Marden Jr.: “É preciso que a pandemia acabe para que possamos utilizar nossa capacidade de investimento em Trindade”
07 março 2021 às 00h01
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Consciente do impacto que a Covid-19 impõe à cidade e Região Metropolitana, prefeito conclui primeiros 60 dias de gestão com objetivo de fazer ainda mais do que a administração Jânio Darrot
Marden Jr. (Patriota) completou na segunda-feira, 1º, a marca de 60 dias à frente da Prefeitura de Trindade. Eleito com o apoio do ex-chefe do Executivo municipal, Jânio Darrot (Patriota), Marden saiu do Legislativo da cidade do Divino Pai Eterno para o posto mais alto do poder municipal. “A cidade foi deixada pelo prefeito Jânio Darrot em um padrão que nos requer dedicação integral. Trindade se encontra hoje em alto nível de desenvolvimento. Com isso, o nível de exigência das pessoas cresce muito.”
Mesmo ciente do desafio que é substituir o ex-tucano, que acabou de deixar o PSDB e se filiou ao Patriota, o prefeito de Trindade diz que não quer ser apenas o sucessor de Jânio. “Por tudo o que foi feito, conseguimos subir no degrau em que estamos e dar um salto de três a quatro degraus adiante”, declara Marden.
Antes de propor qualquer avanço na gestão, o chefe do Executivo municipal afirma que tem trabalhado para garantir atendimento aos trindadenses com Covid-19. “Querendo ou não, a pandemia pautou a gestão da cidade nos últimos meses. Nos primeiros meses, a saúde se tornou prioridade.” No sábado, 6, Trindade iniciou a vacinação dos idosos a partir de 75 anos. O avanço na imunização foi possível com a entrega de pouco mais de 500 doses ao município na quarta-feira, 3.
“Assim como todo o Estado, Trindade se encontra em um estágio muito complicado. Abrimos na cidade um hospital com 36 leitos clínicos para fornecer o apoio no atendimento. É um hospital que tem nos dado suporte”, descreve Marden. Com o início da testagem em massa da população de Trindade, o prefeito confirmou a gravidade da doença em 2021. “O índice dos exames que realizamos chegou a 22% de pessoas com resultado positivo para a Covid-19.” O gestor explica que a pessoa que recebe o resultado positivo no exame é atendida no local em que realizou o teste e já sai de lá com a medicação para iniciar o tratamento.
O sr. completou na segunda-feira, 1º, 60 dias de gestão em Trindade. Como tem sido o trabalho, principalmente pelos desafios que a pandemia impõe?
Iniciamos um governo no qual a preocupação não é de continuísmo, mas de progressão. Logo no início da gestão, os números da pandemia começaram a nos assustar. Um crescimento muito grande de casos, com uma intensidade ainda maior. Querendo ou não, a pandemia pautou a gestão da cidade nos últimos meses. Nos primeiros meses, a saúde se tornou prioridade. Temos trabalhado com muita proximidade da população e dos servidores para que possamos fazer um trabalho com a maior intensidade possível, um trabalho com a maior qualidade possível, diante do momento que vivemos.
A cidade foi deixada pelo prefeito Jânio Darrot em um padrão que nos requer dedicação integral. Trindade se encontra hoje em alto nível de desenvolvimento. Com isso, o nível de exigência das pessoas cresce muito. Isso faz com que tenhamos o máximo de atenção possível na gestão desde o início. É o que temos feito no início do governo. Fizemos um diagnóstico da nossa realidade, com o planejamento dos próximos cem dias. No planejamento, tanto medidas imediatas como relacionadas a infraestrutura. Temos duas prioridades fortes: a saúde e o social. A pandemia faz com que as pessoas, além colocarem a saúde em risco, corram o risco de perder o emprego, passar fome e necessidade.
A rede hospitalar de Trindade não vive situação diferente a de outras cidades da Região Metropolitana. Enquanto conversamos, o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin) não tem vaga disponível na UTI e enfermaria destinadas aos pacientes com Covid-19. Como a cidade tem feito para atender a demanda de internações?
Assim como todo o Estado, Trindade se encontra em um estágio muito complicado. Abrimos na cidade um hospital com 36 leitos clínicos para fornecer o apoio no atendimento. É um hospital que tem nos dado suporte. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Trindade conta com 15 leitos. E contamos com o Hospital de Campanha de Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) Cristina com mais 15 leitos. São leitos clínicos. Não temos leitos de UTI. As vagas de UTI do Hutrin estão todas ocupadas.
