“O prefeito Iris Rezende gasta mal o dinheiro da Saúde”
07 abril 2019 às 00h00

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Dois anos depois da eleição do emedebista e três meses após a posse de Caiado, Nelto dá nota 5 para a administração de ambos

Na eleição de 2018, o agora deputado federal José Nelto (Podemos) rompeu com seu antigo partido, o MDB, para apoiar o então candidato a governador, Ronaldo Caiado. Em 2016, fez campanha para Iris Rezende à Prefeitura de Goiânia – cargo que deseja ocupar em 2021. Dois anos depois da eleição do emedebista e três meses após a posse do democrata, Nelto dá nota 5 para a administração de ambos. Diz que Iris gasta mal os recursos da Prefeitura e reclama que Caiado não prestigia a base que o elegeu.
No primeiro mandato como deputado federal, após larga experiência na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores de Goiânia, em Brasília Nelto se ocupa de assuntos como reforma da Previdência e a Medida Provisória 862, que permite a criação da Região Metropolitana do Distrito Federal e atingirá os municípios goianos do Entorno do Distrito Federal. Ao Jornal Opção, Nelto fala sobre esse e outros assuntos na entrevista a seguir:
Euler de França Belém – O Entorno do Distrito Federal não é de Brasília nem de Goiás. Nenhum dos dois lados quer esse filho. Muita gente já tentou alguma alternativa para a região. O João Campos [deputado federal, PRB-GO) já tentou, o ex-governador do DF José Roberto Arruda também. O sr. está envolvido em um outro projeto sobre o assunto. Dessa vez sai uma solução ou será apenas mais um jogo político?
Sou relator da MP-862, que cria a Região Metropolitana do Entorno de Brasília. A primeira ação foi reunir a Câmara Federal, representantes do Senado de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A segunda ação foi fazer uma audiência pública com prefeitos, vereadores, sindicatos, sociedade civil organizada, para mostrar que o Entorno existe porque existe Brasília.
Brasília provocou o Entorno como Goiânia provocou a Região Metropolitana. Com uma diferença, porque juridicamente não existe uma Região Metropolitana entre dois Estados.
Precisamos de um acordo político entre os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, do Distrito Federal [Ibaneis Rocha] e de Minas [Romeu Zema]. Na comissão [que discute a MP 862] queremos ouvir os três. Com o acerto político, construirei um relatório jurídico. Não criarei uma Região Metropolitana só no papel, continuando enganando e mentindo para os moradores.
De 30% a 40% dos moradores do Entorno eram de Brasília, mas não conseguiam pagar o aluguel ou comprar uma propriedade. No Entorno, o aluguel custa a metade. É como aconteceu em Aparecida de Goiânia e Goiânia. Não há mistério. Criou-se [no Entorno] um bolsão de miséria e violência. Os prefeitos não têm orçamento para atender [as demandas].
O Distrito Federal tem 6 mil quilômetros quadrados, nenhum município – apenas as cidades satélites – e 2,9 milhões de habitantes. Goiás tem Goiás tem 360 mil quilômetros quadrados, 246 municípios e 6,9 milhões de habitantes e 246 municípios.
Por outro lado, o orçamento do DF é de R$ 36 bilhões, mais o Fundo Constitucional de R$ 14 bilhões [por ano]. Já o orçamento de Goiás é de R$ 26 bilhões. Nós temos uma ilha com orçamento 20% maior que o de Goiás e o Entorno nem Goiás recebem nada. Há uma discrepância muito grande.
Podemos acertar com os três governadores e com o Governo Federal, que não pode deixar aquele barril de pólvora explodir. Brasília tem de agir e ajudar o Entorno, dentro da legalidade, sem ferir a Constituição.
Rodrigo Hirose – A MP 862 transfere parte desses recursos para os municípios goianos e mineiros?
Não se pode criar um fundo constitucional nem repassar o dinheiro direto para os municípios por meio da MP. É preciso fazer um convênio com os governos estaduais e eles fariam a aplicação dos recursos.

“Estou trabalhando na Medida Provisória que vai criar a Região Metropolitana do Distrito Federal. Terei de ser como Tancredo Neves, ser um hábil articulador político, pois não adianta criar uma nova Ride”
É preciso ampliar o Fundo Constitucional do DF, pois não queremos tirar um centavo de Brasília. O texto terá de agradar a todos os entes envolvidos: Goiás, Minas, Distrito Federal e o Governo Federal.
No relatório [que apresentarei], quero garantir dinheiro para a Saúde, Educação e Segurança Pública para os Estados. O mesmo que o Governo Federal faz com Brasília [investir], pode fazer com o Entorno, porque o que existe na região é apenas uma linha imaginária que separa o Distrito Federal dos municípios goianos e mineiros.
