Bastidores
O deputado federal e presidente do PTB em Goiás, Jovair Arantes, convidou o jovem Lourenço Neto para comandar o partido em Uruaçu. A missão de Lourenço Neto, que tem apenas 23 anos, é atrair a juventude para a legenda, que não teve nenhum vereador eleito na cidade no pleito de 2012 e que tem o objetivo crescer no município.
É o aparente caso do prefeito de Goianira, Miller de Assis (PP). Mal avaliado, a população estaria cansada de sua gestão. O que complica ainda mais a situação para o pepista é a forma como muitos o veem: “Ele despacha de um café em Goiânia. Fica mais na capital que aqui”, relata um morador. Dessa forma, o favorito na cidade passa a ser o ex-prefeito Carlos Alberto (PSDB), o Carlão, que deverá ter o apoio de muitos dos vereadores da cidade.
Vereador de Goianira, Diego Aidar diz que está de saída do PT. O motivo: vai apoiar o ex-prefeito da cidade Carlos Alberto (PSDB), o Carlão, à prefeitura do município. “Eu sou oposição ao atual prefeito [Miller de Assis (PP)] e já fiz mais de 30 denúncias contra ele. Agora, o PT diz que irá apoiar a sua reeleição. Que vá. Eu, por coerência, deixo o partido”, relata.
Em Ceres, cidade a aproximadamente 170 quilômetros de Goiânia, a oposição se movimenta para a disputa do próximo ano. O grupo político do deputado estadual Talles Barreto (PTB), com a anuência do governador Marconi Perillo (PSDB) e do presidente do PSDB, Afrêni Gonçalves, está assumindo o PSDB municipal. O objetivo é fazer frente à prefeita Maria Inês (PT), lançando como candidata Vanda Melo, que perdeu as últimas eleições por apenas 653 votos. Vanda, ou seu marido Valter Melo, deverão assumir a presidência tucana na cidade.
Em Anápolis, Alexandre Baldy volta a aparecer entre os pré-candidatos. Um político ligado à prefeitura petista diz que existem apenas três nomes em Anápolis com capacidade de vencer as eleições: João Gomes (PT), Carlos Antonio (SD) e Alexandre Baldy (PSDB). “O restante nem adianta tentar”, diz. Se a leitura do político estiver de fato correta, isso tiraria do páreo Pedro Canedo, possível candidato do PP à prefeitura anapolina.
É certo que Pedro Canedo (PP), ligado diretamente ao vice-governador José Eliton, tem se articulado para disputar o pleito em Anápolis. Contudo, nem todos os membros do partido estariam satisfeitos com isso.
Em muitos dos municípios do Norte do Estado, o pleito já está desenhado. Em Porangatu, não existe outra saída: a eleição ficará entre os grupos do deputado estadual Júlio da Retífica (PSDB) e do atual prefeito, Eronildo Valadares (PMDB). Em Campinorte, a eleição também deverá ser polarizada. O embate deverá acontecer entre Vander Borges (PP) e o atual prefeito, Francisco Sobrinho, o Chicão (PSB). Niquelândia: o atual prefeito Luiz Teixeira (PMDB) deverá enfrentar a ex-primeira-dama e ex-deputada estadual Gracilene Batista (PTB), além de um candidato do Solidariedade ainda não definido.
Segundo o presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, a lista de prefeitos que deverão se filiar ao partido deverá aumentar ainda mais. Depois de filiar o prefeito de Quirinópolis, Odair Resende (ex-DEM), Afrêni garante que já tem conversado com prefeitos de vários municípios, muitos deles do PMDB e do PT. “Atualmente, temos 32 prefeitos. Queremos chegar a 100. Vamos fazer com que o partido cresça em quantidade e em qualidade antes mesmo de chegar o período eleitoral”, diz. O trabalho tem sido feito de modo rápido. Afinal, o prazo limite para filiação de quem quer disputar no ano que vem é setembro.
O presidente estadual do PSDB, Afrêni Gonçalves, garante que logo na primeira semana de agosto, tão logo passe o recesso, se reunirá novamente com os deputados federais Waldir Soares, Fábio Sousa e João Campos e com o deputado estadual Mané de Oliveira. O motivo: debater a situação de Aparecida de Goiânia. Acontece que os quatro foram os mais votados na cidade do prefeito Maguito Vilela (PMDB).
