Paulo Vitor Avelar: “Precisamos alinhar Jaraguá com o governo do Estado e com o governo Bolsonaro”
30 agosto 2020 às 00h00
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Pré-candidato do DEM a prefeito em cidade do Vale do São Patrício afirma que é preciso buscar parcerias com outras gestões independente de bandeiras partidárias
O publicitário Paulo Vitor Avelar surgiu na política nos bastidores e cargos administrativos. Mas nunca se aventurou na política eleitoral. Atou nas gestões de Lineu Olímpio (PTB) e Ival Avelar (PTB) em Jaraguá, acompanhou Renato de Castro (MDB) na Assembleia Legislativa e depois fez parte da gestão de Goianésia quando o emedebista foi eleito prefeito.
Especialista em gestão pública, foi apresentado por Renato de Castro ao então senador Ronaldo Caiado (DEM), que convidou Paulo Vitor a participar da campanha de 2018 ao governo do Estado. Ocupou os cargos de chefe de gabinete da primeira-dama Gracinha Caiado e depois o mesmo posto na equipe do governador.
A experiência como integrante das gestões levou ao convite de Caiado para que Paulo Vitor se tornasse pré-candidato a prefeito de Jaraguá, no Vale do São Patrício. O que era apenas uma proposta se viabilizou quando o nome do jovem começou a entusiasmar grupos políticos e parte da sociedade no município. Em entrevista ao Jornal Opção, Paulo Vitor Avelar fala sobre o trabalho de pré-campanha, o que pretende fazer se for eleito, os gargalos da cidade e analisa questões políticas e eleitorais de Goiânia e Goianésia.
Por que da decisão de ser pré-candidato a prefeito de Jaraguá?
Sempre participei da política. Mas toda vida fui dos bastidores. Atuei muito em Jaraguá. Atuei muito em ações sociais, culturais. Sempre fui apaixonado por Jaraguá. Trabalhei na Prefeitura de Jaraguá com os ex-prefeitos Lineu Olímpio (PTB) e Ival Avelar (PTB). Ocupei vários cargos importantes nas duas gestões. Depois fui para a Assembleia Legislativa trabalhar com o então deputado estadual Renato de Castro (MDB). Foi um aprendizado que só aumentou nosso conhecimento político.
Renato de Castro é eleito prefeito em Goianésia e me convidou para ser secretário-geral do gabinete da prefeitura. Tivemos um papel mais ativo na elaboração do plano de governo, das realizações da prefeitura e na montagem da equipe. Quando o senador Ronaldo Caiado (DEM) se lançou candidato a governador e o prefeito Renato de Castro declarou apoio a Caiado, os dois conversaram e Renato falou sobre nosso perfil mais organizador e de liderança das ações. Foi quando Caiado me convidou para fazer parte da campanha ao governo do Estado.
Passei a fazer parte do QG eleitoral de Ronaldo Caiado, quando conheci a primeira-dama Gracinha Caiado. Ficamos muito próximos e tivemos uma participação muito ativa na campanha. Foi quando veio o convite para fazer parte do governo. Tanto que comecei como chefe de gabinete da Gracinha e depois o governador me convidou para ser chefe de gabinete da Governadoria.
Como o ex-prefeito Lineu Olímpio decidiu não ir para a disputa eleitoral em Jaraguá, nosso grupo político me pegou de surpresa. O governador conversou comigo e disse que eu seria o pré-candidato a prefeito na cidade. Houve uma repercussão muito positiva, que me deixou muito lisonjeado e responsável com essa missão.
Como foi o momento do convite feito pelo governador e do apoio que o sr. recebeu do ex-prefeito Lineu Olímpio?
Foi durante uma conversa em Goiânia. Caiado e Lineu me fizeram o convite, mas acreditei se tratar de uma questão de cortesia. Sempre coordenei campanhas em Jaraguá. Quando o candidato era eleito, eu tinha uma participação muito importante no governo. Na semana seguinte, colocaram meu nome em uma enquete contra o prefeito. Não tinha articulado nada para isso. Foi quando meu nome apareceu com 69% e o prefeito Zilomar Oliveira (PSD) com 31%.