Tenho de agir como o Tancredo Neves, ser um hábil negociador político, para resolver a situação, que não será resolvida criando-se apenas mais uma Região Metropolitana no papel, senão será apenas mais uma Ride [Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno]. Os prefeitos querem solução, dinheiro, para resolver o problema do Entorno.
Conversarei com o presidente da Câmara [Rodrigo Maia], do Senado [Davi Alcolumbre], ministro da Casa Civil [Onyx Lorenzoni], mas preciso da retaguarda dos governadores.
Euler de França Belém – São assuntos diferentes, mas há, por exemplo, quem afirme que a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) também é assim, é ótima só no papel. O sr. concorda?
A Sudeco não tem um banco. A Sudene [Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste] tem o banco do Nordeste, a Sudam [Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia] tem o banco da Amazônia, que concedem empréstimos com juros mais baratos para investimentos na infraestrutura, no agronegócios.
A Sudeco não tem esse banco de desenvolvimento. Tem o FCO [Fundo do Centro-Oeste], que é diferente.
Euler de França Belém – Quem ocupa a Sudeco atualmente?
Quem vai indicar será Goiás, pois há um rodízio.
Euler de França Belém – Já há nomes?
Ainda não, quem tem de construir isso é o governador Ronaldo Caiado.
Euler de França Belém – O sr. tem se batido em duas frentes em relação à energia elétrica. Uma, é com a Enel, considerada a pior concessionária do País, a outra é a possibilidade de se comprar energia de outras empresas. Explique detalhadamente essas situações.
A privatização da Enel foi feita politicamente pelo Marconi [Perillo, ex-governador] e pelo Michel Temer [ex-presidente], sem um debate sério. Acho até que houve uma negociação para a Enel ganhar essa privatização. É um crime, essa empresa já foi considerada pela quinta vez a pior empresa [de energia elétrica] e cobra as tarifas mais caras.
Abrimos uma artilharia muito forte contra Enel na Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], no Ministério Público Federal, no Ministério de Minas e Energia e agora na Câmara Federal. Quero saber se ela mandou dividendos para fora do País. Tenho um requerimento aprovado para [ser enviado] ao Banco Central e para o Ministério da Economia.


A Enel está arruinando a economia de Goiás. Prejudica quem está em Goiás e quem quer vir, porque não consegue fornecer energia.
Ao mesmo tempo, a Enel está prejudicando os pequenos e médios consumidores que querem [instalar sistemas] a energia solar, pois dificulta ligar [a energia produzida] na rede própria dela.

O que está acontecendo é um crime. Quem quiser ganhar dinheiro em Goiás deve montar uma geradora ou uma indústria de lamparina e lampião.
A Enel tem compromisso contratual de investir R$ 2 bilhões e já admitiu que não está fazendo. A empresa mascara os números incluindo troca de transformador, instalação de relógios medidores quando um novo consumidor solicita como se fossem investimentos na melhoria do serviço.
Estou trabalhando para [caracterizar] a caducidade da concessão, pois, se, em dois anos, ela não fez os investimentos, a Aneel pode fazer o que fez no Tocantins: houve a caducidade e foi realizada nova licitação.
Essa empresa trouxe um prejuízo muito grande para Goiás. Não compra postes, transformadores ou material elétrico de fornecedores goianos. Goiás exporta esse tipo de material para o Brasil inteiro.
Euler de França Belém – Qual a justificativa da Enel?
A alegação é de que o material não é bom. Mas nós vendemos para o Brasil inteiro.
Euler de França Belém – Parece que há uma questão dos preços também…
Não. A Enel compra do Rio de Janeiro e do Paraná e não aceita nem mesmo projetos feitos em Goiás. Teremos 40 mil desempregados por causa dela.
Euler de Franças Belém – A Enel não recuou dessa decisão?
Não sei. Minha denúncia está feita.
Euler de França Belém – Como é o projeto para compra de energia de outros fornecedores?
Estamos trabalhando na Câmara Federal para que o consumidor possa comprar energia de qualquer empresa, como na telefonia celular: se o consumidor não está satisfeito, troca de operadora. Isso não é novidade. Já existe na Europa, Estados Unidos, Japão, países desenvolvidos.
A energia que vem de Furnas, da Cemig, passa por aqui. Todo o sistema de distribuição de energia está interligado. Então o consumidor pode comprar energia de quem ele quiser.
Rodrigo Hirose – E o que está sendo feito para que essa possibilidade se torne realidade?
[Falta] o Governo Federal mandar um projeto para o Congresso instituindo esse modelo.
Também há um projeto da minha autoria para permitir a compra de energia e água pré-paga. Assim, o consumidor saberá exatamente o quanto está consumindo.
O Brasil tem de incentivar as energias renováveis. Não podemos continuar apenas com as atuais fontes de energia. As melhores alternativas são a energia solar e eólica. O Brasil tem 9 mil quilômetros de beira-mar, produzindo vento de toda intensidade.
