos sociais e lideranças. Isto é, o democrata tem trabalhado muito para se articular nas duas esferas: estadual e federal. Afinal, se a perspectiva nacional para Caiado é real, a estadual é ainda mais, dada a conjuntura que se espera para as próximas eleições estaduais. É assim que Caiado pensa e é por isso que tem trabalhado. Se dará certo, apenas o tempo dirá. Mas algo é certo: potencial, ele tem.

Ozair José foi convidado informalmente a se filiar no PSDB, visando 2016. Ainda não deu resposta. O problema de Ozair, segundo informam políticos de Aparecida, é que ele continua sendo visto como ping-pong: uma hora está num partido e logo muda. Ozair, que está no PT, já foi PMDB. E nenhum dos partidos o quer. E agora, José?
O presidente regional do PSDB, Afrêni Gonçalves, chamou para uma conversa: Waldir Soares, Fábio Sousa, João Campos, Mané de Oliveira, Cybelle Silva Tristão e Manoel Nascimento Macedo. Os quatro primeiros devido à grande votação que obtiveram em Aparecida de Goiânia; os dois últimos, porque seriam bons nomes para disputar a prefeitura do município em 2016.
Conversa é o que Afrêni terá que ter em Jataí, cidade onde os dois vereadores tucanos ameaçam deixar o partido. Vinícius Luz e Thiago Maggioni se dizem insatisfeitos com o líder do partido na cidade, Victor Priori. Os vereadores chegaram a se reunir com o governador Marconi Perillo na terça-feira da semana passada. O governador pediu que Afrêni resolva a questão. Os vereadores estão aguardando a posição do partido. Vinícius Luz quer ser candidato a prefeito.
Os preparativos para as eleições para a Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) estão se afunilando. Na semana passada, o grupo OAB Forte se reuniu no sentido de se unificar e buscar coesão em sua futura chapa. Existem três pré-candidatos pelo grupo. Os três já se reuniram e estão acertando para que todos os três sejam contemplados de maneira satisfatória. O que animou a todos foram os resultados de duas pesquisas qualitativas encomendadas para saber como está a real situação do grupo diante da classe. As duas pesquisas mostraram que o trabalho feito pelo grupo agrada a grande parte da advocacia goiana, o que deixou os três nomes da possível chapa muito contentes, assim como os demais advogados que os apoiam

Se tem algo certo em Anápolis é a relação pessoal entre o prefeito João Gomes (PT) e o governador Marconi Perillo (PSDB) — que nunca foi tão próxima. Se isso pode gerar problemas para o prefeito? Possivelmente não. Afinal, João e Marconi são amigos há décadas. Além disso, a proximidade facilita o trâmite administrativo, que é benéfico para a cidade.

Lideranças jovens do PSD defendem a candidatura do deputado estadual Virmondes Cruvinel para a Prefeitura de Goiânia. Segundo os jovens, Virmondes seria um nome mais palatável à população, que cobra por renovação, do que o também pessedista Francisco Júnior. "Os dois são competentes", diz um jovem, "é apenas uma questão de identificação".