A partir de então, os vereadores começaram a declarar apoio ao meu nome. Começou a ocorrer uma convergência política de tal forma que nunca existiu em Jaraguá um grupo político que não precisasse disputar convenção. Nosso nome aglutinou os quatro partidos que tinham chapa colocada para vereador. Estamos com quase 70 candidatos a vereador (são 15 vagas na Câmara Municipal de Jaraguá). Não houve qualquer objeção ao nosso nome, o que foi muito positivo para iniciar a pré-campanha.
Quais são os partidos que declararam apoio à sua pré-candidatura?
Estamos com o DEM, PTB do Lineu Olímpio, Progressistas, Podemos e ainda estamos em conversa com vários outros partidos. As quatro legendas estão com chapas de vereador montadas, estamos trabalhando na pré-campanha. Estamos abertos a discussão e a diálogo com os demais partidos que ainda não declararam apoio para pré-candidato a prefeito. Quatro ou cinco sigla aqui da cidade ainda não tiveram suas convenções para decidir com quem vão caminhar. Estamos em diálogo com todos esses presidentes dos partidos e com os pré-candidatos a vereador.
Na política municipal, as coligações seguem mais o momento eleitoral do que bandeiras. Em Goiânia, seria bastante improvável uma aliança entre DEM e PT. Como está o diálogo com o PT em Jaraguá?
Está em andamento. Tenho uma relação muito amistosa com a presidente municipal do PT, a Professora Rosária Nogueira da Abadia, que é presidente do Sintego [Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás] na regional Goianésia e Jaraguá. É uma pessoa das trincheiras, que luta e que batalha pela educação. Também tive conversa com o presidente do PSL, com o presidente da Rede, com o presidente do Patriota. Todos os partidos que têm pré-candidatos a vereador nós estamos conversando.
Houve alguma possibilidade de união com o MDB em Jaraguá? Chegou a conversar com Avimar Teodoro (MDB), que também é pré-candidato a prefeito?
Tive uma conversa com o Avimar no começo da pré-campanha. Avimar é meu médico, meu amigo. Inclusive, a minha história política foi toda feita no MDB. Várias lideranças do MDB estão comigo. E não fechamos as portas para o Avimar. Tivemos alguns contratempos por questões pessoais que acarretaram o distanciamento do nosso grupo com o grupo do Avimar por causa do ex-candidato Eduardo Rios (MDB). Da nossa parte, o diálogo está pronto, não temos qualquer objeção. Até as convenções, tudo pode acontecer.
Fiz o compromisso com Avimar de disputar na pesquisa, quem estivesse melhor seria o nome escolhido. Mas não tivemos consenso no acerto do acordo. Continuo a ter muito respeito, tenho a maior admiração pelo Avimar e aguardamos. Em política, não podemos ter certeza de nada até as convenções, pode acontecer tudo. Apesar de ter havido uma grande aproximação do Avimar com o ex-deputado Nédio Leite, o que fez com que o nosso grupo se afastasse um pouco dessa aliança.
O que vem de Jaraguá é que o nome do sr. é tratado hoje na cidade como uma pré-candidatura que representa um sentimento de renovação. A intenção do sr. é trabalhar a imagem de mudança diante da gestão do prefeito Zilomar Oliveira?
Com muita humildade, acredito que precisamos alinhar o governo de Jaraguá com o governo do Estado e com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) através de relacionamento político e troca de experiência. Sou uma pessoa de 34 anos, mas tenho 16 anos de acompanhamento de prefeitura e de gestão. Sou um político, não tenho de sair da prefeitura para atender paciente ou tomar conta de empresa. Se entrar na campanha e for eleito prefeito, serei prefeito 24 horas.
Me sinto preparado, tanto no relacionamento político com o governador, com deputados federais, com ministros, com equipes de prefeitos, com boas experiências, para criarmos uma nova leitura. O prefeito atual passou três anos olhando para o retrovisor. Infelizmente, o prefeito dizia que tudo que acontecia era culpa de gestões passadas e deixou muito a desejar porque foi eleito também com uma esperança de mudança e cometeu os mesmos erros antigos.
Deixou todas as áreas defasadas. Não conseguiu pagar salário em dia, não conseguiu fazer obra, não conseguiu melhorar a autoestima da cidade. Jaraguá está triste, a cidade está suja, abandonada. A cidade perdeu aquele brilho. Nossa juventude está totalmente sem um pingo de perspectiva. Precisamos dar um sacode, unir forças, dialogar com a sociedade para encontrar um caminho e tirar Jaraguá desse ostracismo.
