Os agentes de saúde da capital se reuniram em assembleia na Câmara Municipal de Goiânia, na manhã desta quarta-feira, 25, para decidir se vão entrar de greve e paralisar totalmente os serviços. Os profissionais decidiram reduzir a produtividade enquanto aguardam posição da Prefeitura de Goiânia. Uma reunião será realizada na próxima segunda-feira, 30, com o secretário municipal de saúde, Wilson Pollara para definição dos rumos que a greve tomará.

Segundo a presidenta do Sindsaúde, Néia Vieira, os débitos da prefeitura com os agentes totalizam 600 mil. Do total, metade dos recursos vem do governo federal e a outra metade tem que ser paga pelo tesouro municipal.

“A decisão aqui é a decisão de todos. Todos concordaram com a redução de 30% da produção sem a participação em nenhuma programação. Na próxima terça-feira teremos outra assembleia para definir a greve geral” explicou Néia.

Segundo as denúncias, a Constituição determina o recebimento de vencimentos de dois salários mínimos e a Prefeitura não vem respeitando a emenda constitucional 120, porque a União repassa o dinheiro mensalmente, mas o município não tem passado o valor atualizado. Além de não receber os salários atualizados, por falta de enfermeiros os agentes vêm sendo colocados para realizarem outras funções que não são de suas competências, como triagem médica, por exemplo.

“Eu sou agente comunitário de saúde. Não adianta ficar no seu posto de trabalho tampando buracos dos enfermeiros, fazendo programação estipulada pelo Ministério, e seu salário não for corrigido. Não estamos pedindo, estamos reivindicando o que é nosso por direito” explicou Paulo, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias do Estado de Goiás (Sindacse).

Sindicato se reuniu com secretaria estadual

Na última semana, o Sindsaúde realizou um Café da Manhã Especial para receber o secretário de Estado da Saúde, Sérgio Vêncio, e sua equipe, na sede do sindicato, juntamente com diversos servidores da pasta e representantes de entidades de classe.

O objetivo do encontro foi promover um diálogo entre os trabalhadores e o gestor da pasta da saúde do estado de Goiás, em menção ao Dia do Servidor Público, celebrado no dia 28 de outubro, para discutir reivindicações e buscar alternativas que consolidem uma proposta do executivo para compensar as perdas salariais que a categoria tem enfrentado nas últimas décadas.

“Levamos à Secretaria de Estado da Administração (Sead) uma proposta de aumento de 80 por cento do valor da remuneração, entendendo que para quem aposenta é o caos porque perde todas as gratificações. Diante disso, temos a promessa de uma contraproposta da Sead que ainda não foi apresentada, mas há a possibilidade de um avanço real nessa tratativa”, explicou Vêncio.

“O problema parte da Secretaria de Economia em relação à projeção para 2024, pois o Governo perdeu 37 por cento da arrecadação. O governador pediu um tempo para entendermos como a arrecadação vai subir, mas eu garanto para vocês que a valorização dos servidores é pauta prioritária para a gestão, eu já estive diversas vezes com ele conversando sobre o assunto. Para a Secretaria de Estado da Saúde a pauta conta com o nosso apoio, entendendo que existem limitações financeiras”, completou o secretário.