A energia nuclear é segura, mas é muito cara. Termoelétricas também são caras. E em relação à energia hidrelétrica, é preciso reduzir o tamanho dos reservatórios do Brasil. Isso seria possível incrementando essas outras fontes de energia.

Euler de França Belém – O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem um conflito com o Sistema S. Qual o motivo desse conflito? Algumas reportagens publicadas na imprensa dizem que o ministro quer se apropriar dos recursos do Sistema S.
Não é se apropriar. Esse dinheiro do Sistema S hoje serve para fazer politicagem. O Paulo Skaf (MDB) usa esse recurso para fazer política em São Paulo e assim é em todo o Brasil, usa-se [o Sistema S] para se eleger prefeitos, deputados. É dinheiro do povo brasileiro que está tendo uma parte usada para fazer politicagem, distribuir óculos e depois pedir o voto da população.
O Paulo Guedes está correto, é preciso passar um pente-fino no Sistema S e parte desse dinheiro tem de ir para o Governo Federal, Estados e municípios.
Euler de França Belém – O Governo nomeou uma ministra da Agricultura do setor, Tereza Cristina. Teremos agora uma política verdadeira para a agricultura brasileira?
Ela é uma ministra competente e séria. Ela é uma parlamentar preparada e muito querida, tanto no Congresso quanto no setor produtivo.
Euler de França Belém – Nos Estados Unidos há uma verdadeira guerra pelos investimentos de empresas do ramo tecnológico. Os Estados dão incentivos fiscais e alguns sequer cobram impostos de empresas como Google e Amazon, porque elas geram empregos e recursos. No Brasil, nesse momento, há um conflito em relação aos incentivos fiscais. O economista Valdivino de Oliveira diz que é graças aos incentivos fiscais que Estados como Goiás, Mato Grosso e Maranhão estão saindo do atraso. O sr. não acha que estão tentando transformar os empresários em bandidos?
O grande debate hoje no Congresso e no Ministério da Economia é a revisão da Lei Kandir, pois, com ela, muitos Estados perderam recursos. É preciso reforçar as compensações causadas por essa lei.
Os incentivos fiscais são uma ferramenta para melhorar certas regiões do País, como o Nordeste. Mas há quem os deturpe. É preciso aperfeiçoá-los e avaliar se quem os recebeu está dando a contrapartida, criando empregos. Não se pode é permitir que eles sejam usados por quem quer negociar.
O empresário trabalha para produzir riqueza, coloca o dinheiro dele [no negócio], vai para o mercado, paga impostos.
Rodrigo Hirose – Nesta semana passaram a vigorar novas regras para os incentivos fiscais em Goiás, com descontos menores, e que vão valer por um ano. O governador Ronaldo Caiado acertou na forma como colocou essa questão?
O Estado está quebrado literalmente, assim como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. O que está sendo feito [pelo Governo Estadual] está dentro da legalidade.
“O empresário que já ganhou muito dinheiro em Goiás tem de entender a crise que o Estado está passando e colaborar”
Rodrigo Hirose – Parte do empresariado tem reclamado e ameaçado deixar o Estado, caso essa decisão do Governo Estadual não seja revista. O sr. acha que há esse risco?
O corte [nos incentivos fiscais] não foi grande. O governador precisa recuperar a arrecadação. O empresário que já ganhou muito dinheiro em Goiás precisa entender a crise que o Estado está passando. No futuro, pode-se até voltar ao que era. Mas, com a falta de dinheiro em caixa, todos têm de colaborar.
Euler de França Belém – O que o Governo Caiado pode efetivamente conseguir em Brasília?
O Ronaldo Caiado é o [governador] que tem mais prestígio em Brasília. Mas vou recomendar para ele: o orçamento é limitado, não há milagre. Não espere nada do Governo Federal, é melhor resolver aqui em Goiás.
Os governos precisam brigar pela securitização das dívidas. O que existe hoje é uma agiotagem do Governo Federal, os juros são astronômicos.
Depois da reforma da Previdência, podemos votar a securitização para alongar as dívidas e, assim, diminuir o desembolso com elas. Os Estados estão quebrando.
Euler de França Belém – O sr. me disse que, na Reforma da Previdência, vai votar de acordo com a sua consciência. O que isso significa?
Hoje, no Congresso Nacional, há um novo pensamento. Não podemos votar a reforma da Previdência com o presidente [Jair Bolsonaro] dando cargos, entregando emendas, que já são direito do parlamentar, não é por aí.
A reforma da Previdência é para o Brasil. O meu voto não será mudado por causa de um cargo, uma emenda.
Euler de França Belém – Mas qual é a reforma que o sr. pensa?
Temos de dar uma resposta á sociedade. O presidente mandou o projeto baixando o Benefício de Prestação Continuada (BPC) de um salário mínimo para R$ 400. Você vai tirar R$ 600 do benefício de um idoso, que já trabalhou sob sol e chuva por anos? Esse é o dinheiro dele para se alimentar, comprar medicamentos. Decidimos [o Podemos, partido do qual é o líder] manter o BPC, não vamos tirar um centavo.