“Governador conversou comigo e disse que eu seria o pré-candidato a prefeito na cidade. Houve uma repercussão muito positiva, que me deixou muito lisonjeado e responsável com essa missão”
Como estão as discussões para definir o nome de candidato a vice-prefeito na chapa?
Graças à Deus temos várias pessoas que querem ser vice. Isso demonstra que a campanha está positiva. Quando tem muita gente que quer ser vice da gente é sinal de que a coisa está boa. Temos bons nomes em todos os quatro partidos. Do Progressistas, temos o vereador Odair da Vizzato, que é muito atuante e conseguiu muitos recursos. No Podemos, temos um jovem empresários chamado Saulo Vilela, que colocou o nome à disposição e tem caído na graça da juventude e dos empresários da cidade.
No PTB, temos a ex-primeira-dama Glades Souza. Grande parte dos nossos apoiadores pede para que Glades seja a candidata a vice-prefeita pelo trabalho social realizado por oito na Prefeitura de Jaraguá. Temos o peso do marido de Glades, o ex-prefeito Lineu Olímpio, um grande líder.
Dr. Breno Leite (DEM), suplente de deputado e um dos vereadores mais votados, que também está na disputa e hoje é presidente do PTB. Temos também o empresário Leomar D’Abadia, que tem um grupo de empresários a defender o seu nome, um grande apoiador e pessoa distinta da nossa cidade para compor.
Isso sem contar que poderemos ter novidades de alianças com outros partidos. Até a nossa convenção, dia 16 de setembro, vamos manter o diálogo com muitas pessoas para encontrar o candidato que mais pode somar na nossa fotografia para fazermos um projeto legal. Até porque vice também tem de trabalhar. Não quero vice para ficar recebendo em casa. Tem de ir à luta e merecer o salário que ganha do povo.
Temos de ter uma sintonia. Todos são nomes de pessoas que têm identidade com o povo, com a cidade e o escolhido irá somar. Fui escolhido pré-candidato pelo grupo. A escolha do vice também não é minha, é uma decisão de grupo. Peço a Deus que ilumine as pessoas que farão parte da nossa convenção para escolher a pessoa que mais some com o projeto para chegar à vitória no Palácio do Sol.
Queremos realizar um grande trabalho para reanimar a juventude e os empresários, cuidar do produtor rural, que está abandonado, criar um grande vínculo de relacionamento de Jaraguá com o governo do Estado, com o governo do presidente Bolsonaro e com os prefeitos vizinhos.
O sr. citou que tem experiência de atuação na área cultural. O que o sr. acredita que precisa ser feito na cultura em Jaraguá?
Fui secretário da Cultura aqui em Jaraguá, quando conseguimos com muito prazer fazer a restauração do nosso patrimônio. Inauguramos dois museus. Graças ao governador Ronaldo Caiado, estamos terminando a restauração completa da nossa igreja, que é do século XVIII. O recurso veio da Secretaria de Estado da Cultura.
Temos muitos agentes culturais. Precisamos fazer de novo o levantamento dos nossos artesãos, da nossa classe artística. Jaraguá é uma cidade de folclore, da Festa do Divino, de Cavalhadas, de Folia de Reis. É uma cidade culturalmente muito ativa. Estamos agora com o projeto Caminho de Cora, que sabemos ser a bola da vez. Temos recursos do Caminho de Cora e precisamos incluir Jaraguá nesse circuito. É necessário procurar parcerias com o Sebrae e o Senac para oferecer cursos de turismo e preparar a cidade para a demanda do Caminho de Cora.
Cultura e turismo têm de ser casados. Não podem ser separados. Precisamos colocar uma frente de jovens para se tornarem agentes culturais, até na área do turismo. Em Jaraguá, temos o turismo de negócio, porque é uma cidade de confecção, para a qual as pessoas vêm para comprar. Precisamos aprender a atrair essas pessoas. E temos a melhor rampa de parapente do Brasil. o turismo ecológico e de aventura também é muito forte.
