Deputado estadual aposta no reconhecimento e boa aprovação das duas gestões à frente da cidade para ser eleito novamente prefeito de Anápolis

Deputado estadual e candidato a prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT) diz que “a prefeitura precisa dar a mão ao cidadão para que a pessoa tenha condição de aumentar sua renda” | Foto: Divulgação/Campanha Antônio Gomide

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Antônio Gomide (PT) é conhecido em Anápolis. Prefeito eleito por duas vezes, em 2008 e 2012, o petista deixou a prefeitura para disputar o cargo de governador em 2014. Voltou a um mandato eletivo em 2016, quando foi o vereador mais bem votado da cidade. Dois anos depois, chegou à Assembleia Legislativa. Neste ano, Gomide tenta voltar à Prefeitura de Anápolis.

Largou na frente nas pesquisas de intenção de votos, como mostrou a primeira rodada Serpes/O Popular, com 41,9% da preferência do eleitorado anapolino no levantamento estimulado. Mas na segunda rodada, o petista caiu para 28,9% e viu o prefeito Roberto Naves (PP) chegar a 30,7% das intenções de votos na cidade. Em empate técnico com o candidato a reeleição, Gomide fala em entrevista ao Jornal Opção sobre a reta final da campanha e a aposta nas gestões como chefe do Executivo para voltar ao cargo.

O sr. está totalmente recuperado do tratamento do tumor na cabeça?
Estou totalmente recuperado, com liberação do médico, que tem acompanhado minha condição de saúde. Sem problema. Estamos animados e alegres na campanha.

Como o eleitor de Anápolis recebeu a sua volta à disputa? O sr. era pré-candidato, chegou a abrir mão da eleição por questões de saúde e voltou ao pleito.
Não tenho notado diferença. A população me conhece, sabe do nosso trabalho e é isto que o eleitor avalia em um gestor.

Na segunda rodada da pesquisa estimulada Serpes/O Popular, o sr. sofreu uma queda de 13 pontos nas intenções de votos. Era uma redução esperada na preferência do eleitorado? Como o sr. pretende trabalhar com estes números na reta final da campanha?
Tínhamos várias pesquisas internas que nos mostravam situações diferentes. Obviamente é uma campanha disputada. Há uma estrutura muito forte do outro lado, que é o pessoal da prefeitura. Sabíamos disso. Em todos os cenários, mesmo na Serpes, estamos empatados. Estamos em primeiro. A campanha tomou um rumo legal por sempre termos a possibilidade de estarmos no segundo turno. A movimentação que precisamos ter é de fechar bem a campanha de rua. Uma campanha diferente das outras, mas uma campanha que as pessoas têm entendido e, com a reta final, farão a opção. Entendo que estamos bem posicionados.

Sua coligação escolheu como nome “A Força do Trabalho”. Que força do trabalho é esta que o sr. pretende apresentar ao eleitor de Anápolis?
A força do trabalho que já fizemos na cidade. Tivemos a oportunidade de fazer mais de 7 mil moradias populares e entregar. Na educação, mostramos a força do nosso trabalho com a entrega de mais de 14 CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil] e creches em cinco anos. Construímos a maior Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis, uma das maiores do Centro-Oeste. Construímos mais dez unidades de saúde. Fizemos restaurante popular, planetário e conseguimos pavimentar mais de 106 bairros em cinco anos. A força do trabalho que queremos mostrar é a boa política. E a boa política é a boa gestão. A população quer uma gestão que faça bem o trabalho. É assim que a população dá reconhecimento à gestão.

O sr. fala em modernizar a administração de Anápolis com participação popular. Como funcionarão os conselhos comunitários na sua formação e gestão?
Tivemos uma boa experiência na nossa gestão ao escutar a população. Queremos retomar esta prática. Hoje a prefeitura não tem qualquer canal de diálogo com a cidade nos bairros. Não temos mais representantes. Quero instituir a Prefeitura nos Bairros. Queremos levar os secretários aos bairros para escutar as demandas a cada um ou dois meses. Que toda a equipe esteja presente para mobilizar a comunidade para que tenhamos um termômetro daquilo que a população quer na sua região, no seu bairro. Além de fazer o planejamento do orçamento, ter um termômetro ligado aos conselhos para falarmos o que a população conversa na rua.