Também decidimos manter a aposentadoria rural na mesma idade. Compare uma advogada, juíza, jornalista, promotora, com uma trabalhadora rural. As mulheres e homens abandonarão o campo, aumentando o êxodo rural. Quem vai produzir os alimentos?
Vamos manter também as decisões sobre reforma da Previdência na Constituição.
Para acabar com os privilégios de deputados, do Poder Judiciário e de servidores públicos, [sou favorável a] manter tudo na previdência privada, com esses grupos pagando a previdência complementar. É preciso também aumentar um pouco a idade [para a aposentadoria], porque a expectativa de vida aumentou no Brasil.
O Podemos quer que o empregado e o empregador paguem o sistema de capitalização, para se garantir uma aposentadoria saudável. No Chile, o sistema criou o fenômeno dos idosos miseráveis e o Congresso Nacional chileno mudou a regra: o trabalhador paga 10% de contribuição e o Governo Federal contribui com 4% [sobre o salário].
Outra necessidade de ajuste em cima da proposta do Governo é ter uma regra de transição um pouco maior.
Defendo, também, uma diferenciação para alguns profissionais. É preciso premiar quem vai para dentro da sala de aula. Não se pode colocar uma professora para se aposentar aos 60 anos de idade. Acho que 55 anos estão de bom tamanho.
Outro caso é o dos policiais. O policial que vai para a rua enfrentar a bandidagem tem de ter tratamento diferenciado. Mas generais, coronéis, tenentes-coronéis e majores têm de se aposentar com 65 anos.
Não podemos politizar a reforma. Ela não é do Bolsonaro. É dos 27 governadores, de todos os prefeitos, da sociedade organizada. Não existe reforma perfeita, mas deve-se chegar próximo da perfeição. A reforma da Previdência tem de acontecer, mas é preciso encontrar os melhores ajustes.
Rodrigo Hirose – A maior parte dos deputados e senadores ouvidos pelo Jornal Opção sobre o assunto é contrária a alguns pontos do projeto de reforma da Previdência conforme enviado ao Congresso pelo Governo Bolsonaro. O Governo terá dificuldade de chegar à meta de R$ 1 trilhão em economia?
Deve ser feita uma auditoria na Previdência. Tem de ser jogar limpo, não se pode enganar a população. Não votarei enganado por números do Governo. O senador Álvaro Dias (Podemos/PR) tem um levantamento que mostra que essa economia não será de R$ 1 trilhão, será de R$ 500 bilhões [em dez anos].
De nada adiantará se o Governo fizer a reforma e não cortar gastos.
Euler de França Belém – Mas a reforma da Previdência sai quando?
Acredito que em outubro. A economia do País não pode mais ficar parada esperando por ela. A economia começou com um voo de pato e terminou com um voo de galinha. Com a briga entre o Bolsonaro e a Câmara dos Deputados, já houve empresário que colocou o pé no freio dos investimentos.
Rodrigo Hirose – A reforma da Previdência está emperrando todas as demais pautas do Congresso?
O Governo só tem dois projetos, a reforma e a lei anticrime. Podemos votá-la, criar-se uma comissão especial. O Congresso Nacional não pode parar envolvido com apenas duas pautas.
Euler de França Belém – A folha de pagamento do funcionalismo preocupa o sr.?
Muito, porque há um crescimento vegetativo. Todos os governantes têm de tomar cuidado.
Rodrigo Hirose – Essa preocupação não se restringe à União, não é mesmo?
Não, ela envolve Estados, municípios, poderes Legislativo e Judiciário, tribunais [de contas]. O que prejudica nossa economia é o déficit da folha de pagamento.
Rodrigo Hirose – Mas como um governante conseguiria equilibrar as pressões do funcionalismo, que têm grande capacidade de mobilização, com a necessidade de diminuir o impacto das folhas, de forma a sobrar mais dinheiro para atender às demandas da população, sempre crescentes?
O Governo não pode continuar fazendo concursos. Não há dinheiro, você tem de buscá-lo por meio de impostos, mas os pagadores de impostos não suportam mais. O Governo que apontar para aumento de impostos estará desmoralizado, a reação será muito grande.
O serviço público no Brasil não dá a resposta à sociedade, que paga muito caro por ele. Os altos salários prejudicam muito a nação.
Esse modelo de administração não funciona mais.
Euler de França Belém – O sr. tem outra ideia, que é de reduzir o duodécimo da Câmaras Municipais, mas os vereadores estão reclamando. Mas a verdade é que as Câmaras custam muito. No interior, há Câmaras que se reúnem uma vez ao mês e devolvem dinheiro às prefeituras porque não precisam de tanto.