Fora o nosso Centro Histórico, que conseguimos preservar parte dele, mas está muito aquém do necessário. Temos de fortalecer esse processo de preservação com o tombamento do Centro Histórico de Jaraguá, preservar o que resta e atrairmos cada vez mais as pessoas através da cultura, da arte e do turismo.
Qual é o momento que a confecção vive hoje na cidade? O que é preciso para melhorar o setor de confecção de Jaraguá?
No começo da pandemia, Jaraguá começava a respirar nas vendas. Fomos atingidos imensamente. Quando estamos em tempos de crise, o que as pessoas mais tiram dos gastos são os supérfluos. Roupa acaba por virar uma questão supérflua. Muitas confecções fecharam. De 30 a 40 dias, a coisa começou a voltar com uma velocidade muito boa. As confecções voltaram a produzir e a contratar. É possível começar a ver uma luz no fim do túnel.
Mas nosso produtor, nosso empresários, precisa de incentivo. É preciso trazer um curso de educação financeira para capacitar o empresário. Muita gente em Jaraguá quebrou por falta de orientação, por falta de apoio e por falta de ajuda. O Estado tem várias frentes. Presidente Bolsonaro tem aberto diversas linhas de empréstimo barato para fortalecer os empresários. Estamos com um diálogo muito grande com a classe empresarial para encontrar a saída, que ninguém vai descobrir sozinho.
Temos de dialogar, procurar onde ocorreu o mesmo que em Jaraguá e como saíram da crise. Costumo usar o exemplo de Franca (SP), que quebrou a produção de sapato no final da década de 1990. Juntaram os empresários e visitaram a China e outros países para conseguir se refazer com a mesma manufatura. Hoje Franca voltou a ser a maior produtora de sapato da América Latina. Precisamos procurar o que deu certo em outros lugares, trazer para Jaraguá e dialogar com as pessoas para sairmos dessa situação.
Independente do eleito em Jaraguá para ser o próximo prefeito, a cidade possivelmente sofrerá com as dificuldades econômicas que todo o Brasil tem enfrentado. A recuperação muito leve de 2019 foi invertida com uma retração nos empregos no primeiro trimestre de 2020, situação que se agravou com a pandemia. O que precisará ser feito para ajudar empresários e trabalhadores em um momento que o próprio governo federal reconhece que tem dificuldade em definir o modelo do novo Bolsa Família, o Renda Brasil, que deve substituir o auxílio emergencial?
Em todas as discussões de pré-candidatos a prefeito e vereador, a preocupação é muito grande com a crise. Todo mundo muito tenso com o momento em que o auxílio emergencial parar, quando virá o efeito do furacão. Ainda não conseguimos medir o impacto. No caso de Jaraguá, precisamos analisar a criação de um programa de austeridade total na prefeitura para que possa sobrar recurso que possamos criar iniciativa para ajudar tanto o empresário como a classe mais carente. Precisaremos da mão das prefeituras, do governo estadual e do governo federal para ajudar as pessoas até que a economia consiga volar a funcionar.
O sr. sitou a prática do parapente e a força do turismo ecológico na cidade. O que pode ser ampliado de forma sustentável no turismo de Jaraguá?
Temos o Parque Estadual da Serra de Jaraguá (PESJ), que abrange um território gigante de mais de 2,8 mil hectares de rios, com passeios ecológicos dos mais diversificados, como em grutas e cachoeiras. O turismo ecológico está em alta. Precisamos aproveitar a grande área do município para fazer parcerias e atrair o turista com mais divulgação das belezas da cidade de Jaraguá.
O torneio de parapente possibilitou que Jaraguá recebesse em 2019 pessoas de Israel, da Polônia e outros países. Mais de cem inscritos não eram do Brasil. São pessoas que conheceram Jaraguá e divulgaram a prática do parapente na cidade em outros países. Tem um grande cenários para ampliar o turismo ecológico, mas é preciso que tenhamos divulgação e orientação. Precisamos de planejamento juntamente com entidades, com a associação do parapente, os responsáveis pelo Parque da Serra de Jaraguá, com empresários da cidade e com os gestores do Caminho de Cora.
Não adianta a pessoa chegar em Jaraguá e não ter um hotel legal, um restaurante bom e a infraestrutura necessária. Isso deixa um trauma no turista, que não divulga a cidade. Ao invés de ser um fator de divulgação, pode se tornar um problema. Precisamos criar uma cadeia funcional para atrair esses turistas.