Anápolis, assim como todo o mundo, ainda sofre os impactos da pandemia da Covid-19. O que o sr. pretende fazer na saúde?
Na saúde, é importante ter um equilíbrio. A cidade tem de crescer e voltar à normalidade. É preciso ter o cuidado devido para que as escolas voltem com segurança. Acompanhamos a evolução das vacinas. Assim que tivermos uma vacina, a administração precisa ter uma estratégia para diminuir a chance de contágio e dar mais segurança à cidade durante a pandemia.

Mas não podemos deixar que unidades e postos de saúde fiquem fechados. Um cidade como Anápolis, que já teve na nossa administração quatro unidades 24 horas, hoje não conta nem sequer com uma unidade 24 horas. A prefeitura se resume. A prefeitura hoje se resume a Unidades Básica de Saúde (UBSs). Não podemos ficar assim. Precisamos ter um Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) como tínhamos o Cais Mulher, que oferecia programa de saúde neonatal. Esta unidade foi fechada pelo prefeito. Contar com unidades 24 horas é algo importante. Precisamos construir Cais na Região Leste, que ainda não conta com atendimento 24 horas.

Precisamos ter segurança para garantir a volta do funcionamento do comércio e das escolas, mas é necessário ter um planejamento na saúde para aumentar o acesso da população aos Cais e UPA. Isto é obrigação da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde.

No seu plano de governo, o sr. propõe desenvolver Anápolis de olho no potencial econômico da cidade, que é a área industrial, principalmente por causa do Distrito Agroindustrial (Daia). Como o sr. pretende trabalhar o setor econômico diante dos impactos da pandemia?
Temos de trabalhar para que a cidade esteja preparada para receber empesas. A cidade precisa estar bem na questão social, com equilíbrio na área da moradia, não estar suja e contar com boa infraestrutura. São condições que atraem empresas. Temos o maior distrito agroindustrial do Centro-Oeste. Muitas áreas do Daia ainda estão vazias e muitas judicializadas. Precisamos destravar esta questão junto ao governo do Estado.

Devemos nos preparar. Assim que acabar a pandemia, a economia, mesmo em um momento ainda de crise, começará a voltar. A cidade precisa estar preparada para receber aqueles que pretender fazer investimento. O Distrito Agroindustrial é uma destas recepções, a melhor do Centro-Oeste e de Goiás. É um distrito muito bem preparado. Contamos com um polo farmacêutico, temos empresa automobilística. É um local no qual as pessoas que têm um lote querem instalar suas empresas porque tem uma infraestrutura muito boa e é um ponto estratégico no ponto de vista da logística.

No diálogo com o governador, a cidade precisa se preparar, melhorar as condições sociais, econômicas, educacionais, culturais, esportivas e de saúde. Com a melhoria da cidade, Anápolis retomará a atratividade e buscará a volta da economia com celeridade.

Duas questões em Anápolis precisam ser negociadas com outras gestões para conseguir avanços. Uma é o Aeroporto de Cargas e a outra é a Ferrovia Norte-Sul. O que a prefeitura pode fazer para tentar destravar as duas obras?
Precisamos fazer com que entrem em funcionamento. São três pontos. O primeiro é o Aeroporto de Cargas, que gastaram R$ 200 milhões, mas conta com uma pista que não tem praticamente utilidade alguma. A ferrovia recebeu a visita do presidente, que deu autorização, a licitação foi feita. Mas é uma malha ferroviária que precisa de sequência, por meio de uma política federal para fazer o modal ferroviário se tornar realidade no País.