[caption id="attachment_38897" align="aligncenter" width="620"] Presidente da Câmara, Anselmo Pereira: ao ameaçar Paulo Garcia, ele mostra que representa um forte setor da economia brasileira| Foto: Alberto Maia/Câmara de Goiânia[/caption]
Não é surpresa nenhuma que as gestões de Goiânia sempre sofreram com as pressões do setor imobiliário. O primeiro caso registrado remete a 1947, quando a Lei de Código de Edificações precisou ser revogada devido à coação de donos de terras e representantes imobiliários. Ou seja, a cidade mal tinha entrado na adolescência e já se pressentia o que iria se tornar.
O tempo passou e quase sete décadas depois sente-se nova pressão do ramo imobiliário junto ao Poder Executivo. Mas, dessa vez, a “advertência” é entregue pelas mãos do presidente da Câmara Municipal. Anselmo Pereira, que não é conhecido por sua discrição, tem dito em alto e bom tom que o prefeito Paulo Garcia não encontrará facilidades na Câmara Municipal no próximo semestre.
Tem falado também que pode ser candidato a prefeito, o que não deve estar realmente em seus planos, pois, experiente como é, Anselmo sabe que não tem chances reais de ser o escolhido pelo PSDB para disputar as eleições da capital.
Assim, o verdadeiro motivo para a advertência dada por Anselmo a Paulo é que este já avisou que não irá promover nova expansão urbana, uma vez que a cidade não necessita de uma. Ao contrário, Goiânia tem espaços de sobra para adensar. E Paulo tem razão: arquitetos e urbanistas pregam isso há anos. Ir contra este pensamento seria derrubar a bandeira de sustentabilidade levantada ainda durante a campanha.
Contudo, Anselmo, que tem ligação direta com o setor imobiliário, não se importa com isso, pois quem ele representa precisa de novos empreendimentos.
Vem daí sua “rusga” com o prefeito e que justifica ele ter entregue nas mãos do petista a advertência assinada por construtoras e incorporadoras.
Mas, como sempre há uma solução, o presidente poderia levar adiante seu projeto de lei que cria incentivos fiscais para empresas que investirem em estacionamentos verticais, que não deixam de ser empreendimentos. Isso sim seria produtivo tanto ele quanto para a cidade.
Aparentemente, o PEN, partido da base do governo estadual, perdeu dois membros na semana passada: Saulo Furtado e Alfredo Bambu. Os dois teriam se filiado ao PMDB e já teriam até tarefas pré-determinadas. A função de Saulo seria a de atuar na coordenação de campanha de Iris Rezende à Prefeitura de Goiânia em 2016; já Bambu, que tem estado próximo ao deputado peemedebista Bruno Peixoto, iria concorrer novamente à Câmara Municipal. A questão, segundo os “passarinhos”, é que Iris, sem se mostrar, já está fazendo campanha para o ano que vem e, inclusive, montando sua equipe de trabalho. “Mas sem ninguém do PT até o momento”, diz um informante. Será?

[caption id="attachment_39689" align="aligncenter" width="620"] Ministro Mangabeira Unger e o secretário Thiago Peixoto: madrugaram e surpreenderam os próprios assessores[/caption]
O secretário Thiago Peixoto (Segplan) e o ministro Roberto Mangabeira Unger (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República) pegaram os próprios assessores de surpresa na última sexta-feira (3/7).
Os dois tomaram café da manhã de madrugada e seguiram para o Palácio Pedro Ludovico Teixeira pouco depois das 7 horas. Queriam iniciar logo os trabalhos para elaboração de uma agenda de desenvolvimento para a região central do Brasil.
A chegada inesperada provocou um corre-corre nos poucos componentes das equipes que já estavam à postos naquele horário. "Vamos pessoal, não temos tempo a perder", brincou Thiago Peixoto.
No final, deu tudo certo: cinco governadores (Marconi Perillo e seus colegas do Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins) assinaram um documento que define a criação de um bloco político e econômico no Brasil Central.

