Psol ajuíza ação por mandato de Fabrício Rosa na Câmara de Goiânia

12 abril 2024 às 19h35

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O Psol ajuizou ação no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), nesta sexta-feira, 12, para requerer o mandato do partido na Câmara Municipal de Goiânia, por infidelidade partidária. A vaga na Casa surgiu após a cassação de novas chapas de vereadores pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por fraudes na cota de candidaturas femininas. Diplomado nesta sexta, Fabrício Rosa, atualmente no PT, será empossado na próxima terça-feira, 16.
Caso a decisão seja favorável ao Psol, quem assume é a suplente Cíntia Dias, com “mandata coletivo Agora que são Elas”, formada por quatro mulheres, além de Cíntia, professora da UFG Chris Lemos, Valéria da Congada e a trans Beth Caline. No entanto, segundo Fabrício, embora tenha sido eleito pelo antigo partido, “tanto a decisão quanto à recontagem de votos aconteceram no período de janela para vereador”.
“Isso significa que ainda que eu fosse vereador do PSOL, do Partido Socialismo e Liberdade, há um ano, há dois anos, há três anos, nesse período de um de um mês, de 5 de março a 5 de abril, eu poderia sair do partido sem ser considerado infiel. Então, na nossa perspectiva, não houve infidelidade partidária”, frisou ao Jornal Opção Fabrício Rosa.
Ouvida pela reportagem, Cíntia Dias disse que a cadeira herdada por Fabrício pertence ao Psol. “Não tem a ver com a cadeira e nem com o candidato, porque a cadeira destinada ao Psol está ocupada pelo PT”, enfatizou. Sobre o ex-correligionário, Cíntia salienta que ele “não é nosso inimigo, não vai ser, temos muitas convergências e no que a gente poder construir juntos, temos todas a disposição de fazer”, arremata.
Por outro lado, Fabrício Rosa recordou da luta que travou nos últimos anos por Justiça em relação às irregularidades em candidaturas. “Então, foram três anos e meio de luta. E eu participei dessa luta na formação de provas, para mostrar que as candidatas tiveram poucos votos ou que não tiveram recursos. Fiz fiscalização de prestação de contas, corri atrás de testemunhas para irem às audiências e comprovar a veracidade dessas questões”, pontua. “Então, tudo isso foi um esforço muito grande e eu participei desse esforço verdadeiramente e infelizmente quem pede a vaga nesse momento não participou desse esforço”, ressaltou.
Vereador LBTQI+
Fabrício Rosa ressaltou a vitória em assumir o mandato, embora a poucos meses do fim da legislatura. “É a primeira vez que um LGBT é eleito no município de Goiânia e não só um LGBT+, mas um LGBT declarado publicamente, assumido publicamente e militante, filho muito orgulhosamente do movimento LGBT”, frisou.
Rosa também é policial rodoviário federal – corporação, que na sua maioria apoia e apoiou abertamente o bolsonarismo no país. “Então, é muito raro que policiais de esquerda que tem uma visão crítica a instrumentalização da segurança pública para violência, a instrumentalização dos policiais para violência sejam eleitos. Com isso, é importante que nesse cenário de tantos coronéis, delegados, sargentos, de direita, eleitos, nós tenhamos um policial de esquerda com outro olhar”, finalizou.
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