A Prefeitura de Goiânia finalizou proposta de Parceria Público-Privada (PPP) para tornar a capital uma “cidade inteligente”. O projeto prevê a instalação de internet em 588 prédios públicos, videomonitoramento em 537 pontos, Wi-Fi em 76 locais públicos e implantação do Centro de Controle e Operação (CCO). Ainda consta na lista a construção de três usinas de energia fotovoltaica e serviço de georreferenciamento. O Programa prevê a troca de toda a iluminação pública da capital nos próximos 8 meses.

As iniciativas vão desde a troca de todas as lâmpadas da cidade por LED e iluminação de destaque em praças, edifícios, parques, bosques e monumentos até a instalação de internet e câmeras em mais de 500 pontos. Atualmente, a prefeitura conta com 181 câmeras ativas.

De acordo com a prefeitura, a concessão administrativa dos serviços de eficientização, operação e manutenção do parque de iluminação pública, implantação, operação e manutenção da infraestrutura de telecomunicações e geração de energia fotovoltaica para atender a demanda municipal com um contrato de 25 anos.

A disponibilidade de Wi-Fi público nos principais espaços de convivência da cidade, segundo o prefeito Rogério Cruz, vai proporcionar acesso à Internet para a população, promovendo inclusão digital e permitindo que moradores e turistas estejam mais conectados, aquecendo também o empreendedorismo local.

Além disso, o projeto prevê link dedicado de Internet para todos os prédios públicos, garantindo maior eficiência no serviço público e estimulando o uso da tecnologia em postos de saúde, com a telemedicina e nas escolas, trazendo benefícios à educação. 

Conforme decreto municipal, em finalização, o conselho gestor de Parcerias Público-Privadas (PPPs) da Prefeitura será o órgão responsável por recepcionar, avaliar e aprovar os estudos de viabilidade e modelagem contratual do projeto, bem como autorizar a publicação da Consulta Pública. As secretarias instituídas são: Secretaria Municipal de Finanças, Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana, Agência de Regulação de Goiânia, Procuradoria Geral do Município e o Escritório de Prioridades Estratégicas.

Na fase externa do projeto, está na Comissão Permanente de Licitação. O modelo da proposta foi elaborado pelo Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), sob coordenação da Secretaria de Finanças.

O que é uma Cidade Inteligente?

O programa foi o carro-chefe da campanha eleitoral liderada por Maguito Vilela (MDB) em 2020. As chamadas “cidades inteligentes” têm como alguns de seus pilares a eficiência energética, a promoção de qualidade de vida e a preocupação com sustentabilidade ambiental, social e econômica. Trata-se de um conceito que é a resposta para desafios dessa era, como os problemas ambientais e o crescimento expressivo da população urbana.

Mais de 70% da população mundial viverá em complexos urbanos, apontam estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Assim, as smart cities são uma solução para atender à demanda populacional sem deixar de lado o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental.

De acordo com o relatório Cities in Motion, elaborado pelo IESE Business School (Universidade de Navarra, Espanha), existem nove indicadores de inteligência urbana. São eles:

  • capital humano — estratégias para o desenvolvimento pessoal e profissional dos moradores, com foco na promoção de educação de qualidade e repertório científico e cultural;
  • coesão social — diz respeito ao senso de “pertencimento” da população, proporcionado por iniciativas como o desenvolvimento comunitário, a acessibilidade e o combate ao preconceito;
  • economia — trata-se das ações de incentivo à economia local, à criação de planos industriais estratégicos e ao estímulo ao empreendedorismo;
  • governança — esse indicador mede a eficácia da intervenção estatal na cidade, observando como se dá a gestão de recursos, a transparência e a ética governamental;
  • meio ambiente — a responsabilidade ambiental é um dos pilares das smart cities, portanto, são valorizadas iniciativas que ajudam a conter problemas ambientais e a garantir a sustentabilidade no uso de recursos;
  • mobilidade — a mobilidade urbana eficiente e bem-planejada otimiza a qualidade de vida da população, além de se relacionar com as preocupações com o meio ambiente;
  • planejamento urbano — entram nesse parâmetro as soluções para a conectividade e autossuficiência dos bairros, o planejamento de infraestrutura, o sistema de gestão de resíduos e a distribuição de energia, entre outros;
  • reconhecimento internacional — refere-se aos planos estratégicos de turismo e à infraestrutura para a promoção do reconhecimento internacional da cidade;
  • tecnologia — por fim, as smart cities têm a tecnologia como carro-chefe, já que o desenvolvimento tecnológico proporciona soluções para sustentabilidade, segurança pública, desenvolvimento humano etc.

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