[caption id="attachment_34138" align="aligncenter" width="620"] Sem presença na cidade, Waldir Soares, mesmo tendo votos, não agrega apoio. O que mais falta, segundo os tucanos, é diálogo | Foto: Alexssandro Loyola[/caption]
Ao “receber” Aparecida de Goiânia, o deputado federal Waldir Soares devia, aos olhos dos aparecidenses, fazer algo. Deveria: reunir as lideranças; andar pela cidade buscando conhecê-la; indicar nomes do município para cargos do governo; criar representatividade; e criar o diretório.
Porém, o deputado mais votado de Goiás não fez nada disso. Por quê? Os motivos são muitos e o principal deles é que Waldir não quer Aparecida e sim Goiânia. O delegado entende que, ao “receber” Aparecida para comandar, ganhou também um sinal: o de que deveria ser candidato à Prefeitura em 2016, o que ele não quer por pleitear candidatura na capital.
Por isso, a única ação de Waldir em Aparecida foi indicar o presidente da comissão provisória, Allison Cabral.
A reclamação dos aparecidenses é justa: Waldir não é da cidade, mora em Goiânia. O mesmo acontece com João Campos e Fábio Sousa, nomes que já foram cogitados para disputar a prefeitura do município. Para eles, os tucanos aparecidenses, quem deveria ter direito à candidatura deveria ser alguém da cidade. Quem?
Um dos nomes apontados é o do Professor Alcides — empresário que não é do PSDB, mas pode se filiar; foi candidato a vice na chapa de Vanderlan Cardoso (PSB), nas eleições do ano passado.
Outros nomes cogitados são os do presidente da Associação Comercial de Industrial de Aparecida (Aciag), Osvaldo Zilli, e do comandante geral da Polícia Militar, coronel Sílvio Benedito. O ponto forte dos dois seria exatamente o de que nenhum têm vícios políticos.
Os nomes de Cybelle Silva Tristão e Manoel Nascimento Macedo. A primeira é delegada da Polícia Civil e foi suplente de Vilmar Rocha quando este disputou o Senado no ano passado. Cybelle é a única mulher na Câmara Municipal de Aparecida. Já Manoel Nascimento é vereador e foi candidato a deputado estadual em 2014 e recebeu 10.720 votos.
Mas a questão é: esses nomes, sendo em grande parte desconhecidos da população, conseguirão vencer as eleições numa cidade onde o prefeito, Maguito Vilela (PMDB), é bem avaliado? Segundo os tucanos municipais, sim, pois a conjuntura é ideal. Maguito não pode se reeleger e não há nomes fortes na disputa até o momento. “Mas para que possamos vencer é preciso ter união e incentivo, sobretudo por parte do governador do Estado, que hoje não tem nenhum representante no município. Acho isso ruim para o partido”, diz um pré-candidato a vereador.
Achar que a região central de Goiânia é desabitada é um erro. É certo que a o setor poderia ter seu espaço muito melhor aproveitado, mas tem melhorado ao longo dos anos. Contudo, a população tem reclamado que o policiamento está menor. “Não vemos a presença constante de policiais aqui”, informa um morador.

Marcelo Miranda e Marconi Perillo parecem estar estreitando laços. De gravata azul, o peemedebista que governa o Tocantins lançou moda durante o lançamento do Fórum do Brasil Central, no fim da semana passada ao informar a Marconi: “Eu sou goiano e o Tocantins ainda tem muito de Goiás”.

[caption id="attachment_39644" align="aligncenter" width="620"] Secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão: “Precisamos ser cautelosos” | Foto: reprodução / Facebook[/caption]
Com o finalizar do semestre, Ana Carla Abrão (Fazenda) e Thiago Peixoto (Planejamento) têm promovido rodadas de reuniões com os demais secretários. A intenção é tanto mostrar os resultados dos ajustes feitos até o momento como reforçar que os gestores continuem sendo rigorosos no controle dos gastos.
As reuniões servem também para alertar que algumas pastas ainda têm “gorduras” para serem cortadas, principalmente com contas de energia, água e telefone. Não se trata de outra reforma, mas de um pit-stop para perceber os resultados e gerar previsões.
Segundo Ana Carla, o Estado ainda precisa conter gastos, principalmente porque a arrecadação, embora tenha se mantido estável, não sobe. “E não sabemos o que a economia brasileira guarda para o futuro. As perspectivas não são boas, então precisamos ser cautelosos”, afirma. A cautela é também para que Goiás se mantenha à frente da realidade nacional.
Em relação a empregos, por exemplo, enquanto a taxa de desocupação chegou a 8% no Brasil, o Estado conseguiu gerar 1,52% de ocupação. “Fomos um dos poucos Estados a gerar índice positivo de emprego. Queremos manter assim, mas também dependemos da conjuntura nacional”, alerta a secretária.