Isso nos preocupa porque em setembro do ano passado, quando chegamos ao pico da doença em Trindade, tínhamos, em um mesmo dia, 500 pessoas com Covid-19 e nove em UTI. Hoje são 140 pessoas com a doença, mas temos dez pessoas na UTI. E uma fila de espera de mais seis pessoas que precisam de UTI. A intensidade da doença neste momento é muito maior do que foi no ano passado. Estamos trabalhando para que possamos viabilizar o maior número de leitos possível. Mas também com trabalho de conscientização nas ruas com carreatas, carros de som, outdoor.
Iniciamos na quarta-feira, 3, a testagem em massa da população que já tem algum tipo de sintoma, como uma dor de garganta ou uma febre. O índice dos exames que realizamos chegou a 22% de pessoas com resultado positivo para a Covid-19. Testamos até o momento 400 pessoas e 22% estão com a doença ativa. De imediato, as pessoas que estão com a doença passam por um atendimento médico no local da testagem. Depois de atendidas, recebem a medicação. A pessoa vai para casa com o diagnóstico. Caso o resultado seja positivo, passa pela consulta e sai com o medicamento para começar o tratamento o mais rápido possível.
Como tem sido determinada a prioridade das pessoas que recebem a vacina contra a Covid-19 em Trindade? Cada cidade goiana está em um momento diferente da imunização, como em Anápolis, com vacinação dos idosos a partir de 75 anos, Aparecida de Goiânia de 70 anos em diante e Goiânia a partir de 77 anos. Por que Trindade ainda estava na faixa etária acima de 80 anos?
Temos em Trindade uma característica muito particular. Somente na Vila São Cottolengo são praticamente 100 mil doses de vacina necessárias. Apenas os servidores em contato direto com os internos são aproximadamente 700 na linha de frente. Sem contar cerca de 300 internos que estão na Vila São Cottolengo. As primeiras doses precisaram ser destinadas para lá de imediato, tanto para os profissionais quanto para os internos, que foram prioridade naquele momento.
A realidade particular de Trindade, que em outras cidades não é parecida, inclui o Centro de Idosos Vila Vida, que acolhe idosos. E que precisaram ser vacinados. Vacinamos a partir de 80 anos. Ontem iniciamos a vacinação da população de 75 a 80 anos.
Trindade recebeu até o momento sete remessas de doses do Estado que foram encaminhadas pelo Ministério da Saúde?
Recebemos pouco mais de 500 doses na quarta-feira, 3. Foram as doses que estavam destinadas ao Dia D da vacinação de sábado, 6. Só foi possível fazer a vacinação a partir de 75 anos porque recebemos a sétima entrega de vacinas.
Como o sr. tem acompanhado a discussão que o Congresso tem feito para que prefeitos e governadores comprem vacinas caso o governo federal atrase a entrega das doses previstas no Plano Nacional de Imunização?
Torço e trabalho muito para que o Ministério da Saúde e o Sistema Único de Saúde consigam cumprir com o PNI. Trabalhamos inicialmente nessa vertente. Em um segundo momento, caso isso não ocorra, ainda em dezembro de 2020, assinei na transição de governo um termo de compra no Instituto Butantan, em São Paulo. Tive o privilégio de ir ao Butantan e assinar o termo de interesse de compra da vacina. Estamos também nessa frente.
Torcemos para que o Sistema Único de Saúde nos ofereça a vacina, porque é o mais justo e é o que tem eficiência neste momento. Caso isso não ocorra, Trindade está preparada, tanto economicamente como em termos de logística, para comprar as vacinas e aplicar na população em massa.
Quais são as medidas restritivas às atividades econômicas consideradas não essenciais durante a pandemia que estão em vigor na cidade?
Adotamos as medidas restritivas de acordo com a Região Metropolitana. Participei das discussões. Trindade faz limite com Goiânia por uma rua que divide as duas cidades. Precisamos estar o mais conectado possível com relação às medidas restritivas. São praticamente as mesmas medidas. Não há muita diferença do que foi adotado em Trindade para o que entrou em vigor na capital. Seguimos o protocolo da Região Metropolitana.
O sr. citou no início da entrevista o desafio grande que é suceder o ex-prefeito Jânio Darrot na Prefeitura de Trindade. Que desafio é esse? O que precisa ser superado para fazer uma boa gestão?
