O futebol brasileiro está à venda, e os sauditas estão dispostos a levar quase tudo, inclusive o Goiás
 Herbert Moraes
                    Herbert Moraes
                
                28 outubro 2025 às 16h10

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Dono do britânico Newcastle, o príncipe saudita Mohammad bin Salman, considerado um dos homens mais ricos do mundo, está disposto a comprar o Vasco, Bahia, Goiás, Grêmio e Fortaleza para transformá-los em SAFs e revolucionar o futebol brasileiro por meio de um projeto que promete injetar bilhões em estrutura e marketing. Tudo será capitaneado pelo fundo de investimento árabe que, nos últimos anos, movimentou bilhões de dólares e euros na Europa e agora quer fazer o mesmo no Brasil, ao anunciar o interesse em formar um conglomerado de clubes tradicionais brasileiros.
O trilionário também planeja adquirir os maiores clubes do país para transformar todos em SAFs. Botafogo, Flamengo, Vasco, São Paulo, Corinthians e Santos estão na mira de um poder que ultrapassa fronteiras e pode mudar a percepção do torcedor brasileiro sobre o futebol de elite.
As negociações com alguns clubes já estão avançadas. É o caso do Santos, que se aproxima de um acordo capaz de proporcionar um “upgrade” inimaginável, colocando-o entre os clubes mais ricos do futebol nacional e internacional. O príncipe saudita estaria disposto a investir na SAF do Peixe, principalmente após o retorno de Neymar à Vila Belmiro.
O negócio que envolveu a volta do ídolo para casa estaria cercado por investimentos vindos do fundo saudita para a compra da SAF santista, algo ainda inédito no país. Até agora, o futebol brasileiro recebeu investimentos de sociedades anônimas locais ou dos Estados Unidos, como John Textor, proprietário do Botafogo.
Em 2024, o Vasco iniciou negociações para vender a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube para o fundo de investimento da Arábia Saudita, que já colocou na lista de “desejos” de Mohammad bin Salman o Olympique de Marselha, a Inter de Milão e o Valência, na Espanha. Há um ano, o mesmo fundo vem propondo adquirir 100% das ações da Roma, na Itália, oferecendo 900 milhões de euros (R$ 6 bilhões) pela compra imediata, mas o clube continua barganhando, e a negociação pode chegar a 1,2 bilhão de euros. A operação para comprar o Vasco resolveria os dois principais problemas que afligem o clube e a torcida: a questão financeira e a instabilidade administrativa.
Nos últimos anos, o futebol nacional tem firmado parcerias com fundos de investimento altamente capacitados financeiramente, uma história que começou com o Bragantino e a Red Bull e se estendeu ao Bahia com o Grupo City. O fundo que deseja firmar uma parceria com o clube carioca pretende colocar o Vasco de volta aos títulos. A negociação com os sauditas está bem avançada.
O interesse em investir no futebol brasileiro foi ideia de Yasir Al Rumayyan, chefe do fundo de investimento futebol saudita, que revelou um interesse crescente em expandir o financiamento no país. Além de investir em tecnologia, energia renovável e mineração, o fundo árabe vê no Brasil um campo fértil para novas aquisições no esporte. O Atlético Paranaense também estaria entre os clubes selecionados pelos árabes, assim como Bahia, Goiás, Grêmio e Fortaleza.
Em Goiás, o esmeraldino declarou ao Jornal Opção que, por enquanto, não há nada oficial, que o clube não tem pressa, mas que a diretoria tem interesse em transformar o Goiás em SAF e, até o momento, busca muito mais um grande investidor do que vender o clube.
O fundo saudita já possui presença significativa no futebol internacional. Atualmente, é dono do Newcastle, o clube mais poderoso da Premier League inglesa, além de ter investimentos em clubes sauditas de destaque, como Al-Hilal, Al Ittihad, Al Nassr e Al Ahli, que abrigam estrelas do futebol mundial, como Cristiano Ronaldo e Sadio Mané (Al Nassr), Roberto Firmino (Al Ahli), Neymar e Malcom (Al Hilal) e Karim Benzema e Kanté (Al Ittihad).
Os quatro principais clubes da Arábia Saudita foram adquiridos de forma conjunta, mas os valores não foram revelados. O controle do fundo é de 75% em cada clube. Esse aporte financeiro permitiu que os times contratassem jogadores de alto nível para seus elencos.
O homem que tem fome de comprar o mundo, Mohammad bin Salman, é o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há três anos, tornou-se também primeiro-ministro do reino, além de chefe da corte real da Casa Saud. Atualmente, tem 40 anos de idade. A fortuna de Bin Salman é trilionária, e seus bens são avaliados em US$ 1,4 trilhão.
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