De acordo com informações de órgãos de inteligência, 12 candidatos com vínculos com o crime organizado, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC), foram eleitos em São Paulo (SP) nas últimas eleições municipais.

Desses, dez serão empossados como vereadores e dois como prefeitos. O Ministério Público Eleitoral (MPE) de SP anunciou que, com base nessas informações, deve apresentar ações para impedir a posse dos eleitos.

Além disso, há um décimo terceiro suspeito que disputa o segundo turno na Grande São Paulo, e outras 57 candidaturas estão sendo investigadas por possíveis conexões com o crime organizado. Segundo a Corte Eleitoral paulista, pelo menos 70 pessoas com envolvimento no crime concorreram nas eleições municipais deste ano.

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não divulgou os nomes dos candidatos eleitos, nem as cidades em que foram eleitos, alegando tratar-se de informação sigilosa.

O Coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar, afirmou em agosto, durante o 18º encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que a influência do PCC nas eleições é significativa.

“Não dá para afirmar que são 100 ou 200 municípios, mas existem vários com indícios palpáveis de movimentações importantes do tráfico atuando como financiador de campanhas eleitorais”, declarou o Coronel.

Investigação Ministério Público

Na terça-feira, 16, três vereadores paulistas foram presos durante uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que busca desmantelar uma rede criminosa com supostos vínculos com o PCC. Os parlamentares detidos são Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel; e Flavio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos. Além deles, outras 11 pessoas, incluindo empresários e agentes públicos, foram detidas sob a suspeita de fraude em licitações em várias regiões do estado.

De acordo com as investigações, o esquema envolvia a manipulação de licitações públicas para contratos de prestação de serviços terceirizados, com um faturamento estimado em mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. O grupo usava empresas para simular concorrência e garantir a vitória nos processos licitatórios, contando com a colaboração de agentes públicos, incluindo vereadores. Os detalhes sobre os serviços específicos prestados pela mão de obra terceirizada não foram divulgados pelo MP-SP, tampouco os setores afetados pelos contratos fraudulentos.

Essa operação amplia os esforços do MP-SP para combater a corrupção e o envolvimento de facções criminosas em fraudes públicas. A prisão desses parlamentares e empresários representa uma medida significativa contra práticas de corrupção associadas a esquemas de terceirização e contratos públicos, trazendo à tona questões de controle e fiscalização nas contratações de serviços por prefeituras e câmaras municipais do estado de São Paulo.

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