O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) identificou que a organização social Instituto de Gestão em Saúde (Iges/Gerir), que geriu o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), cometeu irregularidades na locação de prédio para a própria sede. O contrato de aluguel compreendeu o período de setembro de 2012 a dezembro de 2018.

Em decisão, relatada pelo conselheiro Kennedy Trindade, em sessão plenária virtual na quinta-feira, 9, foi apurado que o pagamento de aluguel não constava em contrato. Isso teria causado um prejuízo de R$ 584 mil aos cofres públicos do Estado.

 A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) esclareceu que a despesa com locação de imóvel entra “no rateio da sede de 3% do valor do contrato, previsto em lei”. No entanto, “em tese poderiam pagar o aluguel e outras despesas de sede, desde de que rateasse com todos os contratos de gestão”, informou.

“Todas as OSs pagam as despesas administrativas com o dinheiro do contrato de gestão, uma vez que, teoricamente, elas não deveriam ter lucro”, ressaltou o titular da pasta, Sérgio Vencio.

Outra irregularidade pontuada pelo TCE-GO é que a OS teria firmado o contrato de aluguel “garantido por um título de capitalização custeado também indevidamente com recursos públicos provenientes do referido Contrato de Gestão”. O valor desse título foi de R$ 70 mil.

Sentença

Na peça do tribunal, os conselheiros sentenciaram que o débito deve ser cobrado do Iges/Gerir, que tem como responsável direto o seu presidente, Eduardo Reche Souza. Além dele, o ex-secretário de Saúde Leonardo Moura Vilela foi responsabilizado.

O valor total, identificado como utilizado irregularmente, será atualizado com juros e multa.  As partes terão 15 dias, após intimadas, para quitar a dívida ou recorrer da decisão.

Leia a decisão do TCE-GO na íntegra: