O ex-médico condenado por deformar pacientes com o uso de PMMA, Wesley Murakami, teve a prisão determinada, nesta última segunda-feira, 1º, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar recurso apresentado pela defesa. Em 2024, Murakami foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) a cumprir nove anos de prisão pelo crime de lesão corporal gravíssima, previsto no Código Penal Brasileiro (CPB).

De acordo com a decisão do juiz Luciano Borges da Silva, da 8ª Vara Criminal do TJGO, a medida foi tomada após a Justiça rejeitar o recurso, confirmando a materialidade e a autoria do crime. Segundo documento obtido pelo Jornal Opção, Murakami deve iniciar o cumprimento da pena de nove anos, dez meses e dez dias de reclusão, em regime fechado. “Determino a expedição do mandado de prisão em desfavor do sentenciado [Wesley Murakami], a fim de que possa dar início ao cumprimento da pena privativa de liberdade”, afirmou o magistrado.

Entenda o caso

A decisão se refere a uma ação criminal que responsabilizou Murakami por deformar o rosto e os glúteos de pacientes em Goiânia e Brasília por meio de procedimentos com a substância PMMA (polimetilmetacrilato). As intervenções ocorreram entre 2013 e 2018 e envolveram 14 pacientes que relataram dores intensas, sequelas permanentes e prejuízos psicológicos e financeiros.

Na época, foi constatado que Murakami não possuía autorização do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO) para realizar procedimentos estéticos e utilizava toxina botulínica sem habilitação legal. Os magistrados entenderam que o ex-médico tinha plena consciência dos riscos — como dores, deformidades e constrangimentos — e, ainda assim, realizou as aplicações, assumindo o resultado de forma dolosa.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás em cumprimento à decisão prolatada pelo Pleno do Conselho Federal de Medicina, em 21/08/2024, cassou o exercício profissional de Wesley Murakami.

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