Um grupo de 160 advogados que presidem subseções da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançaram um manifesto pedindo eleições diretas para a presidência da OAB nacional. O documento já reuniu a assinatura de 139 presidentes de subseções da OAB-SP, o que representa mais da metade das 251 unidades no estado de São Paulo.

“Nos 35 anos da Constituição Cidadã, queremos que todos os advogados e advogadas conquistemos, finalmente, o direito fundamental à escolha de nossa representação nacional”, defende o manifesto. Um dos líderes do movimento, Gustavo Ungaro, presidente da subseção de Jundiaí, explicou que o objetivo é fortalecer e democratizar a OAB”.

A iniciativa surgiu baseada em dois momentos marcantes na história brasileira: as cartas pela democracia lidas na Faculdade de Direito da USP em 11 de agosto de 2022, contra o golpismo do então presidente Jair Bolsonaro (PL); e os 40 anos das Diretas Já, no fim da ditadura militar. A dirigente da seccional estadual é a advogada Patrícia Vanzolini, que, ao longo de sua campanha à chefia da unidade, levantou a bandeira das eleições diretas.

Atualmente, embora existam mais de 1,3 milhão de advogados em todo o país, apenas 81 decidem quem ocupará a presidência nacional da OAB. Seguindo um modelo de colegiado ou congressual, quem escolhe o presidente são os conselheiros federais, eleitos em seus respectivos estados (três por unidade da Federação).

As eleições para as seccionais (nível estadual) e para as subseções (nível municipal), assim como para os conselheiros federais, se dão por voto direto.

Além das eleições diretas, o documento também lista 20 demandas da advocacia, entre as quais estão o respeito à diversidade dentro das unidades da OAB.