Sobre Aparecida: o presidente da comissão provisória do PSDB da cidade, Allison Cabral, chega de férias nesta semana. Os tucanos da cidade garantem que, tão logo chegue, Allison deverá convocar reunião para decidir sobre a abertura de edital visando à eleição do diretório municipal.
Há algo de podre no reino. Não, não se trata de Hamlet, mas de Eduardo Cunha (PMDB). Parlamentares garantem que o presidente da Câmara Federal está articulando uma nova estratégia contra o governo federal. “Tenho certeza, e falo de coisas que ouvi, que o PMDB irá colocar em votação neste segundo semestre a mudança de sistema político, tentando aprovar o parlamentarismo”, diz um presidente de partido. Ele continua: “Pode parecer insanidade, mas o projeto, de autoria do deputado Roberto Freire (PPS), já está bastante avançado nos bastidores da Câmara”. A questão, segundo este político, é que, se aprovado o parlamentarismo, a presidente Dilma se tornaria uma espécie de “rainha da Inglaterra”, isto é, sem quase nenhum poder. Quem mandaria, de fato, seria o primeiro-ministro. “E este cargo ficaria sob responsabilidade do próprio Cunha, do presidente do Senado, Renan Calheiros, ou do vice-presidente Michel Temer”, afirma.
Com o prazo para filiações se encerrando em setembro, os partidos estão a mil em busca de novos quadros para disputar as vagas da Câmara Municipal. Um deles é o PSDB. O presidente metropolitano, Rafael Lousa, afirma que a legenda seguirá três diretrizes: 1) Realizar seminários em cada uma das 10 zonais; 2) Identificar lideranças tanto do partido quanto fora dele com condições de disputar como vereador; 3) Coletar ideias e sugestões para formatar um plano de governo para o candidato que concorrerá à prefeitura. Tudo isso deverá ser feito até setembro. “Em outubro deste ano já vamos começar um trabalho de preparação desses possíveis candidatos, orientando-os, por exemplo, sobre marketing e prestação de contas”, diz Lousa.
Há um consenso entre os políticos das mais variadas siglas e ideologias: 2016 guarda eleições complicadas para todos. A questão: como os municípios estão “quebrados”, mais de 90% dos prefeitos não são bem avaliados. Logo, praticamente não há favoritos para o pleito do ano que vem, o que faz com que a expectativa seja apenas uma: a de disputas apertadas e ferrenhas, sobretudo, no caso de Goiás, nas cidades maiores.
[O deputado Virmondes Cruvinel, do PSD, com o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, do PDT]
Político que não se recicla, que não busca informações e referências novas, está fadado a estacar na mesmice e eventualmente naufragar nas urnas. Por isso, lideranças bem-sucedidas ou realmente promissoras são aquelas que procuram (e encontram) experiências que vão enriquecer seu campo de atuação.
O jovem deputado estadual Virmondes Cruvinel (PSD) deu, mais uma vez, um bom exemplo para seus pares. Ele mostrou interesse, entrou em contato, ou seja, se articulou, e acabou sendo convidado pessoalmente para uma audiência com o governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), na quarta-feira, 22, em Cuiabá.
E não foi uma audiência qualquer. Virmondes foi ouvir diretamente de Pedro Taques suas impressões sobre o programa Transforma Mato Grosso, a principal ação de ajuste administrativo do Estado vizinho. “Na verdade, o programa é um ousado plano de metas, no qual cada secretário de governo assinou um compromisso de resultados”, destaca Virmondes.
O deputado estadual diz que a conversa com o governador fluiu muito, pois ambos têm experiências semelhantes. Taques é procurador da República licenciado e foi senador. Virmondes é procurador do Estado licenciado e agora está no Legislativo.
Outro encontro do deputado estadual no Mato Grosso foi com o secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Coelho. “Ele foi vice-presidente da Federação das Indústrias e é um dos principais auxiliares do governador no acompanhamento do programa Transforma”, afirma Virmondes.
O deputado estadual já saiu de Cuiabá com outro compromisso agendado com o governador: Pedro Taques solicitou ao deputado goiano que realize uma palestra sobre o Estatuto da Microempresa — cuja minuta do projeto de lei foi apresentada por Virmondes ao vice-governador de Goiás, José Eliton (PP), que é o secretário de Desenvolvimento Econômico. “Terei o maior prazer de falar com os colegas mato-grossenses sobre essa lei.”

Parlamentar estaria sondando legenda enquanto espera aprovação da reforma política e abertura da "janela" que possibilitará desfiliação sem perda de mandato