Tenho dito que nós temos a obrigação de fazer uma gestão ainda melhor por Trindade. Encontramos uma cidade sem dívida, com muitos avanços na infraestrutura, que nos permite projetar a cidade com um salto de desenvolvimento grande. Por tudo o que foi feito, conseguimos subir no degrau em que estamos e dar um salto de três a quatro degraus adiante. Logicamente é preciso que os tempos voltem ao normal, que a pandemia acabe para que possamos realmente utilizar a nossa capacidade de investimento na cidade. Que possamos dar o salto de desenvolvimento que queremos.
Trindade está preparada. A população espera por esse salto de desenvolvimento. E agradecemos as condições atuais ao ex-prefeito Jânio Darrot, que fez um excelente trabalho na cidade. O desafio é fazer um município ainda melhor, uma gestão ainda mais eficiente. E, com certeza, isso é possível. É possível porque encontramos uma cidade em condições muito melhores do que Jânio encontrou no passado.
“Trindade está preparada. A população espera por esse salto de desenvolvimento”
O grande marco religioso e de turismo da cidade é a Romaria do Divino Pai Eterno. Em 2020, a pandemia obrigou Trindade a cancelar até as celebrações virtuais para evitar que os romeiros fossem até a Basílica e ficassem do lado de fora. Como está a discussão para 2021? Já há algo definido?
Só será possível realizar a festa se tivermos vacinado a população. Porque a Festa do Divino Pai Eterno é uma festa nacional, quando pessoas de todo o Brasil vêm para Trindade. É preciso que a população brasileira esteja vacinada para que a festa possa ocorrer em nosso município. Com os pés no chão, pensando na nossa população, é que temos tratado deste assunto. Com muita cautela, com muito cuidado. Vejo que só será possível a realização da festa perante a vacinação da nossa e da população de todo o Brasil.
O fiel, de forma geral, tem compreendido a necessidade de se manter distante da cidade de Trindade neste momento difícil, em que não é possível visitar a Basília e estar com frequência nas missas e celebrações presencialmente?
Percebemos a movimentação. Principalmente no momento de dificuldade, as pessoas buscam a fé ainda mais. Elas se posicionam na busca da força que vem de Deus, do Divino Pai Eterno. Sentimos que as pessoas sofrem por não poder estar em Trindade. E os trindadenses sofrem por não podermos realizar uma festa que mexe com o Brasil todo. Todos nós sofremos com a não execução da Festa do Divino Pai Eterno, tanto os trindadenses quanto os romeiros.
O que mudou na gestão de Trindade desde que o sr. assumiu no dia 1º de janeiro? Houve a criação se uma nova secretaria, com uma grande estrutura. Como funciona a pasta que tem como secretária a Gercilene Branca, que antes estava à frente da Saúde?
Sempre falei que seria um governo em progressão. Nunca falei em continuísmo, mas sim em um governo progressivo. Fizemos alguns ajustes tendo em vista uma gestão ainda mais eficiente. Criamos a Secretaria da Casa Civil. A função da nova pasta não é simplesmente fazer a gestão do todo. É justamente fazer o controle da gestão. O controle de resultado, do planejamento, da execução com maestria do que foi planejado. Todas as secretarias nos posicionam com relatórios mensais do trabalho realizado e a projeção do que será feito nos próximos dias.
O planejamento e parte de controle são feitos na Casa Civil. Acredito muito que a parte de compras é um local em que podemos trazer economia para o município, onde podemos potencializar a capacidade da prefeitura, com compras no menor valor possível. É o que esperamos e trabalhamos para: fazer a gestão em todos os aspectos. Todos os secretários, em sua grande maioria, são técnicos que têm envolvimento com a área que assumiram. Com um secretariado técnico é possível que trabalhemos para realizar uma gestão de resultado.
Como tem sido explicar para o empresário de Trindade, atividade da qual vem a sua família, este momento de necessidade de restrição às atividades para tentar diminuir a circulação das pessoas para tentar reduzir a transmissão do coronavírus?
Não tem sido fácil. Temos visto a população, de um modo geral, cansada. E em Trindade não é diferente. O povo está cansado de ter de conviver com medidas restritivas, de ter de fechar o seu comércio. A própria equipe médica está cansada neste momento. É algo muito preocupante. É preciso passar a informação mais uma vez: dar um passo atrás é muito complicado.
A gente sente. Somos trindadenses e sentimos pelo comércio, sentimos pelas pessoas. Não tem sido fácil. Sofremos junto com a população. Por outro lado, participamos junto da população de cada momento para estar presente na vida da cidade de um modo geral.
Como o Patriota avalia a chegada do ex-prefeito Jânio Darrot ao partido?
