A oitava edição da Operação Mata Atlântica em Pé, uma das maiores iniciativas de combate ao desmatamento ilegal no Brasil, chegou ao fim nesta sexta-feira, 26, com resultados expressivos em todo o país. Em Goiás, entre os dias 15 e 25 de setembro, a força-tarefa fiscalizou 18 áreas em sete municípios goianos, identificando desmatamento em 146,23 hectares e aplicando cerca de R$ 431 mil em multas administrativas em quatro deles. 

Coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), a operação envolveu 17 Estados brasileiros, abrangendo todas as regiões do país. A ação contou com a participação de órgãos ambientais, unidades técnicas e representantes da sociedade civil, consolidando uma rede de fiscalização que visa proteger um dos biomas mais ameaçados do Brasil: a Mata Atlântica. 

Desmatamento em Goiás | Foto: Divulgação/IBAMA

Em Goiás, a operação foi conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), em parceria com o Ibama, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Unidade Técnico-Pericial Ambiental do MP-GO. A promotora de Justiça Daniela Haun de Araújo Serafim, que coordenadora da área ambiental do MPGO, destacou a importância da atuação conjunta dos órgãos para esse tipo operação.  

“Mais do que aplicar sanções, essa integração fortalece a cultura de fiscalização e reafirma o compromisso coletivo de proteger o bioma, assegurando qualidade de vida para as presentes e futuras gerações”, disse. 

Balanço nacional 

Durante a operação, foram fiscalizados 1.324 alertas de desmatamento em todo o país. O resultado parcial, ainda sem os dados de Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas e São Paulo, aponta para uma área desmatada de 12.327,42 hectares e um total de R$ 116,39 milhões em multas por infrações ambientais. 

Agente do IBAMA | Foto: Divulgação/IBAMA

Um dos pilares da operação é o uso de tecnologia de ponta. O projeto MapBiomas, por exemplo, fornece imagens de satélite de alta resolução que permitem identificar áreas com indícios de desmatamento ilegal. Com base nesses dados, as equipes atuam em campo ou remotamente para confirmar os ilícitos. Os responsáveis são autuados e podem responder nas esferas administrativa, cível e criminal. 

Segundo Alexandre Gaio, promotor do Ministério Público do Paraná e coordenador nacional da operação pela Abrampa, a articulação entre os órgãos envolvidos tem sido decisiva para a proteção da Mata Atlântica e para o enfrentamento das mudanças climáticas. “A consolidação de uma cultura de fiscalização e resposta ao desmatamento ilegal é essencial para conservar e recuperar o bioma”, afirmou. 

Desmatamento em Goiás | Foto: Divulgação/IBAMA

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