O Conselho Federal da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) e as seccionais de Goiás e do Distrito Federal exigem o afastamento do promotor de Justiça Douglas Chegury, dos quadros do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Ele chamou uma advogada de “feia” durante um júri popular na comarca de Alto Paraíso de Goiás.

A relação foi encaminhada ao corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Fabiano Farias da Costa. O documento conjunto da classe defende os direitos e dignidade da advocacia, ao mencionar a advogada Marília Gabriela Gil Brambilla.

“A defesa das prerrogativas profissionais é a prioridade da OAB, que sempre atuará em favor de qualquer colega que for atacado. Não abrimos mão disso”, declara o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti.

Denúncias 

A entidade pontua que o comportamento do promotor não se restringiu apenas ao episódio citado, mas que Chegury demonstra tendência recorrente de desvios de conduta. De acordo com a OAB, o promotor comete abusos de autoridade, como ameaças à integridade e à dignidade da advocacia.

Para a OAB, as atitudes de Chegury são “agressivas e autoritárias”, o que compromete a imagem do MP, “instituição essencial à promoção da justiça e defesa dos direitos fundamentais”.

“A conduta policialesca, exagerada, autoritária, agressiva e que tem o condão de atuar sobremaneira no sentido de arranhar a impoluta imagem do Ministério Público já se tornou uma praxe na atuação do representado, ao que se apura. Não é demais destacar que os documentos que seguem anexo são demonstrativos claros de que está se fazendo imprescindível a intervenção desta colenda corregedoria, de modo a que se corrijam exageros e desvios funcionais da natureza”, cita trecho da representação.

A instituição compra ainda informações do MP sobre denúncias e representações apresentadas contra o promotor.

Outro lado

Por sua vez, Chegury alega ter sido alvo de uma “armação”. “Essa advogada foi contratada para esse júri em Alto Paraíso com o objetivo exclusivamente de causar anulação do julgamento”, disse. “Tudo não passou de uma armação, foi uma armação, uma armadilha, uma emboscada que foi tramada por essa advogada e por um sócio dela, o outro advogado que me provocaram durante a minha fala, inclusive ela me interrompeu várias vezes, deixava o plenário, criava confusão, gritava, exaltada e no momento final, já próximo da minha fala, quando ela percebeu que o resultado não ia ser aquele que ela desejava, que o cliente deveria ser condenado, armaram essa situação, gravaram apenas um trecho” arremata.

Sobre outros casos que tem atuado, que foram mencionados no requerimento, o promotor supõe envolver processos que apura práticas de corrupção. “Por essas operações os advogados agora buscam retaliar a minha atuação firme contra a corrupção em Formosa, buscando o meu afastamento, mas eu estou muito tranquilo e nós vamos provar no CMP a verdade de tudo que aconteceu”, acredita.

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