Para mim é uma alegria muito grande. Ter o prefeito Jânio no nosso partido é uma alegria extrema. Torcemos para que a filiação se consolide o mais rápido possível [a entrevista foi concedida no final da tarde de quinta-feira, 4, e Jânio Darrot se filiou ao Patriota na sexta-feira, 5].
Prezo pela honestidade e pelo caráter, e Jânio é isso, uma pessoa de caráter, honesta, um gestor eficiente e que, com certeza, tem muito a contribuir ao nosso Estado e ao nosso Brasil. Esperamos a chegada do Jânio e temos no ex-prefeito uma grande referência de gestor, de homem público, de pessoa de família, ilibada, que, com certeza, tem muito a oferecer a todos nós.
Aquela disputa pré-eleitoral com o ex-vice-prefeito Gleysson Cabriny (PSDB), que queria ser lançado candidato a prefeito com o apoio de Jânio, mas que decidiu apoiar o sr. em 2020, foi superada? Como está a relação do sr. com o Gleysson?
Da minha parte, não digo que existiram atritos ou dificuldade. Eu simplesmente trabalhei muito para merecer a oportunidade de ser candidato. Em momento algum forcei alguém a me ter como candidato, nem ao próprio prefeito Jânio. Da minha parte não teve este atrito. Da outra parte, até o momento não conversei com o ex-vice-prefeito. Meu foco é trabalhar muito para fazer de Trindade uma cidade ainda melhor.
Desde que o sr. assumiu, como tem sido a relação com o governador Ronaldo Caiado (DEM)?
Estive próximo ao governo para que pudéssemos encontrar um caminho juntos no combate à Covid-19. Tivemos pela Região Metropolitana a união de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira e outras cidades próximas, como Abadia de Goiás. Precisávamos naquele momento de chegar a um entendimento em conjunto das cidades vizinhas. Em uma das reuniões, o governador Ronaldo Caiado esteve presente e estendeu em sua fala o apoio à Região Metropolitana. O nosso contato teve como motivação a discussão do momento que a região vive diante do impacto da Covid-19.
Pensando na construção eleitoral para 2022, o que o ex-prefeito Jânio Darrot pode pleitear no Patriota e como o partido deve caminhar no Estado?
O prefeito Jânio tem legitimidade para buscar o objetivo que ele quiser. Jânio tem uma capacidade de construção muito grande, é muito dinâmico, muito sério e tem tempo para construir o objetivo que almejar. Neste primeiro momento, vir para o Patriota e, daí em diante, construir um caminho, que será um caminho sólido que tenha como objetivo sempre o bem comum das pessoas.
Em algum momento vamos superar a crise sanitária da Covid-19, esperamos que seja o mais breve possível com a população vacinada rapidamente. A partir de então, o que Trindade precisa fazer para que saia a imagem de continuísmo e entre a imagem de progressão que o sr. deseja?
Estamos trabalhando em conjunto para dar protagonismo à saúde e ao social. Temos trabalhado muito com a área tecnológica para tornar Trindade uma cidade inteligente, progressiva e tecnológica. Em todas as áreas. Desde a administração, com a sistematização dos processos e da gestão de todas as secretarias, nas centrais de monitoramento, com a Central de Gestão Integrada de Tecnologia. Trabalhamos muito para viabilizar este projeto.
Temos um trabalho árduo pela frente para implantar o projeto de iluminação de LED em toda cidade. Contamos com o projeto do Hospital Municipal. Também pretendemos, assim que for permitido, zerar a fila de espera de exames e cirurgias eletivas. Temos um caminho a percorrer na infraestrutura da cidade, com algumas obras importantes, como o viaduto da entrada de Trindade. Esta que é uma obra almejada há muitos anos. Precisamos consolidar a construção do viaduto.
São projetos como estes que queremos implantar na cidade o mais breve possível. Esperamos que a Covid-19 passe, que os ensinamentos fiquem e que possamos caminhar ainda mais para uma Trindade progressiva e tecnológica.
Cidade inteligente é algo que está no discurso de vários prefeitos da Região Metropolitana nos últimos anos. Começou por Aparecida de Goiânia, chegou em Goiânia e o sr. agora em Trindade. O que a ideia da cidade inteligente representa para Trindade?
Primeiro, uma cidade inteligente, tecnológica, é menos burocrática. Desburocratiza-se o serviço público com tecnologia. Este é um grande ponto, que considero marcante com relação à tecnologia. Diminuir a burocracia. A burocracia é importante para gerar legalidade. Passou disto é excesso.
