Mais perguntas do que respostas. Foi com esse “sentimento” que os vereadores saíram da reunião da Comissão de Finanças da Câmara Municipal de Goiânia na tarde desta terça-feira, 7, que recebeu o secretário de Finanças, Vinícius Henrique Pires Alves. Por causa disso, o presidente da comissão, Leo José (Republicanos) antecipou que na reunião da próxima semana estará em pauta a possibilidade de convocação do secretário de Infraestrutura, Denes Pereira, para sanar as dúvidas que ainda não foram esclarecidas.

“Apesar do alto poder que o prefeito delegou ao secretário de Finanças, ele não esclareceu muita coisa. É muito bom de oratória, mas não responde. Ele enrola, enrola e enrola”, declarou Leo. A justificativa para a ida do secretário à comissão foi uma denúncia anônima relacionada ao atraso das obras o BRT, que, segundo Vinícius, “é uma prioridade da Prefeitura”. No entanto, o secretário de finanças não soube precisar quantos aditivos já foram feitos. “Informações técnicas são de responsabilidade da área fim”, se limitou a responder aos parlamentares.

Quando questionado sobre os aditivos do contrato do BRT, o secretário afirmou: “Na vontade que a obra saia do papel, quando precisa fazer qualquer aporte, a gente apoia”. No entanto, ele reforçou que não saberia informar qualquer questão técnica relacionada à obra que, segundo ele, possui apenas entraves técnicos e jurídicos.

O vereador Anselmo Pereira (MDB) ajudou o secretário na defesa e disse que a revisão dos valores é compreensível. “O que estava orçado há oito anos atrás, naturalmente hoje não é o mesmo valor”, justificou.

Sem respostas

Ao perceber que os questionamentos não eram totalmente respondidos, Leo José se irritou: “Tudo bem não querer responder, mas negar que tem atribuição e responsabilidade não dá. Tem a sua assinatura nos documentos”, lembrou Leo. “Isso aqui não vai ser o mesmo show que a CEI da Comurg está fazendo”, alertou o vereador Pedro Azulão Jr. (PSB). E o presidente da comissão respondeu: “Não temos a intenção de transformar isso num circo. O que a gente tem aqui é uma denúncia e perguntas pertinentes”, rebateu.

Vereador Leo José se irritou com a falta de respostas | Foto: Câmara Municipal

Falta de transparência

Leo José também cobrou o envio da documentação solicitada à pasta para a Câmara e ameaçou levar o caso ao Tribunal de Contas do Município (TCM) caso isso não for feito nos próximos cinco dias. “Deixar de publicar documentos é inaceitável”, afirmou o presidente da comissão ao cobrar transparência dos atos públicos.

Leo José não ficou satisfeito com a falta de clareza das respostas. “A gente não tem os recebimentos, as medições. Não sabemos pra onde está indo esse tanto de suplementações e aditivos. Em dois anos e meio de gestão, foi suplementado mais do que o dobro do que nas outras gestões”, questionou. No entanto, o presidente da Comissão de Finanças da Câmara ponderou que, sem a documentação, ainda é cedo para falar em qualquer indício de improbidade ou irregularidade.

Power Point

Antes de começar a sabatina, o secretário Vinicíus fez questão de apresentar os slides elaborados pela equipe de técnicos da Secretaria de Finanças que falavam sobre a função e competência de sua pasta, além dos investimentos do programa Goiânia Adiante. Isso atrasou o início dos questionamentos e a reunião se estendeu até o fim da tarde, por mais de três horas.