A Universidade Federal de Goiás (UFG) entrou com recurso para reverter a decisão do juiz Urbano Leal Berquó Neto que determinou que um candidato branco fosse nomeado professor universitário em uma vaga destinada a candidatos negros no último dia 16 deste mês. 

A candidata Gabriela Marques Gonçalves, de 34 anos, que teve o direito de exercer a vaga retirada pela decisão, também entrou com recurso. Na decisão judicial, o majestrado entendeu que, como apenas uma das vagas era para o curso de telejornalismo, a UFG não poderia estipular a reserva de vagas para negros.

Interpretação

Para a secretária de inclusão da universidade, Luciana de Oliveira Dias, o caso foi parar na Justiça devido a uma má interpretação do processo seletivo de concursos públicos com reserva de vagas para cotistas na instituição que, segundo ela, é referência no país.

“Houve uma interpretação equivocada do candidato que reclamou a vaga e também do juiz que deu ganho de causa ao candidato em primeira instância. A UFG já entrou com recurso para a reversão da decisão judicial que desconhece a metodologia adotada pela UFG para a efetivação da lei de cotas no serviço público”, explicou.

A vaga de professora que a Gabriela chegou a ocupar, agora é exercida pelo professor Rodrigo Gabrioti, candidato branco que tomou posse do cargo. 

Confusão

Gabriela, que também é doutora em Comunicação Audiovisual pela Universidade Autónoma de Barcelona, disputou o concurso da UFG, que disponibilizou, ao todo, 15 vagas de professor de magistério superior. Ela foi aprovada na terceira posição e, como havia a reserva para pessoas negras, foi declarada vencedora e chegou a ser nomeada, em abril deste ano.

No entanto, o jornalista, professor e pesquisador Rodrigo Gabrioti, que havia ficado em primeiro lugar, acionou a Justiça Federal e conseguiu no dia 8 de setembro deste ano, uma medida cautelar.