Um levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 apontou que Goiás é o estado que apresentou maior aumento de assassinatos de pessoas LGBTQIAPN+ em um ano no Brasil, com alta de 375%. Enquanto em 2020 foram registrados quatro homicídios de forma dolosa, em 2021 esse número pulou para 19.

Além disso, o Levantamento Situacional da População LGBTQIAPN+ em Goiás também revelou onde essas pessoas mais sofrem preconceito. De acordo com dados do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), em parceria com as secretarias de Educação (Seduc-GO) e Saúde (SES-GO), com o apoio do Instituto Mauro Borges, o ambiente familiar é o primeiro lugar. Em seguida, aparece a escola e, por último, o trabalho.

Realizada entre outubro de 2021 e julho de 2022, a pesquisa envolveu um total de 450 participantes de todo o estado, que responderam a um formulário on-line. Os municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade e Alto Paraíso foram aqueles que mais contribuíram com suas respostas para as questões apresentadas.

Quando questionados sobre seu sexo de nascimento, 48% dos entrevistados responderam masculino, enquanto 52% responderam feminino. Em relação à identidade de gênero, os dados obtidos foram os seguintes: 36,3% se identificaram como mulheres cisgênero, 42,5% como homens cisgênero, 3,8% como mulheres trans, 3,5% como homens trans, 5,3% como pessoas não binárias, 0,5% como travestis e 8,3% como outros.

O termo “cisgênero” refere-se a indivíduos que se identificam com o sexo biológico com o qual nasceram. Quanto à religião, os resultados foram os seguintes: 23,8% se declararam católicos, 18,7% agnósticos, 12% ateus, 9,1% espíritas, 8% evangélicos, 6% seguidores de religiões de matriz africana e 22,4% praticantes de outras religiões.

“Um adolescente, que apresente uma identidade de gênero ou orientação sexual que não o normatizado pela sociedade, tem cinco vezes mais chance de cometer suicídio”, revelou o gerente da Diversidade Sexual da Seds, Rogério Araújo.