A terceira obra é o Centro de Convenções. Foram gastos milhões em uma obra que não tem uma licença ambiental, não conta com energia elétrica e não tem utilidade. É preciso o diálogo com o governo estadual. Até o momento, a administração do Estado não teve a capacidade de destravar a obra. Não adianta ter o prédio, é preciso ter uma utilidade. Se tivessem perguntado à administração municipal se os recursos que foram gastos deveriam ter sido utilizados na construção do Centro de Convenções, a resposta seria que o dinheiro deveria ter sido aplicado em outra prioridade.

Como infelizmente não perguntou à prefeitura, a obra já construída precisa receber uma finalidade que realmente cumpra um papel. É uma obra gigantesca que fica na entrada da cidade de Anápolis. É um prédio que precisa servir ao município.

“Não podemos deixar que unidades e postos de saúde fiquem fechados”

“Um cidade como Anápolis, que já teve na nossa administração quatro unidades 24 horas, hoje não conta nem sequer com uma unidade 24 horas” | Foto: Divulgação/Campanha Antônio Gomide

O nome do sr. é muito lembrado em Anápolis pelas duas gestões como prefeito, a eleição para vereador e deputado estadual, além da disputa ao cargo de governador em 2014. Seus adversários usam o fato de o sr. ser hoje um parlamentar de oposição, sem a ajuda do governo federal, com a qual contava quando foi prefeito, caso seja eleito. Ser oposição aos governos estadual e federal dificulta a relação entre as gestões com o sr. como prefeito?
De maneira alguma. Temos equilíbrio. Manteremos o diálogo necessário com os governos federal e estadual, com os parlamentares, seja no Congresso ou na Assembleia Legislativa. É um diálogo permanente. Fui prefeito e dialoguei com vários partidos. Minha administração em Anápolis foi composta por 14 partidos diferentes. Quando fui prefeito, contei com emendar parlamentares inclusive do então deputado federal Ronaldo Caiado (DEM).

O governador e o presidente sabem que o município tem autonomia para escolher o que entende ser o melhor para Anápolis. Não será porque o escolhido será do partido A ou B que deixará de haver diálogo com o presidente ou com o governador. Anápolis é a cidade que tem o segundo maio PIB [Produto Interno Bruto] de Goiás. Goiás precisa de Anápolis, assim como Anápolis precisa de Goiás. Será um relacionamento permanente.

Não tive dificuldade em dialogar com o Estado quando o governador era Marconi Perillo, do PSDB, que não era meu aliado. Sempre dialoguei e busquei aquilo que era necessário para a cidade. Quando fui prefeito e tive o governo federal ao meu lado, conseguir trazer muito recurso para Anápolis. O que percebo ser difícil é quando o prefeito é de um partido que apoia o presidente, como agora, mas o apoio ao presidente não resultou em recursos para a cidade. O que o presidente trouxe, através da amizade com o prefeito, para a cidade de Anápolis? Qual foi a obra ou o recurso para poder fazer a diferença?

Precisamos ter na gestão a capacidade de diálogo e de trânsito para que possamos ter o equilíbrio necessário para fazer da gestão e do que foi escolhido um governo para todos, que dialogue com todos os partidos. Tive a oportunidade de ser prefeito e mostramos a capacidade na nossa gestão. Agora mais do que nunca, queremos governar para todos e com diálogo com todos os partidos, quem votou na nossa candidatura e quem não votou. Precisamos usar o momento difícil de pandemia para tirar as forças necessárias para que o diálogo seja permanente, o que irá facilitar muito mais a nossa gestão.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gravou um vídeo no qual dizia que se fosse eleitor de Anápolis não votaria em um candidato do PT. Como o sr. recebeu esta criticas e qual foi a repercussão na eleição?
Natural não votar em um candidato que é do seu partido ou coligação. O presidente não conhece os candidatos de Anápolis. É uma expressão política. O que precisamos entender é que quem escolhe o prefeito e o vereador é a cidade. As pessoas são inteligentes a ponto de saber quem trabalhou ou não e o que é melhor para Anápolis. É assim que a população se sente à vontade para escolher o seu prefeito.

