Morre Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos

30 agosto 2025 às 07h55

COMPARTILHAR
O escritor, cronista e jornalista Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado, 30, aos 88 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele estava internado há cerca de três semanas na UTI do Hospital Moinhos de Vento, com um quadro de princípio de pneumonia. A informação foi confirmada por familiares.
Filho do também escritor Erico Verissimo, Luis Fernando foi um dos autores mais populares e respeitados do Brasil, com uma carreira marcada pelo humor refinado, crítica social e domínio do texto curto. Sua obra se destacou nas páginas de jornais, revistas e livros, e ganhou as telas do cinema, a dramaturgia da TV e os palcos do teatro.
Verissimo enfrentava problemas de saúde nos últimos anos. Ele tinha Parkinson e, em 2016, precisou implantar um marcapasso. Em 2021, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, desde então, enfrentava dificuldades motoras e de comunicação.
O autor portoalegrense deixa a esposa, Lúcia Helena Massa Verissimo, com quem foi casado por décadas, três filhos e dois netos. Até o momento, não há informações confirmadas sobre o velório e o sepultamento.
Obra
Suas obras são caracterizadas por misturar o wit, humor, ironia e observação ácida dos costumes com literatura ‘de gênero’, como de detetive, suspense e outros. Criou personagens característicos como a sátira de detetive Ed Mort, que foi para a TV e quadrinhos, a Velhinha de Taubaté e o Analista de Bagé.
Como jornalista, Verissimo começou a trabalhar no jornal Zero Hora como revisor de textos em 1967, onde contribuiu até 2017. Suas primeiras colunas foram sobre futebol, abordando a fundação do Estádio Beira-Rio e os jogos do Internacional. No jornal paulista Folha da Manhã escreveu sobre esporte, cinema, literatura, música, gastronomia, política e comportamento. Também escreveu no Jornal do Brasil e outros.
Na literatura, Veríssimo publicou seu primeiro livro, O Popular – crônicas, ou coisa parecida, uma coletânea de textos já veiculados na imprensa, em 1973, pela Editora José Olympio. Seu maior sucesso é O Analista de Bagé (1981). Também é autor de ‘Ed Mort’ (2001), ‘Comédias para se ler na escola’ (2000) e ‘O jardim do diabo’ (1987).