Crise nas maternidades: funcionários denunciam que não recebem salários

06 dezembro 2023 às 11h23

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*atualizada para inserção da nota da SMS
Novamente, a crise financeira parece rondar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em outubro, a pasta havia informado que quitou todos os débitos com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clinicas (Fundahc) e que por isso a crise das maternidades em Goiânia havia chegado ao fim. Na manhã desta quarta-feira, 7, no entanto, mais de 100 funcionários se reuniram em assembleia para decidir se paralisam os serviços e entram em greve. Em nota, a SMS afirma que fez novo repasse para a fundação na manhã de hoje, 6 (confira ao final).
Os trabalhadores cobram da prefeitura o recebimento do salário e demais direitos trabalhistas. “A resposta que temos do Diretor do Hospital é que estão aguardando repasses da prefeitura para pagar o décimo terceiro, férias vencidas, vale alimentação e o salário. Tá um verdadeiro descaso”, relatou Keila Alves, colaboradora do Hospital e Maternidade Dona Iris.
Procurada pela reportagem, a Fundahc disse que é somente a SMS que responde aos questionamentos. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) diz que as maternidades municipais, geridas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), seguem oferecendo assistência humanizada e de qualidade aos pacientes.
“A secretaria reforça que um novo repasse à fundação foi realizado na manhã desta quarta-feira, 6. Quanto ao pagamento do piso da enfermagem, a previsão é que seja pago ainda na folha de dezembro e com valores retroativos ao mês de maio de 2023”, finaliza a nota.
- Leia também: Crise das maternidades: SMS diz que situação está resolvida já que repassou dinheiro à fundação
“A saúde grita por socorro e justiça mas não temos quem lute conosco aqui na capital”, denuncia Keila. Segundo as denúncias dos técnicos de enfermagem, o Sindicato de Enfermagem no Estado de Goiás (SIENF-GO) é aliado da Prefeitura de Goiânia e não representa as reivindicações dos trabalhadores.
“Piso e os atrasos que vem acontecendo desde fevereiro desse ano. Essa gestão do prefeito está sendo a pior dos últimos tempos tratando a saúde com descaso e falta de respeito. Fiquei de férias em Setembro e recebi 12 dias depois com atraso e não me pagaram retroativo e o piso da Enfermagem nem se comenta na maternidade uma vergonha”, finalizou Keila.
Segundo os relatos dos funcionários, na última segunda-feira, 4, o secretário de saúde Wilson Pollara enviou um comunicado ao diretor da Fundahc para que fosse repassado aos colaboradores (confira abaixo). No comunicado, ele explica que o Hospital e Maternidade Dona Íris e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara se integraram, mas os servidores afirmam que não sabem se isso pode impactar o trabalho deles ou não. “Existe uma falta de diálogo entre os colaboradores e a SMS para praticamente todos os casos”, relatam.
Comunicado aos colaboradores do HMDI e do HMMCC
Prefeitura de Goiânia amplia serviço de saúde para mulher
A partir desta segunda-feira, 4 de dezembro, o fluxo de atendimento no Hospital e Maternidade Dona Íris e no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara passam a ser integrados.
Foram abertos 15 novos leitos de ALCON no Célia e novas adaptações serão feitas na unidade, que passa a ter maior capacidade de atendimento e será o Hospital da Mulher referência em alto risco para as moradoras de Goiânia. Com essa medida, esperamos conter a sobrelotação do Dona Íris e oferecer assistência cada vez melhor às pacientes da urgência e emergência.
Assim, após a triagem e a primeira avaliação médica no Dona Íris, as pacientes que necessitem de internação e estejam em condições serão reguladas e transferidas para o Célia Câmara. O deslocamento será feito de maneira segura, via van ou ambulância da Prefeitura de Goiânia.
As adequações terão um impacto positivo na saúde das mulheres, com ampliação do serviço oferecido, mais agilidade e qualidade no atendimento.
Nota da Secretaria de Saúde na íntegra
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que as maternidades municipais, geridas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), seguem oferecendo assistência humanizada e de qualidade aos pacientes.
A secretaria reforça que um novo repasse à fundação foi realizado na manhã desta quarta-feira (06/12). Quanto ao pagamento do piso da enfermagem, a previsão é que seja pago ainda na folha de dezembro e com valores retroativos ao mês de maio de 2023.