A minha ideia é reduzir primeiro o [orçamento] do Congresso Nacional, em 30%. Quando dermos os exemplos, poderemos reduzir os recursos das Assembleias [Legislativas] e Câmaras de Vereadores.
O Poder Judiciário, os tribunais de contas e o Ministério Público também entrariam nesse corte. Esse dinheiro economizado deve ir para a Saúde.
Euler de França Belém – O que o presidente Jair Bolsonaro e o governador Ronaldo Caiado vão privatizar. O Bolsonaro já está privatizando os aeroportos, o que mais vem?
Aeroportos, rodoviárias e estradas devem ser privatizados.
Euler de França Belém – O sr. é favorável à privatização da Eletrobras?
Sou contra. A Europa está revendo as privatizações da energia elétrica e saneamento, porque a população não consegue mais pagar as altas tarifas. A Alemanha, que é a locomotiva da economia europeia, está revendo as privatizações.
O processo de privatização de energia, água e esgoto também deve ser revisto no Brasil.

Euler de França Belém – Por que o sr. diz que estão tentando desestabilizar o STF [Supremo Tribunal Federal] e o Poder Legislativo?
Os bolsonaristas acham que o Congresso Nacional e o Supremo não servem, não interessam para eles. Você tem de respeitar as instituições. Se há alguma laranja podre no Supremo, deve sofrer impeachment. Mas desestabilizar o Supremo, mandar fechá-lo, é um golpe contra a democracia.
Fechar o Congresso Nacional também é um golpe. As instituições devem ser enquadradas dentro da legalidade e transparência.
Há uma campanha dos bolsonaristas nas redes sociais [contra essas instituições]. O guru Olavo de Carvalho [professor e ideólogo de alguns membros do Governo Federal] é um louco que quer mudar a ordem política e econômica do Brasil. É um cidadão que não mora no Brasil e lá da Virgínia [EUA] está colocando fogo nas instituições do País.
Euler de França Belém – Segundo a Revista Veja, o Sérgio Moro [ministro da Justiça e Segurança Pública] mandou e-mails ameaçadores aos ministros do Supremo. O que há por trás disso?
Por trás disso está [o desejo] a implantação de uma ditadura no Brasil. Tem um grupo que quer acabar com o Supremo e o Legislativo. Isso aconteceu em todos os países democráticos que se transformaram em ditadura. Veja o modelo da Venezuela, do Paraguai. O processo começa se desmoralizando as instituições.
O [Sérgio] Moro ataca o Poder Judiciário, o [presidente Jair] Bolsonaro ataca o Congresso Nacional. Há uma orquestração dos bolsonaristas e de quem não sabe governar com a democracia, não sabe dialogar e não quer dialogar.
Euler de França Belém – O presidente Bolsonaro insinua que o Congresso quer fazer o toma lá dá cá, quer cargos.
Bolsonaro foi eleito nesse modelo e tem de construir uma maioria. Há quem queira cargos para ajudar a governar, isso se faz na democracia. No mundo inteiro é assim. É preciso ter uma coalização para ajudar a governar.
Eu até pensava em contribuir com Governo Bolsonaro, mas hoje eu não quero mais.
“Não confio mais no Governo. É um Governo que não tem projetos”
Euler de França Belém – O sr. não quer mais ser o vice-líder do Governo no Congresso?
Não.
Rodrigo Hirose – O que mudou?
Não confio mais no Governo. É um Governo que não tem projetos.
O que mais mexe com a vida do brasileiro é a violência, o homicídio, os crimes contra o patrimônio e o tráfico de drogas. As cadeias estão superlotadas. No programa anticrime [proposto pelo ministro Sérgio Moro] não há nada disso. Falei para o Moro que é preciso militarizar os presídios, transformar os agentes penitenciários em policiais.
Tem de ser duro com os crimes de colarinho branco e as organizações criminosas, mas quero um projeto para melhorar a Segurança Pública. Os governadores não conseguem dar segurança à população. Hoje não se pode nem ir à padaria.
Euler de França Belém – Como o sr. vê a criminalização do caixa 2?
O caixa 2 é o diabo da política, se não criminalizá-lo, não se muda a política.
Euler de França Belém – O Sérgio Moro mudou sobre esse ponto?
Foi um momento de fraqueza do ministro quando separou o caixa 2 [do projeto anticrime]. O ministro tem de mandar um projeto para criminalizá-lo, nós temos de enfrentar essa situação. Senão, não mudaremos nada.
Euler de França Belém – Há uma informação apócrifa, que o Ricardo Vélez já caiu e não sabe, e que sempre que o Bolsonaro fala com ele, precisa de um intérprete. Isso é verdade, o sr. consegue entende-lo?
Ele pode ser uma pessoa bem intencionada, do bem, mas não fala português. Você vai colocar um ministro da Educação que não fala português? E nem espanhol mais, porque ele já se esqueceu.