Geralmente quem busca o turismo ecológico tem maior poder aquisitivo. Um exemplo são os turistas de Brasília que vão atrás das cachoeiras e rusticidade de Pirenópolis, que costumam ter uma renda maior e pagam mais caro em uma pousada e em um restaurante. Estamos em contato com uma superintendência do Sebrae para nos auxiliar na criação e envolvimento da comunidade de Jaraguá nesse projeto.
“Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve anunciar no final de outubro o contrato de concessão da BR-153”
Uma das questões que depende de negociação com o governo federal é a duplicação da BR-153 em Jaraguá, que é uma solicitação aguardada pelos moradores. É um assunto que será discutido com a gestão Bolsonaro?
Há duas semanas, estivemos com o deputado federal José Nelto (Podemos) em Brasília e visitamos o secretário nacional de Transportes Terrestres, Marcello da Costa Vieira. O secretário nos garantiu que o Tribunal de Contas da União (TCU) já liberou a concessão da BR-153 e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve anunciar no final de outubro o contrato de concessão da rodovia.
Pedimos também um polo de trabalho. Sabemos que, no projeto, teria sido liberado um polo de trabalho em Jaraguá e outro em Porangatu. Isso ajudaria as cidades com emprego e renda com a duplicação, que é uma obra que exige a contratação de funcionários para ser realizada. Por isso queremos um ponto de apoio da empresa que fará a duplicação em Jaraguá, que será beneficiada com um dos pedágios da concessão da BR-153. Isso aumenta o ISQN da prefeitura e emprego para a população.
Estou muito otimista com a nova postura do presidente de destravar essas ações com privatização e terceirizações, o que tem sido muito bem conduzido pelo ministro Tarcísio de Freitas. Não vejo futuro de gestão pública sem procurar parcerias com o governo do Estado e o governo federal. Independente de cor partidária ou de quem seja o ocupante do cargo. O prefeito do interior é totalmente dependente de recurso federal e estadual.
Independente de política partidária, precisamos estar em contato na busca de parcerias, em comunicação com os deputados federais para saber onde está o dinheiro para o projeto, com bons projetos para conseguirmos trazer os recursos para o município. A duplicação da BR-153 abrange parte do nosso projeto da Passarela da Moda, que é levar a questão logística empresarial para a BR-153, com a criação de uma vitrine da moda do que Jaraguá produz. São mais de 10 mil veículos que passam pela rodovia.
O sr. citou o prefeito de Goianésia, Renato de Castro, que tenta viabilizar sua pré-candidatura a reeleição. Mas o nome do MDB na cidade depende de uma disputa entre o prefeito e o diretório estadual do partido. Qual desfecho o sr. gostaria de ver para essa disputa e como é hoje a parceria Jaraguá-Goianésia?
Jaraguá e Goianésia têm uma relação de mãe e filha. Goianésia é filha de Jaraguá, a filha que se desenvolveu e virou um exemplo de gestão de cidade para todo o Estado. A gestão do prefeito Renato é aprovada mais de 70% da população de Goianésia. Acredito muito no diálogo, tanto do presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, como no diálogo do presidente do diretório municipal, Giovani Machado, e nos vereadores, que vão colocar essa situação na mesa. Tenho certeza que o que for melhor para o partido e para a cidade será acatado pelo prefeito e pelas lideranças.
Daniel é uma pessoa de diálogo e irá conduzir o consenso da melhor forma possível. Não tenho mais informações sobre a situação. Jaraguá em parceria com Goianésia tem muito a ganhar, até pela visibilidade e como exemplo de uma boa gestão. Goianésia tem um histórico de bons gestores, o que faz com que seja a cidade que mais cresce na Região do Vale do São Patrício. Temos de tomar exemplo do que funciona. E temos vários exemplos bons vindos de Goianésia. Acredito que tudo será resolvido na forma democrática e da melhor maneira possível par que Goianésia continue a crescer e Jaraguá acompanha esse crescimento em parceria.
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), anunciou na semana passada que encerrará a vida pública no dia 31 de dezembro e que não será mais candidato. Não é a primeira vez que Iris faz esse tipo de compromisso público, o fato já ocorreu nas eleições de 2014 e 2016. O sr. acredita que desta vez o prefeito da capital de fato irá se aposentar da política eleitoral?
