Apesar do problema envolvendo os vendedores ambulantes ser considerado antigo, a situação voltou a ser discutida após o início de algumas reformas. Com obras nos terminais da Praça da Bíblia e do Jardim Novo Mundo, os comerciantes precisaram ser desocupados do espaço. Ao mesmo tempo, eles foram informados que a maioria não poderá retornar.

Segundo a RedeMob Consórcio, que abrange as cinco concessionárias da capital, os vendedores serão alocados para um Centro Comercial Popular localizado em um anexo do terminal do Jardim Novo Mundo. O espaço contará com boxes e salas comerciais para todos os 84 permissionários dos dois terminais. A promessa é de que o local forneça conforto e segurança para os vendedores e os clientes.

A justificativa para a mudança seria para priorizar o fluxo do transporte público. Segundo o consórcio, o comércio nos terminais ocuparia muito espaço, o que comprometeria a acessibilidade, segurança e a organização. Entretanto, as mudanças preocuparam os vendedores ambulantes e até geraram uma audiência pública sobre na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na última segunda-feira, 29.

Na ocasião, os permissionários apontaram as dúvidas a respeito. Incluindo os questionamentos sobre o sorteio de dez vagas para vendedores permanecerem no terminal do Jardim Novo Mundo. A audiência foi comandada pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT), que entende a necessidade de uma revitalização no transporte público.

Entretanto, ele cobra que os permissionário não sejam prejudicados em nenhum momento pelas mudanças nos locais.  “Que essa reestruturação não exclua os permissionários, o que quereremos que cada um fique onde está”, afirmou.

Com um represente na audiência, o vereador Fabrício Rosa (PT) cobra um prazo para que os vendedores possam se preparar para a mudança. Além de pedir os critérios utilizados para o sorteio das vagas e quem poderá voltar para os terminais após as reformas. Além de contar que os usuários se sentem mais seguros com a presença dos ambulantes no local.

“Eles pagam R$ 1.800 por mês e atuam lá largados, estão há décadas, alguns há mais 30 anos, ali eles retiram o sustento próprio e de suas famílias. A RedeMob tem agido de modo intransigente com eles, ainda alegaram que ‘os usuários do transporte público haviam pedido a retirada dos comerciantes’, o que não é verdade porque se sentem mais seguro com a presença deles e há uma logística mínima de alimentação”, defende Rosa.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec) se dispõe a colaborar na situação dos comerciantes nos terminais de ônibus. Segundo a pasta, o plano precisa ser elaborado pelo Governo estadual, mas a Prefeitura de Goiânia poder ser chamada para participar. Mesmo que a Sedec não abranja a informalidade em suas atribuições.

O Jornal Opção entrou em contato com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) para um posicionamento sobre a situação dos permissionários, mas não houve resposta. O espaço segue aberto.

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