A briga entre os olavetes [em relação aos alunos de Olavo de Carvalho que estão no MEC] e os militares está muito grande. Nunca vi um negócio desses. Está prejudicando o Brasil.
Euler de França Belém – Os militares não são mais racionais e realistas?
O ministro da Educação foi indicado pelo bruxo [Olavo de Carvalho], o ideólogo do Bolsonaro. Foi uma indicação muito ruim para o Brasil. O indicado deveria ter sido um professor renomado, respeitado e que realmente seja um gestor, saiba fazer uma governança.
A Educação não pode ser uma questão ideológica, “vamos sair da esquerda e ir para a direita”. Não é essa a saída. O grande mal da política hoje é o debate “direita-esquerda”. Isso não resolve os problemas do Brasil. O que vai resolver é a gestão e projetos. A população está se lixando para quem é de direita ou esquerda.
Euler de França Belém – O que o sr. está achando da gestão da Damares Alves, ministra da Mulher e dos Direitos Humanos?
Essa pauta de costumes é perfumaria, não leva o Brasil adiante. A Damares tem uma pauta de direita.

Rodrigo Hirose – Qual área do Governo Federal está funcionando bem?
É preciso elogiar a pasta de Infraestrutura. O ministro Tarcísio [Gomes] é respeitado em todo o Brasil. É um ministro que conhece de transporte e tem eficiência.
Euler de França Belém – Por que o seu partido, o Podemos, não serve para o primeiro escalão do Governo Caiado?
O governador não me convidou a fazer parte do Governo. Fui um dos arquitetos da aliança [que elegeu Caiado], mas ele está fazendo o Governo dele. O Podemos não faz parte. Mas essa pergunta tem de ser feita para ele.
Euler de França Belém – Não foi feito o convite por quê? O sr. serve para a campanha e não serve para o Governo?
Também quero saber.
Euler de França Belém – O Podemos não tem técnicos preparados para compor o Governo?
Nós temos os técnicos mais preparados para ajudar qualquer administração.
Euler de França Belém – Dentro do Governo, há a informação de que o sr. indicou o Chefe de Gestão, Lívio Luciano, e o superintendente executivo de Educação, professor Manoel Barbosa, ambos do Podemos.
Não indiquei ninguém. Apresente-me um ofício meu indicando alguém. São pessoas do bem, preparadas, mas foram indicadas pelo governador Ronaldo Caiado.
Euler de França Belém – O sr. ainda tem esperança de indicar alguém no Governo? O tempo está passando e os cargos estão acabando.
Quem ganha o Governo e tem uma aliança, e isso é justo e legítimo, governa com os aliados. Quem não chama os aliados para uma conversa é porque os despreza.
“A base que ajudou na campanha do governador Ronaldo Caiado está ficando fora, está acabada, dilacerada”
A base que ajudou na campanha está ficando fora. Isso é muito grave, porque quando chegar o ano que vem, em que precisa de uma coalização forte para eleger prefeito, a base não tem nem como nos receber nos municípios.
A base está acabada, dilacerada.
Euler de França Belém – Mas para 2022 ainda há como o Podemos participar do governo.
Até lá o Governo já acabou, aí e outra eleição (risos).
Euler de França Belém – A “legião estrangeira” do Caiado está indo bem?
Tenho convivido muito pouco [com o Governo de Goiás], pois tenho me dedicado a Brasília. Tem gente que se sobressai, outros não. Daqui a alguns meses, muitos estarão voltando para seus Estados.
Isso é normal, é como alguém que vai para outro país esperando uma bonança e não encontra. Tem gente boa entre os chamados “estrangeiros”, mas há quem não se adapte.

Euler de França Belém – Noventa dias é uma boa média para se avaliar um governo. Qual governo é melhor: o do Bolsonaro ou o do Caiado?
Todos são iguais. Temos de aguardar seis meses para qualquer governante. A partir daí, se o Governo não tem projetos, não colocou as finanças em dia [se avalia]. Depois de seis meses, qualquer governante que não levantar o otimismo da população, cai em descrédito.
O Governo tem de parar de ficar reclamando, o povo não quer muita reclamação, quer ação dos Governos.
Euler de França Belém – O Kajuru disse ao Jornal Opção que o Caiado deveria olhar para frente e não ficar voltando para trás, e que deveria ter pago a folha de dezembro quando pagou a de janeiro. O Kajuru está certo?
Tem dinheiro, paga. Não tem, mostra as contas para a sociedade, não há milagre.
Euler de França Belém – E por que não pagar dezembro, já que os funcionários não são do Caiado, nem do José Eliton [ex-governador], nem do Marconi Perillo [ex-governador]?
Tem de pagar. Não conversei com o governador Ronaldo Caiado, não sei porque não pagou dezembro. Aliás, já pagou uma parte. Mas tem de pagar.
Para que comprar briga com o servidor público? Tem de chama-lo, pedir para ajudar na arrecadação.
