Crea-GO denuncia falta de manutenção adequada em viadutos de Goiânia

O Jornal Opção tem recebido uma série de denúncias de motoristas sobre as condições dos viadutos de Goiânia, que estariam “caindo aos pedaços”. A preocupação é com a possibilidade de ocorrer algum acidente grave. De acordo com a gestora do departamento técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), Rosana Brandão, os viadutos da cidade necessitam de manutenção constante para garantir a estabilidade dos elementos estruturais.

“Todo projeto tem uma vida útil, dependendo das condições, em alguns casos, a substituição é mais viável”, destacou Rosana, que criticou ainda os projetos dos viadutos da capital que, segundo ela, deixa elementos estruturais próximos às vias, o que, em caso de acidente, pode causar um dano estrutural por conta do impacto.

De acordo com a gestora do Crea-GO, placas com a indicação da altura também não são instaladas, o que pode causar acidentes.  Com isso, algum veículo pode ficar “entalado” e isso causa impacto na estrutura. E ela reforça que não basta fazer indicação da altura, é preciso também instalar barreira metálica de proteção antes do viaduto para que ela retenha os veículos acima da altura permitida.

Relatório do Crea-GO de janeiro deste ano, já tinha encontrado um dano em uma das barras de aço de um dos pilares do viaduto da Avenida Universitária com Marginal Botafogo. Já no viaduto da BR-153 com a Avenida Olinda, visitado pela equipe do Jornal Opção, plantas nascem nas emendas das placas de concreto.

Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana de Goiânia (Seinfra) explicou que técnicos do Crea-GO relataram que as inspeções foram apenas visuais, sendo necessários ensaios e estudos mais específicos para retratar a real situação de cada viaduto. Com isso, a Seinfra contratou estes testes para os viadutos e pontes mais críticos apontados  no relatório e aguarda a conclusão, que está prevista para ocorrer até o final de abril.

A gestora do Crea-GO critica ainda a utilização de placas de ACM nos viadutos. “É um material altamente inflamável, que, apesar de ter um efeito estético interessante, camufla possíveis problemas estruturais e ainda pode causar um acidente se uma placa desprender e acertar um carro”, alertou.

No dia 15 de julho do ano passado, o viaduto da Avenida T-63 com a 85 ficou em chamas. Na época, o pintor Baltazar Campos David chegou a ser indiciado por causar o incêndio no viaduto depois que as investigações da Polícia Civil indicaram que ele teria usado fogo para procurar droga no local. Mas, se não tivessem as placas de ACM no local, não teria tido nem incêndio nem todo o transtorno de ter que interditar o trânsito no local até que houvesse uma avaliação estrutural.

Procurada pelo Jornal Opção, a Seinfra de Goiânia informou que a reformas dos viadutos da capital estão previstas no conjunto de obras do pacote de investimentos Goiânia Adiante. O cronograma ainda não foi divulgado, mas a promessa é que as obras comecem ainda neste ano.