O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, declarou, nesta segunda-feira, 8, que cabe ao Ministério Público Federal (MPF) reagir ao passado e assegurar que atos de violência contra a democracia resultem em “consequências penais”.

O pronunciamento de Gonet foi feito durante um ato realizado pelos Três Poderes para relembrar os eventos do 8 de Janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram vandalismo nos prédios institucionais no centro de Brasília.

“Cabe ao MPF o que já vem sendo feito há 1 ano: apurar a responsabilidade de todos e propor ao Judiciário os castigos merecidos. Essa é a nossa forma de prevenir que o passado que se lamenta não se ressurja”, enfatizou o PGR.

Ele defendeu que “pessoas que não importa o status social” sejam responsabilizadas. Em dezembro, a PGR denunciou o primeiro suspeito de financiar os atos de 8 de Janeiro, quando extremistas invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes.

Atuação do novo procurador

Agora, ao chefiar a PGR, Gonet terá que emitir parecer acerca das questões delicadas em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Dentre as quais estão os inquéritos relacionados a Bolsonaro em relação à suposta participação nos eventos de 8 de Janeiro.

Outra responsabilidade é sobre o andamento das recomendações dadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos extremistas do 8 de Janeiro. O relatório final do colegiado do Congresso Nacional solicitou o indiciamento de 61 pessoas. Entre elas, consta o ex-presidente, militares, ex-ministros do governo anterior e pessoas indicadas como financiadoras.

1 ano do 8 de Janeiro

No Salão Negro do Congresso Nacional, as lideranças do Executivo, Legislativo e Judiciário se reuniram nesta segunda para lembrar o primeiro ano dos ataques de 8 de Janeiro às sedes dos Poderes. A ideia do Palácio do Planalto é promover a união e transmitir uma imagem de força e controle, para reforçar que tentativas semelhantes não têm chances de prosperar.

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