Euler de França Belém – O sr. foi eleito deputado, tem plano de saúde, pode ir para o Sírio Libanês. Mas a mãe de uma criança que tem Síndrome de Dow teve de procurar o serviço público, não foi possível esperar seis meses, e o filho dela morreu no Hospital Materno Infantil depois de não ter tido atendimento no Cais de Campinas. O que o sr. tem a dizer para as mães dos filhos que morreram por falta de atendimento? Elas deveriam ter esperado seis meses?
Não. Eu não disse para esperar seis meses para resolver todas as questões do Governo. Há um orçamento, dívidas, mas a saúde não pode esperar um segundo, tem de ser eficiente. Se a rede pública não tem atendimento a uma criança, o Governo poderia comprar vagas na rede privada. Talvez fique até mais barato.

Euler de França Belém – O Estado alega, e tem razão, de que a Prefeitura faz mal o atendimento e as crianças já chegam em estado muito grave ao Materno Infantil. Por que o prefeito Iris Rezende, que o sr. apoiou abraçado em palanque, não cuida da Saúde em Goiânia?
Os municípios querem empurrar tudo para o Estado. Eles não têm pronto-socorro para atendimento. Se o cidadão tiver os primeiros-socorros [nos municípios de origem], não vêm para a capital.
O investimento na Saúde é péssimo em todos os municípios, os prefeitos só querem comprar ambulâncias. Tem de acabar com essas doações de ambulância.
Euler de França Belém – Goiânia tem recursos.
O dinheiro [da Saúde] de Goiânia é mal gasto. A Prefeitura tem dinheiro e quando vem alguém regulado do interior, ela recebe, não perde nada. Goiânia já deveria ter seu hospital municipal há muito tempo.
Mas, se o prefeito do interior não fizer sua parte, pode construir os melhores hospitais que não adianta.
Euler de França Belém – O [senador] Kajuru poderia ter a mesma posição, quieto em relação a alguns assuntos. Mas conseguiu fazer o Hospital do Diabético, onde o atendimento é de primeira linha e está funcionando. O dr. Zacharias Calil [deputado federal do DEM] apresentou um projeto para construir o Hospital da Crianças. Independentemente dos Executivos, há parlamentares trabalhando para melhorar a assistência à Saúde. Ou seja, é possível resolver o problema, mas não há interesse.
Sim, mas começa tudo dando responsabilidade dos prefeitos, cobrando transparência do investimento de 18% que cada município tem de investir. A sociedade tem de participar, cobrar dos prefeitos, exigir as notas fiscais.
Já cobrei publicamente, estou trabalhando para colocar em orçamento de bancada verbas para a construção do hospital municipal de Goiânia. Goiânia tem quase 85 anos e não tem um hospital. É minha grande luta na Câmara Federal.
Rodrigo Hirose – Não está faltando a Prefeitura dar prioridade à Saúde? O prefeito Iris Resende disse que recuperou as contas do Município nos dois primeiros anos de mandato e agora, enquanto crianças morrem à espera de atendimento, diz que vai construir obras, como é de sua característica. Não é um erro de prioridade?
Sim, claro. A obra prioritária de Goiânia é um hospital municipal, um novo Materno Infantil. E isso é responsabilidade da Prefeitura e do Estado. Isso é obrigação de qualquer bom governante. As mortes dessas duas crianças ficaram muito mal para Goiás, dentro do Estado e fora dele.
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Euler de França Belém – E ficou muito pior para as famílias.
[Ficou] ruim para a mãe, que perdeu o filho. Você tem de dar o Estado para salvar uma vida, que não tem preço.
Euler de França Belém – O sr. conhece o projeto do Zacharias Calil?
Já, tenho conversado muito com ele e apoio o projeto. Queremos colocar emendas de bancada para o hospital da criança e para o hospital municipal de Goiânia.
Euler de França Belém – Eduardo Machado, provável vice-presidente do partido, após a fusão do Podemos com o PHS, diz que o sr. será o candidato da sigla a prefeito de Goiânia. Isso está confirmado?
Qualquer político que tem compromisso e não está na política por negócio almeja ser prefeito de Goiânia, governador de Goiás, presidente da República. Minha vida é a capital, é Goiânia, que conheço profundamente.
Ser lembrando por qualquer cidadão para ser prefeito de Goiânia é um desafio. Tem de ser o primeiro a levantar e o último a dormir, e cuidar da cidade como se cuida da própria família. Se chegar a um certo momento e meu nome for indicado pelo meu partido, topo o desafio. Vamos trabalhar e mostrar meus projetos.
Por meio das plataformas digitais, é possível construir um novo modelo de administrar Goiânia.

Euler de França Belém – O sr. quer fazer uma administração diferente da que faz o Iris se for eleito?
