A rivalidade feminina parece estar no inconsciente coletivo, em ambientes familiares, nos círculos de amizade e no âmbito profissional. A competição não é puramente um instinto animal, usado para defesa, mas uma construção cultural. Existe reforço até nos filmes infantis dessa situação: é a madrasta que não aceita a enteada; as meninas da escola que disputam o espaço e o coração do atleta e outros. Isso também vem nos cargos de liderança, onde mulheres precisam lutar para ocupar espaços que não são abertos e que muitas vezes ainda precisa se defender de outras no caminho. Neste processo, é importante a construção de movimentos, como redes e grupos de apoio de crescimento e de desenvolvimento para as mulheres.

Para avançar nesse sentido, uma das chapas que disputa a presidência da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica – Comissão de Goiás – traz em seu nome o compromisso com a união das mulheres. É a chapa Sororidade liderada pela advogada especialista em Direito Processual Civil Sônia Caetano Fernandes. A candidata a vice-presidente é Renata Caciquinho. A chapa tem o apoio da atual presidente da instituição, Larissa Bareato, que a integra participando do Conselho Deliberativo. As eleições serão na próxima semana, 7 de dezembro.

“Assim como o significado do nome da nossa chapa, queremos fortalecer a união das mulheres de carreira jurídica, baseada na empatia e no companheirismo, buscando a realização de objetivos em comum, conquistando mais espaço e realizando nossas missões institucionais”, ratifica Sônia. A candidata explica ainda que entre as propostas da chapa estão: a implementação de comissões temáticas na associação em Goiás, como da Mulher Empreendedora, da Mulher na Política, da Mulher nas Carreiras Públicas, da Mulher no Agronegócio. Integra a proposta a criação de subcomissões no interior do Estado.

Também faz parte das propostas: a ampliação do desenvolvimento científico, implementando rodas de estudos e planejamento de seminários. Além disso, caso sai vitoriosa, a chapa quer a ABMCJ-Goiás participando ativamente junto às ONGs de âmbitos regional, nacional e internacional.

De acordo com Sônia, outra pauta é engrandecer a mulher da carreira jurídica estimulando a ciência e a pesquisa. “Para tal, nossa proposta é implementar rodas de estudos, realizar seminários e a fomentação de grupos de leituras periódicos”, frisa. Com o objetivo de fomentar ações filantrópicas, voluntariado e de desenvolvimento social de forma geral, Sônia fala ainda que é necessário propor parcerias com organizações não governamentais, entidades filantrópicas, associações sem fins lucrativos e afins, que comunguem dos valores e missões delas.

A chapa ainda propõe a valorização de todos os avanços das últimas gestões e trabalhar para construir ainda mais. “Com essa visão e respeito, buscaremos a ampliação da nossa atuação e a adesão de mais mulheres de carreira jurídica que possam somar com a nossa associação”, finalizou.

Dados do Brasil refletem claramente a falta da ocupação feminina em espaços de maior hierarquia e poder de fala. No país, menos de 50% das empresas têm mulheres em posições de liderança e representamos apenas 15% dos cargos eletivos, ainda que sejamos 53% do eleitorado. Sobre isso, a candidata destaca que sua ação será para ampliar a participação delas em todos os espaços.