A área do Jóquei Clube de Goiás, localizado no Setor Central, está no meio de duas ações movidas pela União que, juntas, ultrapassam R$ 2,4 milhões em dívidas de contribuições sociais acumuladas entre 2001 e 2004. Como consequência, a Justiça Federal determinou a penhora de uma parte do terreno avaliada em R$ 2,7 milhões. No entanto, o procurador-geral do município de Goiânia, Wandir Allan, minimizou as execuções fiscais movidas contra o espaço.

Segundo os documentos, as ações ajuizadas em 2012 e 2013 cobram débitos previdenciários, salário-educação e contribuições destinadas a entidades do Sistema “S” (Sesc, Senai, Sebrae, Sesi e outras quatro entidades). Para garantir o pagamento, uma fração de 1.500 metros quadrados do imóvel foi registrada como bem penhorado. Isso impede que o imóvel seja vendido livremente e garante prioridade legal aos credores já reconhecidos.

Contudo, o procurador explica que, a partir do momento que o município declara a utilidade pública e realiza a desapropriação, a matrícula do imóvel fica limpa e a penhora deixa de existir. Segundo ele, os credores podem apenas se habilitar para receber valores caso, ao final do processo, haja saldo a ser pago ao Jóquei Clube como indenização, o que não influenciaria a posse e destinação pública do bem. As duas execuções fiscais movidas pela União contra o Jóquei Clube foram reunidas na 10ª Vara Federal de Execução Fiscal de Goiânia.

O bem penhorado foi levado a leilões eletrônicos em 2023 e 2024, mas não houve arrematação definitiva. A penhora segue ativa e vinculada a outros processos, inclusive trabalhistas, o que coloca o imóvel no centro de uma disputa entre diversos credores.

A Prefeitura de Goiânia também pretende ingressar com ação judicial para tomar posse do antigo Jóquei Clube, após publicar decreto que declarou o imóvel de interesse público. No entanto, o trâmite possui uma pendência: uma área de 400 m², em uma extremidade, foi averbada em nome de um terceiro como quitação de dívida do clube. 

Segundo Wandir Allan, a gestão estuda também desapropriar essa faixa para unificar o terreno antes de incorporar ao município.

No espaço, o prefeito Sandro Mabel (UB) planeja estruturar um complexo multiuso voltado a esporte, cultura e educação, com revitalização do parque aquático e criação de áreas de lazer e convivência. O projeto inclui um hub de inovação para startups e capacitação de jovens em tecnologia e desenvolvimento de games, apelidado de “Palácio dos Games”, além de um centro gastronômico. 

A proposta integra a meta do prefeito de posicionar a capital como um polo tecnológico, inspirado no conceito de “Vale do Silício”.

Leia também:

Após decreto, Prefeitura de Goiânia quer resolver ‘pendência’ antes de ação de posse do Jóquei Clube

Mabel fala em transformar Goiânia em “Vale do Silício” após assinar parceria por cursos profissionalizantes