Nós, como jovens gestores, temos de pensar de forma dinâmica e rápida. Hoje as pessoas não podem perder tempo. E a burocracia faz com que as pessoas percam tempo. Este é um dos principais pontos de ter uma cidade inteligente, ter a cidade na palma da sua mão. Conseguir executar os serviços de uma prefeitura na palma da mão. O que é muito importante. Quando se ganha tempo, a pessoa fica satisfeita. Sabemos disso e queremos deixar os cidadãos satisfeitos com a gestão. Que possa ser menos burocrática. O serviço público precisa ser desburocratizado.
O sr. citou a construção de um hospital municipal. Que obra é esta? Qual o tamanho? Que estrutura este hospital terá?
Contamos em Trindade com a UPA da Região Leste que recebe 50% dos pacientes de Trindade e outros 50% de fora, de cidades como Goiânia e Goianira. Até pela localidade, próxima ao setor Jardins do Cerrado (Goiânia). Temos uma demanda muito grande. Atende toda a população, independente de onde ela vier. É uma UPA que foi construída na gestão do prefeito Jânio e que cumpre um papel muito importante.
Na Região Central, temos o Hutrin, que atende casos de urgência e emergência. Mas precisamos do hospital municipal, uma obra grande, com cerca de 20 mil metros quadrados. E estamos com um projeto bastante avançado, que é a maternidade do município, para que possamos realizar os partos independente de dia e horário na cidade.
“O prefeito Jânio tem legitimidade para buscar o objetivo que ele quiser”
Os programas de entrega de remédio em casa e tratamento domiciliar dos pacientes acamados continua? Passaram por alguma reestruturação?
Todos os programas municipais continuam. Trabalhamos para aumentar ainda mais a capacidade de atendimento. O programa Melhor em Casa atende mais de 150 famílias, com projeção para chegar a até 300 famílias atendidas. O programa atende as pessoas internadas em casa. O campo de entrega de remédio em casa das pessoas tem aumentado muito. Esperamos que até o final da gestão possamos crescer em até 80% a entrega de medicamentos em casa.
Como está a relação com a Câmara Municipal? Qual é o tamanho da base no Legislativo de Trindade?
Vereador Weslley Cabeção, presidente da Câmara, é do Patriota. Nosso partido tem três vereadores dos 19. Temos uma base importante. Até o momento, não existe uma oposição declarada. Nosso relacionamento com o Legislativo é muito positivo. A comunicação se facilita pelo fato de que eu estive vereador até o dia 31 de dezembro de 2020, o que ajuda a entender as demandas de cada vereador e da sua realidade. Bom relacionamento, muito positivo, com uma Câmara experiente, com pessoas que já passaram e retornaram para o Legislativo neste mandato. O que temos em comum é trabalhar pelas pessoas.
Fala-se bastante em buscar recursos nos ministérios e bancos ligados ao governo federal em Brasília. Como está a relação com a União? O sr. já esteve em Brasília, fez visita a algum ministro?
Fiz algumas visitas ao governo federal. Montamos uma Superintendência de Captação de Recursos justamente para viabilizar a busca de emendas e verbas direto com os ministérios para que consigamos cumprir nosso plano de governo, que é um tanto quanto ousado. Contamos com uma equipe técnica muito competente para buscar recursos federais. Também me faço presente. Sempre que se faz necessário, vou até Brasília e me reúno com os ministros para que possamos viabilizar o maior número de obras e verbas possíveis para o município.
No plano nacional, o Patriota pode ser a nova casa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em busca da reeleição no ano que vem. Como o sr. avalia a possibilidade de Bolsonaro se filiar ao partido?
Sempre digo que é muito importante estar alinhado com o governo federal. Os municípios precisam desta ajuda. As alianças partidárias ajudam bastante na comunicação. Sabemos que as coisas acontecem em Brasília. E temos de buscar na capital federal os recursos. Diante disto, ficamos feliz com a alternativa de contamos com o presidente da República no partido. Que isto possa nos ajudar na gestão. Nosso foco principal é a gestão. E é a gestão que irá trazer resultados positivos nas eleições.
Nas eleições municipais de 2020 em Trindade, o sr. teve como um dos adversários o deputado estadual Dr. Antonio (DEM). Como tem sido a relação com o parlamentar e com a Assembleia Legislativa?
