No UP desde 2020, Luciana Amorim ressalta dificuldades com desigualdade de verbas entre partidos
27 setembro 2024 às 12h26
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Servidora pública de carreira, Luciana Amorim (UP) está na chapa do Professor Pantaleão (UP) para prefeito em Goiânia. Há mais de 20 anos atuando como analista judiciária, ela entrou para a política em 2020. Dois anos depois, ainda participou da sua primeira eleição como vice na chapa para governador do mesmo candidato que disputa junto neste ano.
Em entrevista para o Jornal Opção, Amorim conta que sempre teve interesse em questões sociais e políticas, mas nunca havia entrado em um partido até conhecer o UP. Ela ressalta que o Unidade Popular (UP) é o partido mais alinhado com os seus pensamentos e que conheceu Pantaleão e a sigla durante a pandemia da Covid-19.
“Entrei no UP em 2020, durante a pandemia, e achei a proposta muito alinhada ao que eu sempre busquei”, conta a servidora da Justiça Federal. “Antes, eu sentia um vazio existencial, uma insatisfação com o estado atual das coisas. Nesse período, me envolvi mais com movimentos sociais e conheci o Pantaleão, uma pessoa que me inspirou muito com sua trajetória de luta”, finaliza.
Dentro do partido, a servidora disse que sentia “em casa” e que já tentou se aproximar de outros partidos, mas nenhum outro correspondia com o que esperava. “Quando conheci o Unidade Popular, percebi que finalmente encontrei um espaço onde me sentia em casa. Acredito que a política deve ser uma ferramenta de transformação social”, relatou.
Dentro do partido, ela está em sua segunda eleição como vice de Pantaleão, a primeira foi em 2022 para governador. Na ocasião, a chapa obteve 5.400 votos e 0,15% do percentual.
Desafios
Dentro da política, Amorim ressaltou as dificuldades em alavancar o partido entre os moradores de Goiânia. Apesar da capital ser considerada dominada pela “direita”, ela acredita que conseguiria mais espaço para as ideias socialistas se tivesse a mesma oportunidade que outras legendas.
“Atualmente, enfrentamos grandes desafios em termos de financiamento. O fundo eleitoral que recebemos é muito pequeno comparado ao que outros partidos têm. Para você ter uma ideia, nossa participação no fundo é de apenas 0,06% do total. Enquanto isso, partidos maiores recebem quantias que chegam a quase R$ 900 milhões, isso torna a disputa desigual”, disse a candidata a vice em Goiânia.
Independente das dificuldades, a candidata também ressalta que o partido segue buscando espaço com panfletagem e interação direta com a população, apesar de faltarem recursos e tempo de televisão. “Quando conversamos com as pessoas nas ruas, percebemos que há um anseio por mudanças. As pessoas estão cansadas do sistema atual e dispostas a ouvir alternativas”, pontua.
Servidora para a política
Antes de ingressar na política da capital goiana, a vice do UP é analista judiciária da Justiça Federal em Cuiabá, Mato Grosso. Como a forma de trabalho é remota e em outro estado, a Amorim conta que não precisou se ausentar das atividades durante a campanha. “Continuo trabalhando porque eu não tenho vinculação com trabalho aqui, por isso não precisei me afastar”, explica.
Amorim também é natural de Anápolis e lá cursou direito antes de ingressar no serviço público.