Ex-ajudante de ordens do governo de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid foi preso pela Polícia Federal em maio. Por suspeitas de comandar um esquema de fraude em cartões de vacinas dos próprios familiares e do ex-presidente e sua filha mais nova, o aparelho de telefone foi apreendido.

A perícia no celular do tenente-coronel revelou conversas sobre remessas de dinheiro para fora do país. Segundo a PF, a fraude dos cartões de Bolsonaro e Laura Bolsonaro, ocorreram em 21 de dezembro de 2022, pouco antes de viajarem para os Estados Unidos. A suspeita é de “vantagem indevida” obtida com a manipulação dos dados. As viagens de Bolsonaro aos Estados Unidos passaram a ser alvo de suspeitas após a descoberta de que a fraude partiu de dentro do Palácio do Planalto, feita por IP da Presidência da República.

Depois desse imbróglio, o casos das jóias que vieram da Arábia Saudita resultou também na apreensão de celulares de Jair Bolsonaro e do ex-chefe de setor de presentes da Presidência.

Avaliadas pela PF em R$ 5 milhões, as joias foram apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos em 2021. Os objetivos teriam sido trazidos com uma comitiva do governo de Bolsonaro.

A jornalista Bela Megale, de O Globo, disse que, apesar de conservar a imagem de Cid em conversas públicas, Bolsonaro considera que o militar não teve “cuidados necessários” com seu telefone para “preservar a família”.

A colunista diz ainda que o temor do ex-presidente é que o vazamento das conversas seja a “porta de entrada sobre as ações dos quatro anos do governo passado”.