Não é porque o governador diz que é o candidato A, outra pessoa fala que é o B. O cidadão é livre, quer ir à urna para escolher o que entende que é melhor para ele, melhor para a cidade, que vislumbra uma Anápolis mais feliz nos próximos quatro anos. São declarações muito mais políticas do que uma vontade da cidade ou do próprio eleitor que mora no município e irá escolher seu prefeito e vereador.

Qual é o tamanho do desgaste do PT em Anápolis? A imagem nacional do partido influencia negativamente na eleição na cidade?
As pessoas nos dizem na rua que não votam em partido, mas na pessoa. Este é o sistema eleitoral que temos. É assim mesmo. O eleitor se identifica mais com a pessoa e muito menos com o partido. Não é apenas em Anápolis, mas em todo o Brasil. O trabalho que fizemos se sobrepõe à questão partidária. Obviamente o adversário irá usar isto para tentar desgastar a nossa candidatura. Mesmo com a fala do presidente, os desgaste do partido, algo que outros partidos também enfrentam, estamos à frente nas pesquisas.

O trabalho que desenvolvemos na cidade, que as pessoas já conhecem, é muito maior do que um adversário tentar colocar que o partido atrapalharia a gestão. O que não atrapalha, porque estávamos no PT na gestão anterior, que foi avaliada pela população com mais de 90% de aprovação. Fomos reeleitos com mais de 89% dos votos. A cidade reconhece nosso trabalho. Mas precisamos saber trabalhar bem na campanha o que é a nossa gestão. A população diz que quer votar na pessoa. E o eleitor irá avaliar quem poderá ser o próximo prefeito. É a nossa estratégia para poder buscar o eleitor e mostrar aquilo que fizemos em Anápolis.

O sr. propõe que a prefeitura busque junto à Saneago a universalização dos serviços de água e esgoto na cidade. É uma meto possível de ser alcançada?
É possível e está nas mãos da Saneago, que é uma empresa do Estado. Precisamos criar as ferramentas necessárias. Se eu tiver a oportunidade de ser prefeito, quero desenvolver um trabalho de acompanhamento do programa de execução da obra, daquilo que é preciso para universalizar a água e aumentar a captação e tratamento da rede de esgoto. Anápolis é responsável pela segunda maior arrecadação do Estado em água tratada e tratamento de esgoto. Mesmo assim, Anápolis não tem 100% de esgoto e água. É uma injustiça muito grande que a Saneago comete com a cidade de Anápolis.

Outros municípios têm 100% de água e esgoto. Basta citar Itumbiara. Anápolis precisa ser reconhecida pela Saneago para que sejam feitos os investimentos necessários. O estranho de tudo isto é que, mesmo sem o devido reconhecimento, tivemos uma renovação da concessão do serviço por mais 30 anos com a Saneago. Como se renova por mais 30 anos se ainda não foi resolvido o problema no primeiro contrato de concessão? Já era obrigatório entregar com 100% de água e esgoto. É a grande pergunta que Anápolis tem feito à atual administração.

Precisamos ter uma relação de cobrança muito maior e uma execução de obras com um plano de trabalho que possa ser fiscalizado pela prefeitura e cumprido pela Saneago, até pelo reconhecimento daquilo que a cidade de Anápolis passa mensalmente à empresa.

Na educação, o sr. propõe que Anápolis promova um ensino inclusivo, com qualidade da aprendizagem e valorização dos profissionais. Quais são as propostas específicas para a educação?
Precisamos cumprir a lei. O atual administrador não paga o piso nacional da educação aos professores. Queremos cumprir o piso como fizemos quando estivemos à frente da prefeitura. Queremos dar as gratificações necessárias para que os salários sejam realmente compatíveis. Na nossa época, tínhamos o melhor salário de professor do Estado de Goiás. Tínhamos um plano de cargos e salários aprovado e cumprido em nossa gestão. Vamos buscar a valorização do professor, com um plano de carreira, realizar concurso público. Chamamos mais de 1,2 mil professores por concurso público. A porta de entrada do servidor se chama concurso público para dar uma carreira e segurança no emprego, o que melhora a qualidade do ensino e reflete na educação básica.