Ele está correto quando tenta juntar dinheiro, centavo por centavo. Mas Educação e Saúde têm de ter dinheiro desde o primeiro dia. Não se pode juntar dinheiro e depois despejar obras para que o cidadão pense que o administrador é bom porque fez da cidade um canteiro de obras.
Isso está errado. Tem de ter economicidade e cuidar do dinheiro público, mas não se esquecer de duas áreas: a Saúde, porque vida é uma só, e a Educação.
O prefeito de Goiânia poderá acabar com o déficit de vagas no CMEI [Centro Municipal de Educação Infantil] por meio de um convênio com escolas religiosas e creches filantrópicas. Fica muito mais barato que construir um CMEI. A manutenção é muito cara. Estaremos trabalhando com economicidade dando atendimento imediato.
Do que adianta ficar quatro anos para construir um CMEI, sendo que posso comprar a vaga imediatamente e atender a criança? É preciso que haja uma modernização e um pensamento novo da forma de administrar, pensando na resolução dos problemas.
O mesmo vale para a área de Saúde. Se o setor público não puder atender, manda-se para a rede privada.
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Euler de França Belém – O Jornal Opção destacou um repórter, chamado Rafael Oliveira, para ir aos bairros ver de perto o que a Prefeitura tem feito nos bairros. E ele trouxe um retrato devastador, obras inconclusas, projetos que não foram e nem serão feitos, porque o prefeito anunciou que vai fazer viadutos e recuperar ruas em bairros centralizados, pois isso dá visibilidade. Se o sr. vier a ser prefeito, vai integrar a periferia à cidade ou vai abandoná-la como o Iris fez?
Hoje existe um Apartheid [sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul] entre a parte mais rica da cidade e a periferia. Convidei o ministro da Educação, Ricardo Vélez, para visitarmos uma escola do Plano Piloto e depois uma do Samambaia [no Distrito Federal]. A criança que mora ali tem medo de conversar com uma do Plano, pois está mal vestida, desnutrida. Temos de acabar com esse Apartheid, tanto da Educação quanto da convivência entre a classe rica e privilegiada e a periferia da cidade.
O dia em que darmos educação em tempo integral, escola boa, com um guarda armado e preparado psicologicamente para dar segurança e não deixar traficantes atuarem, alimentação em três turnos, mudaremos o Brasil. Defendo um fundo do Governo Federal para ser distribuído nos Estados e Municípios. Aí vamos mudar a história do Brasil.
Não adianta fazer reformas de nada, se não distribuir renda no Brasil.
Rodrigo Hirose – Durante a campanha, Iris prometeu fazer a melhor administração da vida dele. Mas hoje temos diversas obras paradas, ruas esburacadas, falta de vagas nos CMEIS, péssimo atendimento na Saúde, queixas em relação à coleta de lixo. O que contrasta até mesmo com outras gestões dele como governador e prefeito. Ao contrário da promessa de campanha, Iris está fazendo a pior administração da vida dele?
Não vou dizer se é a pior ou a melhor. Mas ele encontrou muitas dificuldades, a crise [econômica] no País atrapalhou muitos administradores em todo o Brasil. Goiânia não é uma ilha.
Espero que quem venha administrar a cidade no futuro, acabe com esse Apartheid. A cidade quer viver integrada e precisa de um gestor que faça uma governança compartilhada.
“Uma nota normal hoje para o Ronaldo Caiado e para o Iris Rezende é cinco. É uma nota boa para a situação de hoje”
Euler de França Belém – Qual a nota o sr. dá para o Caiado e para o Iris?
Uma nota normal hoje é cinco. Eles têm de se esforçar muito. É uma nota boa para a situação de hoje. Como não posso dar dez, vou dar cinco, para que eles possam trabalhar mais, respeitar a população e os pagadores de impostos.
Euler de França Belém – O sr. disse que está jogando politicamente junto do Delegado Waldir Soares (PSL). O isso significa?
Estamos discutindo assuntos de interesse do Brasil no Congresso. Temos o mesmo pensamento sobre alguns projetos, outros não.
Euler de França Belém – Não tem relação à candidatura a prefeito de Goiânia?
Não, acredito que ele não será candidato. Já foi uma vez, deu sua contribuição.
Euler de França Belém – O sr. disse que haveria uma reunião para discutir a duplicação da BR-153.
Faremos uma audiência pública em Porangatu, com presença do ministro, governadores, as bancadas do Maranhão, Mato Grosso, de Goiás e do Distrito Federal, além de sociedade.
Essa veia artéria está se esgotando a matando muito gente. Essa deve ser a primeira concessão rodoviária do Governo, com a duplicação de Anápolis até Belém.
Euler de França Belém – O orçamento impositivo está sendo discutido tanto em Goiás quanto em Brasília. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Nos Estados Unidos, quem faz o orçamento é o Congresso Nacional. Isso tem de ser feito aqui. Essa coisa de os governos só liberarem emendas na época de negociar votação é ultrapassada.