Se todos os políticos de Goiás pudessem ter a saída honrosa e gloriosa que o prefeito Iris tem a oportunidade de fazer, seria um orgulho. Porque a pessoa passar 60 anos na vida pública sem ter processo, sem ter sido preso e terminar uma gestão como a de Goiânia por cima… Se Deus me desse a oportunidade de ter uma vida dessa, eu seria uma pessoa muito feliz.
Sou suspeito de falar, porque tenho uma admiração muito grande pela história do Iris como tenho do governador. Caiado e o prefeito são amigos. O governador também foi pego de surpresa com essa anúncio pelo carinho e diálogo que os dois tiveram desde o começo da gestão. De qualquer forma, mesmo com os eventos de 2014 e 2016, a situação tende a ser diferente, até pela idade do prefeito. 86 anos para gerir uma cidade deste tamanho e fazer o que o Iris fez merece muita dedicação.
Acredito que a família decidiu pegar o Iris para ficar mais próximo das filhas, dos netos. Dessa vez, senti um pouco de missão cumprida do prefeito. Posso estar enganado, mas parece que dessa vez é definitivo. Porque estamos muito próximos da convenção, não seria um retorno, porque o prefeito não teria a necessidade de fazer isso. Iris tinha uma eleição muito favorável por tudo que está fazendo em Goiânia no final de mandato.
Temos tanto o costume de ter Iris como candidato que seria estranho não tê-lo nessa disputa. Mas que Deus abençoe o prefeito e sua família para que, se for o melhor para Iris e sua família, sigam unidos. Agora, se Iris voltar à disputa, acredito que será uma surpresa também para o MDB. Mas o prefeito Iris é um exemplo de história política que fica para todos.
Caso se confirme o fim da carreira política de Iris e não seja candidato, a tendência é a de que o ex-governador Maguito Vilela seja o substituto do prefeito nas urnas. Como o sr. avalia o nome do Maguito para a eleição em Goiânia?
Maguito tem um histórico muito positivo desde quando foi governador. Passei várias eleições acompanhando Maguito. Como disse, minha história foi construída no MDB. Maguito fez uma revolução em Aparecida de Goiânia que é refletida até hoje. Falar de Maguito em Goiânia será muito fácil, porque tem a vitrine do governo em Aparecida, que foi uma gestão positiva, e de muitos anos de vida pública. Não vemos o nome de Maguito envolvido em escândalos ou qualquer coisa que o desabone.
Maguito tem condições de unir uma grande quantidade de partidos para continuar o legado do prefeito Iris Rezende. Seria até injusto que não fosse alguém do nível do Maguito para receber o bastão de Iris para mais quatro anos à frente de Goiânia. Porque em 1998, como Maguito não foi candidato a reeleição, mas poderia sido reeleito, talvez agora Iris queira fazer uma compensação ao entregar Goiânia a Maguito para que termine o legado. Ninguém melhor do que Maguito para assumir esse posto, por quem tenho um carinho muito grande.
Tem alguma assunto que não perguntei e que gostaria de destacar?
Só gostaria de ressaltar o carinho que o governador teve por Jaraguá dentro da dificuldade toda que Caiado enfrentou no primeiro momento. Tivemos várias ações do Estado, como ampliação de cursos do Itego, reforma e restauração dos bens patrimoniais, ampliação do trabalho do Hospital Estadual Dr. Sandino de Amorim com instalação de dez leitos de UTI, o que era um sonho de 20 anos da população de Jaraguá.
O governo do Estado realizou a reforma de todas as escolas estaduais. Conseguimos mais de R$ 1,5 milhão em recursos para as escolas estaduais fazerem suas adequações. O governador teve durante 1 ano e 8 meses muito mais atenção com Jaraguá do que os outros governos. Fico muito honrado de ser do partido do governador, de ter trabalhado com Caiado, de saber o que o governador passou, o exemplo de austeridade ao pegar um Estado quebrado. Participei bastante disso com o governador e podemos trazer essa experiência para Jaraguá.
Estamos dialogando com todas as classes de trabalhadores, com o pessoal da zona rural, estudantes, esportistas para criarmos um bom plano de governo, plausível, viável, para chegarmos à vitória com uma grande união de lideranças.