Construímos CMEIs, reformamos, ampliamos e construímos escolas, demos objetos escolares, mochila, uniforme para as crianças. A prefeitura fornecia o material para que pudesse dar conforto às crianças, o que reflete diretamente na simpatia dos pais para poder investir mais na criança, que estará mais satisfeita na escola. Conseguimos implantar escolas em tempo integral. Este retorno da educação que propomos quando falamos em incentivo e valorização do ensino. Já vivemos esta situação. Tivemos a oportunidade de gerir a cidade, quando implantamos na educação a qualidade do ensino e queremos retomar estas conquistas. Muitas escolas precisam ser reformadas, CMEIs serem construídos, devolver a entrega dos uniformes, resgatar a tranquilidade dos professores, que não têm recebido sequer o piso. É a comparação daquilo que foi e do que existe hoje.

“Temos de trabalhar para que a cidade esteja preparada para receber empesas”

“A cidade precisa estar bem na questão social, com equilíbrio na área da moradia, não estar suja e contar com boa infraestrutura” | Foto: Divulgação/Campanha Antônio Gomide

A assistência social passa por um momento de incerteza porque ainda não sabemos qual será o futuro do auxílio emergencial. Como será a atuação do sr. na área social?
O que o governo federal definir teremos a tranquilidade de receber. A prioridade de um governo deve ser crescimento econômico com olhar voltado ao desenvolvimento social. Não podemos apenas crescer economicamente. Não adianta ter uma cidade rica e um povo pobre. É preciso crescer, mas as pessoas têm de estar bem, que a qualidade de vida esteja adequada. É o que queremos.

A medida em que temos programas federais, como é o Bolsa Família – que pode passar por mudanças –, precisamos fazer o nosso papel. Através do nosso orçamento, que hoje é de R$ 1,6 bilhão, precisamos retomar o Peti, que é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, que existia na nossa gestão. Precisamos criar núcleos nos bairros para que o assistente social esteja mais perto do cidadão para olhar pela região, verificar o sentimento das famílias para ser o termômetro que nos mostrará se a cidade está bem. É este desenvolvimento social que precisamos trabalhar na prefeitura.

Tínhamos três centros de formação construídos por nossa gestão. Hoje praticamente não tem nada. Mantínhamos parcerias com Senai, Senac e Sesc, que acabaram. Os prédios dos centros de formação existem, mas não estão em utilização, precisam ser retomados. Os centros de formação darão capacidade para o cidadão no bairro ter cursos gratuitos de média e longa duração que possam potencializar o conhecimento em mecânica de automóveis, automação, pedreiro, informática, confecção, bijuteria, artesanato. Eram oferecidos mais de 60 cursos gratuitos em três pontos de referência na cidade.

Os jovens e adultos faziam cursos que ajudavam a aumentar a renda da família. A pessoa abria sua pequena fábrica no fundo de casa, produzia seu próprio pão para venda, fazia a roupa para vender, bijuteria e artesanato. Tinha a condição de fazer parceria com a Hyundai para buscar mecânicos e auxiliares que participavam dos cursos em parceria com a empresa. Conseguimos implantar todas estas ações. É algo muito real.

A prefeitura precisa dar a mão ao cidadão para que a pessoa tenha condição de aumentar sua renda. Aumentar a renda melhora a cidade. A prefeitura precisa atuar na erradicação do trabalho infantil com os núcleos de reforço escolar e contraturno dos alunos nas regiões e fazer com que os centros de formação sejam uma realidade na nossa cidade, algo que já ocorreu, mas que não tem sido feito.

