Em 2021, a Enel Distribuição Goiás figurou entre as três piores concessionárias do Brasil, no meio de as 29 grandes companhias no ranking divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o levantamento, os consumidores goianos ficaram, em média, 18,75 horas no escuro, enquanto o limite estabelecido pelo órgão regulador é de 12,58 horas. Este ano, a empresa não teria conseguido baixar o tempo de interrupções e já teria ultrapassado a meta de 12 horas.

O contrato de regulação prevê a caducidade do contrato e a perda da concessão em caso de descumprimento das metas por dois anos seguidos. Em fevereiro do ano que vem, será divulgado o relatório da Aneel com base nas medições dos indicadores de desempenho até dezembro deste ano. Caso se confirme o descumprimento das regras, o relatório daria origem ao processo de caducidade do contrato.

Devido às constantes reclamações dos consumidores com a prestação de serviços da Enel, candidatos ao Senado, entrevistados pelo Jornal Opção, propõem soluções para reverter a crise energética instalada no estado.

Delegado Waldir (União Brasil)

Delegado Waldir (União Brasil) critica a empresa e garante que o governador Ronaldo Caiado (do mesmo partido) conduz o processo para que a atividade seja prestada “por quem realmente tem condições de investir e fornecer energia elétrica com eficiência para o povo goiano”. “O governador Ronaldo Caiado está conduzindo isso com seriedade e, tenho certeza, o problema será resolvido de forma definitiva”, diz.

Alexandre Baldy (Progressistas)

Alexandre Baldy (Progressistas) afirmou que tem relação com diretor-geral da Aneel para buscar a substituição da Enel em Goiás. “A força política de Baldy é outra fórmula que vai ajudar a que isso aconteça, pois não podemos deixar o que está péssimo, se tornar ainda mais trágico”.

Vilmar Rocha (PSD)

O ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD) sustenta energia alternativa para superar a crise. “Estamos vivendo um momento de transição energética. Devemos investir nas energias eólica e solar”, salienta ao justificar o esgotamento dos recursos naturais para o desenvolvimento da modalidade elétrica. Rocha complementa que quando foi secretário do Meio Ambiente lançou o programa Goiás Solar, que pretende investir nessa área.

Wilder Morais (PL)

Bolsonarista, Wilder Morais (PL) também critica o modo como a Celg foi privatizada, em 2014 à época na gestão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). “A modelagem que foi feita a privatização da Enel foi um grande erro. Eles [Enel] acabaram entrando para aqui e os processos de controle são o que mais prejudicam o estado de Goiás. A concessionária não fez quase investimento nenhum. Nós temos que chegar ao Senado e discutir as privatizações, que na época do presidente Bolsonaro não teve problemas. Devemos gerar novas formas de energia”, defende.

Leonardo Rizzo (Novo)

Leonardo Rizzo (Novo) defende o investimento em energia fotovoltaica para minimizar os problemas gerados pela má prestação de serviços da Enel no estado. “Descaso com a infraestrutura desse estado é brutal. Além disso, ninguém nunca se falou foi no gasoduto. Crise energética somada com mão de obra não qualificada significa ficar de escanteio qualquer tipo de desenvolvimento”, critica.

Denise Carvalho (PCdoB)

Denise Carvalho (PCdoB) enfatiza que a crise da Enel se manifestou em razão da privatização de um patrimônio público. “Todas as falsas promessas em torno da privatização se mostraram perversas ao povo, o preço da energia elétrica em Goiás aumentou enquanto a qualidade e o acesso à energia estão precários”. Para isso, ela sugere a “soberania” do povo para resolver o problema. “Caberá ao povo retomar sua soberania. Esta é a premissa para superar a crise”.

O Jornal Opção entrou em contato com os demais candidatos ao Senado, mas, até o fechamento desta matéria, eles não se manifestaram. A reportagem esclarece que o espaço segue aberto para novas manifestações.