MP-GO e TCE investigam caso de “funcionário fantasma” na Assembleia Legislativa

24 novembro 2022 às 20h45

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Cairo Santos Junior é servidor comissionado lotado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) há mais de dois anos. No entanto, divulga nas redes sociais que é massagista e exibicionista em Lisboa, Portugal, desde fevereiro de 2022. Um mês antes, em janeiro, ele estava trabalhando em São Paulo. As informações foram denunciadas pelo Jornal Opção no início desta semana.
Diante disso, a promotora de Justiça Fabiana Zamalloa informou que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou um procedimento investigativo que será distribuído para análise dos promotores. Segundo ela, comprovado o caso de “funcionário fantasma”, o dinheiro deverá ser devolvido para os cofres públicos.
A soma da remuneração do servidor é de quase R$ 90 mil, considerando que Cairo foi nomeado como assessor nível 4 em junho de 2020, com salário de R$ 2,5 mil, para trabalhar na assessoria adjunta à diretoria administrativa. Os dados são Portal da Transparência do órgão. A partir de dezembro de 2021, o funcionário passou a receber R$ 3,5 mil e há cerca de três meses recebia R$ 3,7 mil.
Na mesma linha do MP-GO, o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) declarou que estão sendo apuradas “todas as manifestações que recebem sobre questões envolvendo despesas públicas”. Dessa maneira, em “eventual confirmação de irregularidades pode ensejar a aplicação de multa e a devolução de valores aos cofres públicos”.
Por nota, a Alego informou que desconhecia a alteração de domicílio do servidor. Além disso, instaurou um processo administrativo interno para apurar o episódio, que teve conhecimento depois de reportagem do Jornal Opção. A direção do Poder Legislativo citou que o funcionário, assim como os demais, chegou a ficar em home office durante o período mais crítico da pandemia. Cairo teria pedido exoneração em 25 de outubro e exonerado no dia 1º deste mês.