No seu plano de governo, o sr. destaca também as políticas para as mulheres. O sr. diz que a mulher anapolina sempre foi importante no desenvolvimento da cidade. O fato de ter como candidata a vice-prefeita uma mulher influencia impacta a atenção a esta área?
Precisamos valorizar as mulheres, que são maioria na sociedade. A mulher está inserida no mercado de trabalho, mas sofre discriminação no salário. A mulher é hoje 80% de quem ensina nossos alunos. Nossa candidata a vice-prefeita [Professora Geli (PT)], que é vereadora, professora e conhecedora de Anápolis, nos dá todas as condições de implementarmos políticas voltadas para a saúde da mulher e contra a discriminação salarial.

São todas questões que implicam em fazer uma administração com quem realmente tem a força do trabalho. Em grande maioria, a força do trabalho está com as mulheres. Precisamos dar exemplo ao fazer com que as mulheres participem mais, não só na disputa por cargos eletivos, mas que tenham reconhecimento da administração como secretárias, diretoras e gestoras. É extremamente importante dar a oportunidade para que tenhamos o cuidado e o olhar de garantir que a mulher tenha boa participação e reconhecimento da gestão.

O sr. diz no plano de governo que, apesar de não ser responsabilidade constitucional do município, Anápolis não pode deixar de atuar na segurança pública. Qual será o foco da atuação da prefeitura na segurança pública?
Assim como a água e a energia elétrica, que são fundamentais para a cidade, a segurança pública é de responsabilidade do governo do Estado. Mas não é possível pensar que a gestão estadual que fará tudo. São 246 município sob a responsabilidade do Estado. A prefeitura tem de somar neste processo. Quando fui prefeito em Anápolis, implementamos o videomonitoramento com o projeto e a compra da estrutura. Conseguimos mais de 70 câmeras para instalar em pontos estratégicos da cidade. Governo do Estado não participou deste processo à época.

A atual administração não pagou as câmeras e desativou o videomonitoramento. É preciso revitalizar este sistema. As parcerias que digo são de somar com aquilo que o governo do Estado pode fornecer. Por exemplo, o efeito de policial militar e civil quem determina é a gestão estadual. Mas com um banco de horas na prefeitura, como fizemos na nossa época, estimulamos a melhora da segurança. Com o banco de horas, fazemos com que o profissional possa trabalhar em outro sistema na cidade. A própria Polícia Militar aceita o sistema de banco de horas. É possível.

Se a segurança pública não der certo na cidade, não é o governador que irá responder. Quem irá responder por isto será o prefeito. A princípio, a segurança da cidade, mesmo como atribuição constitucional do Estado, a responsabilidade do prefeito é fundamental. Ninguém quer crimes e uma cidade violenta. Precisamos firmar uma parceria constante, o que conseguimos anteriormente. Queremos reatar esta parceria para fortalecer a segurança de Anápolis.

Sabemos que uma cidade que está bem em questões sociais, quando está bem na educação, a violência é menor. Precisamos fazer este papel de construção e parceria, mas sempre com o olhar no social. Ao diminuir os problemas sociais, conseguimos também diminuir a violência.

Caso se confirme o que apontam as pesquisas de intenção de voto e o sr. esteja no segundo turno, quem são os candidatos a prefeito de Anápolis que o sr. tem dialogado e podem caminhar ao seu lado após o dia 15 de novembro?
É algo que ainda será definido. Vamos esperar o resultado das eleições. Não tenho dúvida de que pessoas que hoje disputam a eleição estarão conosco caso não estejam no segundo turno. Não podemos prever o resultado. Quero respeitar a votação. Todos os candidatos que colocaram o nome na disputa têm condição de chegar ao segundo turno.

Não podemos, apenas porque há uma previsão apontada por pesquisa, dizer que o quadro está definido. Pelo contrário. A eleição está em andamento, a reta final é importante. Estaremos muito atentos a todos os fatos. Quando a apuração for definida, caso haja segundo turno, temos todas as condições de dialogar com os candidatos que estão na disputa para buscar apoio.