Tenho atendido alguns deputados que me visitaram. Dr. Antonio ainda não nos visitou. Outros parlamentares estiveram na Prefeitura de Trindade. Encontrei com o deputado há poucos dias e disse ao Dr. Antonio que precisava dele em Trindade. Até o momento, não nos visitou. Mas as portas estão abertas. A disputa política acabou. Precisamos unir forças para atingir o avanço na cidade que tanto almejamos e queremos.
O assunto mais recente que tem chamado a atenção do Brasil para Trindade é a investigação de supostos desvios de recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). O que o padre Robson de Oliveira representa para a cidade? Qual o impacto das investigações, ainda trancadas pela Justiça, em Trindade?
Nos últimos dez anos, Trindade passou por um desenvolvimento muito grande. Trindade passou a ser conhecida no mundo inteiro. Realmente tem muito a ver com o trabalho da igreja e de toda a sua congregação. Da qual o padre Robson faz parte. Temos sim de agradecer à igreja por toda a transformação pela qual a cidade passou. A religiosidade induziu o crescimento turístico e de Trindade.
Mas diante de todas as dificuldades, Trindade, olhando pelo lado administrativo, não podemos cruzar os braços e lamentar. Trindade, ao final da pandemia, trabalhará muito para sermos protagonistas no turismo, em apoio às ações da igreja. Mas também em apoio ao eventos que serão trazidos para a cidade. Temos um calendário anual de eventos em produção para que façamos de Trindade uma cidade pujante no setor turístico. Queremos ter a prefeitura como protagonista no turismo.
Chega de lamento! Não é tempo de lamentar e cruzar os braços pelo o que ocorreu. É tempo de trabalhar muito para que possamos passar pelo momento difícil.
O turismo de Trindade se resume à questão religiosa? Há outras áreas que são exploradas para o turismo na cidade?
Tivemos eventos importantíssimos, com um festival de cinema e um festival gastronômico. São eventos que atraem muitos visitantes. Nosso trabalho é o de potencializar estas atividades. Grandes ações virão para que possamos assumir o protagonismo e realizar grandes eventos.
O turismo religioso continua de forma magnífica, pelo qual pessoas do mundo inteiro vêm para Trindade. Mas a cidade também tem uma capacidade gigantesca de agregar valores no turismo. Por isto, estendemos as mãos ao turista. Trindade será uma das cidades do Estado de Goiás com maior atração de turistas, tanto para o turismo religioso, mas também ao comércio e de eventos.
O sr. disse que o ex-prefeito Jânio Darrot deixou as contas da prefeitura em dia ao encerrar o mandato. Como está a capacidade financeira de Trindade para fazer novos investimentos, como construir hospital municipal e realizar outras obras?
Folga financeira é algo que talvez não exista em cidade alguma. O que encontramos foi uma cidade equilibrada financeiramente, com dinheiro garantido para algumas obras. Iniciaremos nesta semana duas obras, uma no Parque Lara Guimarães e outra do aterro sanitário do município, já viabilizadas no passado e que serão concretizadas neste ano.
Foi um caminho bem estruturado. Por isto a sequência de governo é importante para que possamos dar sequência às obras já pensadas na gestão anterior. O que existe é muito esforço e trabalho para viabilizar todas as obras que colocamos no nosso plano de governo.
A rede municipal de educação em Trindade está com atividades presenciais durante a pandemia?
As escolas públicas do município têm trabalhado de forma remota. As crianças estão em casa. Nossos profissionais têm ministrados aulas através de vídeos. Fazemos um trabalho muito interessante. Tivemos um avanço muito grande na educação de Trindade nos últimos anos. A avaliação teve um salto significativo. Melhorou muito a qualidade do ensino. Não tenho dúvida de que a educação ainda irá melhorar muito. Hoje em modo digital, mas esperamos que em breve possamos retomar o modo presencial.
Qual é o impacto da possível volta do pagamento do auxílio emergencial do governo federal em Trindade?
É importantíssimo. Importantíssimo. Temos pessoas que estão passando por dificuldade. O comércio tem este clamor. Na quinta-feira, 4, fizemos um pacote de medidas econômicas em favorecimento do pequeno e médio empresário da cidade, como a prorrogação de IPTU, de TLF [Taxa de Licença para Funcionamento], de licenças. Estenderemos até o final do ano algumas taxas para facilitar um pouco a vida do comerciante que enfrenta tantas dificuldades.
E o auxílio emergencial é importantíssimo porque dará uma condição um pouco melhor para os pequenos e médios empresários, também para os autônomos, que hoje passam por dificuldade, até mesmo para comprar comida.